A tão desejada carteira de motorista

A Vani vai fazer a prova prática pra carteira de motorista hoje. Com problemas estomacais desde de manhã cedinho, tá uma pilha de nervos. Lembrei de quando eu passei por isso.

Eu aprendi a dirigir bem cedo, com o pai, na praia. Nova Tramandaí, pra ser mais exata. Se hoje a praia é pacata, imagina na época. Eu tinha uns quatorze anos quando começaram as lições. Super tranquilo aprender a dirigir com o pai. “Liga o carro, agora pisa na embreagem, engata primeira e vai soltando a embreagem devagar”, ele me explicou. Eu, bem obediente, liguei o carro, engatei primeira e, na hora de soltar a embreagem…. PUFF! Morreu! “EU NÃO DISSE QUE ERA PRA SOLTAR A EMBREAGEM DEVAGAR?”, pronto, ali começava o tratamento de choque.

Eu enchia o saco de todo mundo pra ter mais lições práticas. Pai, tio, vô, quem aparecesse… Mas o que eu mais gostava era de sair com o vô: “Vai, acelera, mais. Isso, agora engata a terceira”. UAUUUU, eu tava em terceira. Aquilo era o máximo. E eu me achando, dando bandinha pela beira-mar, em terceira, com o vô do lado! Só faltava o cotovelo na janela!

Aí, quando entrei na faculdade, com 17 aninhos, tínhamos um carro e o pai usava outro da empresa. Dois carros, um motorista na família. Isso significava que enquanto eu estava pegando o busão pra facul, tinha um carro paradinho lá na garagem. Nossa, como aquilo me fazia mal. E em dias de chuva? Me odiava por não ter nascido um ano antes.

Dia 26 de outubro de 1999, meu aniversário de 18 anos, e eu lá no CFC, na fila, pra me inscrever na auto escola. Exame médico e pscicotécnico já no mesmo dia. Precisava agilizar as coisas. Ok! Eu enxergava o suficiente e não havia sido diagnosticada com nenhum tipo de loucura. Estava, portanto, apta a iniciar as aulas. As teóricas, claro. Uma semana de tortura. Eu lá vou querer saber pra que serve a rebimboca da parafuseta? Queria era pegar o carro de uma vez!

Tá, aula teórica, prova, passei! Marquei todas as aulas práticas de forma a terminar com o processo da forma mais rápida. Só não marquei cinco horas em sequência porque o máximo eram duas. Mas tentei! E lá fomos nós, eu e o Seu Perci, no Kazinho branco com dizeres gritantes: AUTO ESCOLA! Que na verdade verdadeira significa: AFASTE-SE IMEDIATAMENTE!

Até que chegou o dia da prova. Sério, acho que nunca na minha vida inteirinha como um todo eu tinha ficado tão nervosa. Tremia toda, mas me fui. Imagina a pressão? O carro lá, paradinho em casa, e eu tendo que ir de busão pra facul porque rodei na prova da autoescola! Nem pensar! Não podia sequer admitir essa possibilidade.

Entrei no carro e imediatamente avisei o avaliador que eu tava uma pilha! Tinha que lembrar de ligar todos os botões da nave, por o cinto de segurança, ligar o pisca (seta) e ainda dirigir com a perna tremendo mais que vara verde. Ele foi gentil comigo e disse que era normal, mas que se eu sabia dirigir, não tinha porque eu ficar nervosa. E lá fui eu, fazer o circuito pelo bairro Cristo Rei. Dobra, pra lá, dobra pra cá, fui entrar numa rua e uma velhinha se atravessou na frente. Passei por ela e segui. Arrancada na lomba (ladeira), feito. Baliza, feito. Garagem, feito! Eu era só sorrisos.

O avaliador entra no carro e começa a escrever naquela prancheta dele. E escreve, e escreve… e eu lá, olhando pra ele, toda orgulhosa, louca pra dar um abraço no tio, quando ele fala: “Bom, tive que te tirar dois pontos porque tu não parou pra velhinha atravessar”. Ah não! Dois pontos por causa da velhinha? Não era possível. “Mas mesmo com esses dois pontos, tu passou na prova. Pode retirar tua carteira em uma semana”.

Desci do carro braba, nem comemorei. Ai que ódio daquela velhinha. Só pensava comigo: “Se eu tivesse rodado na prova por causa da velhinha, eu voltava lá e atropelava”. Felizmente não precisou! Eu tinha sido a primeira a passar na prova e umas cinco pessoa tinham tentado antes de mim. Pronto, já tava orgulhosa de novo. Hora de ir pra casa e contar pra todo mundo que São Leopoldo agora tinha uma nova motora.

