Como estamos chegando ao verão, e estão confirmada as férias em Jeri com a blogueira, resolvi contar sobre minha primeira vez em Jeri.
Em 2006, eu e minha Excelentíssima fomos passar as férias no Ceará, na casa de uns amigos. Como era nossa primeira vez em solos cearenses, queríamos conhecer o maior número de praias possíveis. Na beira mar de Fortaleza tem muitas agências oferecendo passeios, e alguns eram destinados a tão falada praia de Jericoacoara. Fechamos um pacote por um preço bem acessível. Afinal de contas, uma cama para dormir já estava valendo! O passeio era rápido, saía na quinta de manhã e voltava no sábado.
Na quinta chegamos em Jeri (apelido carinhoso da praia) no meio da tarde. A programação passava por uma ida a famosa Pedra Furada e pelo pôr do sol no morro do Serrote. À noite aproveitamos para procurar lugares animados. O que chamou atenção foi o corredor de bancas de cachaça na Rua Principal, quase beira mar.
No outro dia acordamos cedo para fazer o passeio de bugue. Fomos conhecer Tatajuba, a cidade que foi coberta pelas dunas, e a Nova Tatajuba para onde as pessoas se mudaram. Também passamos pela duna do Funil, uma duna gigante onde os bugues descem para quem pede o passeio com emoção. Almoçamos em uma lagoa muito linda e descansamos por um tempo nas redes dentro da água. Depois voltamos para a praia de Jeri e assistimos ao Pôr do sol em cima da Duna do Pôr do sol. Imperdível!!! No mesmo horário também acontece diariamente a roda de Capoeira. Segundo eles, a única roda no mundo que rola todos os dias.
E é agora que começa a melhor parte.
Fomos para a pousada, e nos informaram que a cidade estava sem luz. Em princípio, nenhum problema, pois lá é normal tomar banho sem aquecimento. Depois do banho, fomos jantar. Depois tínhamos combinado de tomar umas caipirinhas nas bancas de cachaça.
Lá estávamos nós, um casal de Caxias, um casal de Brasília, duas Finlandesas, e mais alguns malucos vindos de diversas partes do mundo. Começamos todos a beber. O casal de Caxias que já tinha alguns anos a mais, logo foi para sua pousada. Já todos os outros jovens queriam fazer a festa! Continuamos a beber, e muito! Depois de já estarmos bem alegres, as Finlandesas começaram a ensinar uma dança típica da Finlândia. Aí foi a maior zuação.
Comecei a notar que a praia estava esvaziando, mas nós continuávamos a beber. Porém as bancas estavam fechando. A última que permaneceu aberta, avisou que não tinha mais nenhum drink, somente um resto da garrafa de cachaça. Não pensamos duas vezes e bebemos o resto da garrafa. Depois isso, resolvemos tomar um banho de mar antes de voltar para a pousada. Era uma grande idéia, todos estavam bêbados, com calor, um banho parecia uma ideia perfeita. O caminho de volta foi muito difícil, pois lá todas as ruas são de areia e o nosso estado era deplorável.
Chegando à pousada, notamos que ainda não tinha luz. Conseqüentemente não ligava os motores dos poços artesianos e, mais conseqüentemente ainda, as caixas d’água já estavam vazias. Então foi tudo de bom! Estávamos completamente bêbados, grudando da água do mar, com as pernas cheias de areia e o guia iria nos acordar cedo para irmos até uma lagoa antes de voltar para Fortaleza.
Acho que o guia teve que bater na porta umas dez vezes. A Tatá quase me espancou para tentar me fazer levantar e não tinha nem água para jogar na cara. Pra piorar, eu ainda sentia um pouco da embriaguez e teria que andar uma meia hora de pau de arara até a lagoa. O trajeto foi doloroso, até hoje não acredito que não vomitei com todos aqueles pulos. As finlandesas só falavam nas caipirinhas (com sotaque próprio) e eu não podia nem pensar no gosto.
Até que enfim, chegamos a lagoa e consegui jogar uma água doce na cara. Após passarmos algumas horas ali, nos recuperando, rumamos de volta para capital.
Já voltei mais duas vezes pra Jeri, e pude beber tranqüilo porque não faltou mais água. Mais do que recomendo!
* Marcelo Cunha é marido da Tatá, pai do Fuzarka e da Bellinha e tá carregando a blogueira pra passar férias em Jeri.