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Quero um polvo de estimação!

Preciso muito falar com o Paul. Sério! Eu, que sou uma curiosa de nascença, já tentei de tudo pra saber o que me espera no futuro. Achei que búzios e tarô dariam conta, mas me enganei! Já tentei os dois e nada deu certo. Certeiro mesmo, só o Paul. A voz do polvo é a voz de Deus.

Tantos problemas seriam resolvidos com ele por aqui. Vou de saia ou de calça? Sapatilha ou bota? Bebo cerveja ou caipirinha? Ligo ou não ligo? Vou ou não vou? Ah, como tudo seria mais fácil com o Paul por perto.

Agora pensa bem, o polvo poderia julgar se o Bruno é culpado ou não… bom, pra isso a gente nem precisa dele. Mas Paul poderia nos dizer se passaremos ou não naquela prova. Ou qual dos carinhas vale mais o investimento. Ele poderia ainda nos polpar do sofrimento e antecipar qual o assassino do protagonista da novela. Já imaginou?

Tô aqui, já bolando um plano infalível pra sequestrar o bichinho! Preciso muito falar com o Paul. Preciso!

PS: Deixo registrado meus parabéns à Espanha, apesar do jogo muito ruim de hoje a tarde! Que a seleção da Holanda se inscreva pra Copa do Mundo de Vale Tudo na próxima vez!

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O assalto

Era festa de final de ano aqui do trabalho. Fizemos uma janta regada a muito chopp na casa de um colega, em Novo Hamburgo. A Ju tinha me oferecido carona e eu, claro, aceitei! Fomos juntas, voltamos juntas. No carro de trás, nos seguindo, tava a Beth. Ela tava sozinha no carro, três bebinhas…. melhor irmos juntinhas até São leopoldo.

Estamos voltando pra casa, por volta de uma da manhã, eu vá contar história pra Ju. Ela para numa sinaleira (semáforo, pros de fora!) em frente a um posto. Ela olhando pra mim, eu contando história. De repente ela olha meio que através de mim e diz: _ Ok, nós vamos descer!

Olho para o lado e tem uma arma apontada pra mim. Parecia tão pequena aquela arma. “Será que é de verdade?”, pensei. Decidi que a arma era de brinquedo, botei minha bolsa no ombro e saí do carro. E o cara gritando que era pra eu deixar a bolsa e eu andando com ela na direção do posto. Só o que me faltava levarem todas as minhas tranqueirinhas tecnológicas com uma arma de brinquedo. Seria o fim! E eu ainda iria pra Milão no dia seguinte. Sem meu iPod? Jamé!

O que os espertos não viram, foi que logo atrás da Beth, que estava logo atrás de nós, havia uma viatura da polícia. Nos viram correr pro posto, ligaram a sirene e começou a perseguição: uuuuuuuuuóóóóóóóóóóuuuuuuuuuuuuóóóóóóóóuuuuuuuuuóóóóóóó…. E eu, a Ju e a Beth lá no posto! A perseguição durou exatamente o tempo que levou pro carro da Ju parar por causa do corta-corrente. E começou a troca de tiros. Pasmem! A arma não era de brinquedo. Como fazem armas de verdade tão picurruchas?

E lá vamos nós pra delegacia. Beta de mini vestido e todas com muito chopp na cabeça. Durante nosso jantar da empresa, a comissão organizadora distribui Kikitos (troféu do festival de cinema de Gramado) de chocolate brincando com nomes de filmes para cada um de nós. O que a Beta fez? Catei os kikitos meu, da Ju e da Beth e distribuí entre os policiais pela belíssima atuação no desfecho do crime.

Depoimentos prestados, hora de ligar pro pai. Hum, ligação da Beta, as 4 da manhã? _ Oi filha, em qual delegacia eu te busco dessa vez?

Hehe! Esse é o papito! Sabe das coisas já!

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Felipe Melo Facts

– Por causa do Felipe Melo, os melhores momentos da copa vão ser editados pelo Quentin Tarantino.
– As namoradas de Felipe Melo têm medo de pedir carinho a ele. Ele pode entender carrinho…
– Milhares de pessoas no mundo deram entrada no hospital após assistir à atuação de Felipe Melo em transmissão 3D.
– Felipe Melo não é bom de matemática mas gosta de dividir sem deixar restos.
– O cartão de visitas do Felipe Melo é o vermelho.
– No jogo de xadrez: Cristiano Ronaldo é a Dama; Kaká é o Bispo; Julio Batista é a Torre; Felipe Melo, o Cavalo.
– Uma vez Felipe Melo foi jogar JoKenPo com o presidente Lula. Ele tinha uma tesoura, e o Lula, 5 dedos.
– O Michael Jackson morto faz muita falta. O Felipe Melo vivo faz mais ainda.
– Após os treinos, alguns jogadores treinam cobranças de faltas, já Felipe Melo treina como cometê-las.
– A lenda da mula sem cabeça começou depois de um pé alto de Felipe Melo.
– O saci tinha duas pernas até ser atingido por Felipe Melo
– Todas as seleções têm volante… nós temos para-choque.
– Felipe Melo é o único jogador que você encontra no FIFA 2010, no Winning Eleven e no Mortal Kombat.
– O Felipe Melo não é o Dunga JR, ele é o Dunga Junior Baiano
– O Corcunda de Notre Dame era um modelo famoso até conhecer Felipe Melo
– Felipe Melo não nasceu, foi expulso do útero
– Aquiles uma vez dividiu uma bola com Felipe Melo, seu calcanhar nunca mais foi o mesmo
– Felipe Melo foi expulso da escolinha do Junior Baiano por agredir o Bruno do Flamengo….
– Chuck Norris encerrou sua carreira no cinema após um carrinho de Felipe Melo… Em “Velozes e furiosos!!!”

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Post impublicável

Escrevi um post impublicável. Logo, nada de post por hoje!
Pronto, falei!

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A primeira janta

Aí pra inauguração do apê, decidi que faria o escondidinho da Beta. Pra quem não frequenta botecos de São Paulo ou Minas Gerais, escondidinho é um prato com carne seca, purê de aipim e queijo. O detalhe é que tinha feito o escondidinho pra cinco pessoas uma vez, e tinha dado muito trabalho. Dessa vez, a lista de convidados totalizava 12 pessoas. “Seja o que Deus quiser”, pensei.

A janta seria na quinta, logo, quarta de noite decidi começar a cozinhar as coisas. Peguei todas as panelas que eu tinha e coloquei pra ferver a carne em uma (decidi fazer com carne normal mesmo!) e o aipim em outras três. Aquela coisa, eu, sozinha, dominando quatro panelas. Um espetáculo! O apartamento todo suado, escorrendo pelas paredes, com os vidros embaçados. “Preciso logo comprar o diabo da coifa!”, pensei.

Mas a pior parte ainda nem tinha chegado. Comecei a retirar o aipim das panelas e colocá-los em um pote para fazer o purê. Peguei meu super mixer multiuso igual Bombril e… nada. Aipim é muito pesado pro coitado. Teria que ser no muque mesmo! “Segunda e última vez que faço esse bendito escondidinho”, falei.

Botei leite, margarina e requeijão e comecei a esmagar aipim. E haja muque! E mexe, mexe, mexe. Pote cheio, resolvi bater na vizinha e pedir um outro emprestado pra outra metade do aipim. Bato lá, suada, escabelada, acabada e pego outro pote. Mexe, mexe, mexe. “Quem foi que teve a infeliz ideia de fazer escondidinho mesmo?”, penso alto.

Dois potes lotados de purê de aipim, hora de desfiar a carne. Outro pote, dois garfos, e lá vai a Beta. Desfia, desfia, desfia. “Quem foi que pediu escondidinhooooo?”, grito pras paredes. Três potes cheios, ponho na geladeira e vou dormir.

Chega a quinta-feira e começo a montar os pratos. Carne desfiada no fundo da forma nova de vidro que a mãe acabou de me dar de presente, purê de aipim no meio e uma grossa camada de queijo mussarela por cima. Outra forma, mesma sequência. Outra forma, dessa vez um pouco menor, e lá se foram todos os ingredientes. Coloco as duas grandes no forno e espero os convidados chegarem. A pequena eu faria se eu visse que fosse faltar.

Começam a chegar as pessoas e eu ligo o forno, ainda fazendo cálculos e achando que das duas formas, sobraria muita coisa. “Mania de fazer comida demais, agora vai ter escondidinho pra semana inteira”, pensei lá com meus botões. Há, doce ilusão! Botei a primeira forma na mesa e ela durou apenas alguns minutos. Botei a segunda e vi que ela acabaria bem antes de dar tempo de ficar pronto o que estava na forma pequena. “Azar! É o que tem”. A forma pequena permaneceu sobre a mesa um pouco mais de tempo, mas quando vi, já estava vazia e se juntando as demais dentro da pia.

Sinal de que ficou bom? Acho que sim! Tô até pensando em fazer de novo antes de acabar o inverno. Os elogios compensam o trabalho!

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Mais uma dos gatos

Antes de colocarem o laminado lá no apartamento novo, eu varri o cimento e coloquei todo aquele pó branco na churrasqueira. A churrasqueira tem um tampo preto, bem disfarçada, mas mesmo assim, meus gatos descobriram ontem como fazer pra abrir e o resultado? Pegadas de patinhas brancas pelo apartamento todo hoje!

Tô quase entrando na campanaha www.troco2gatospor1cachorro.com.br
 
Saudade de quando eles eram pequenos, não conseguiam acessar absolutamente todos os pontos da casa e ainda eram educáveis!
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Quem falou em cansaço?

Meu gatos não dormiram essa noite. Por consequência, eu não dormi essa noite. Era uma correria pelo apê inteiro. E aquelas unhas fazendo clét, clét, clét, clét no laminado…
Levantei! Dei comida! Durou pouco.

Deu mais um tempo e começo a ouvir batidas altas: bum, bum, bum!
Levantei de novo! Procuro eles pelo apartamento e nada. As batidas param.
Volto pra cama e: bum, bum, bum!
Levanto de novo, eles estavam dentro do armário, tentando sair. Empurravam a porta e quando ela voltava, dava o estouro.

Deitei.
Dois minutos e clash, clash, clash… eram eles de novo! Inacreditável!
Resolveram brincar nas caixas vazias que ainda estão por aqui. Entravam nas que estavam por cima das outras e caíam, rolando até o chão. Maior barulheira.

Resolvi que era hora de levantar e começar a trabalhar. Os gatos? Dormindo, obviamente…

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Viver cansa

É, viver cansa. As vezes cansa de um jeito bom. As vezes cansa de um jeito nem tão bom assim. Mas que cansa, cansa. Ainda mais se a pessoa decidiu que quer viver 10 anos a mil. Sério, as vezes não sei de onde tiro essas ideias…

O cansaço mental é horrível. Péssimo! Dá uma sensação de que a gente não vai conseguir fazer tudo a tempo, ou que já não sabe de mais nada, ou que não quer mais discutir, ou que simplesmente quer jogar tudo pro alto e sair por aí andando, sem rumo. Cansaço mental é foda. Chega a dar um desespero na pessoa. Eu fico coberta por post its. Coloridos. De vários tamanhos. Lisos ou com bichinhos. A louca dos post its.
Parêntese para o que acaba de acontecer: “Nana Ramos diz: Beta, tu ja me falou isso umas três vezes. Tu ta maluca?”. Talvez eu esteja.

Mas a melhor coisa quando se atinge um nível alto de cansaço mental, é buscar o cansaço físico. O cansaço físico libera a mente. Põe tudo pra fora. Coisa mais boa é sair correndo por aí, cada vez mais rápido, ouvindo um hard core pegado, sem pensar em nada…

Cansaço físico é gostoso. Dói as vezes, mas sei lá, parece que deixa o corpo pronto pra receber um monte de energia novinha em folha. E não tem diferença nenhuma se ele vem de um campeonato de vôlei em que a gente jogou quatro jogos seguidos ou de um dia de limpeza pesada no apartamento novo. A sensação de esgotamento é a mesma, e a necessidade daquela massagem gostosa e relaxante também é a mesma.

O fato é que viver cansa mesmo, e cabe a gente saber lidar com isso. Cabe a cada um conseguir dosar o cansaço com pitadas de amigos, molho de gargalhadas com vinho e uns palavrões, que vez ou outras saem por aí descontroladamente… Afinal, viver é bom pra cacete e, independente da hora em que o despertador vai tocar amanhã, o que eu quero é me divertir!

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Pérolas do correio elegante

1 – São João, São João, seja bão!
2 – São João, São João, faz o Rubén e a Dani ficarem acordados.
3 – São João, São João, compra ceva no Disk!
4 – São João, São João, leva eu e o Diego em casa!
5 – São João, São João, traz mais papelzinho de correio elegante!
6 – São João, São João… ESQUECI!

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