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Pessimismo pouco é bobagem

Beta para a senhora fisioterapeuta:

_ Vou voltar a ter todos os movimentos do punho?
_ Não!

_ Vou voltar a jogar vôlei?
_ Vai demorar muito.

_ Dez sessões são suficientes pra eu ter uma boa melhora?
_ Não!

_ Dez sessões são suficientes pra eu conseguir engatar a quinta e a ré do carro sem ter que me contorcer para alcançar a alavanca com a mão esquerda?
_ Provavelmente não!

Pena que eu botei rede de proteção na minha sacada, senão eu me jogava de lá hoje mesmo!

Mais medos

Muita gente tem medo de avião. Até quem nunca andou de avião tem medo de avião. Muita gente me pergunta como consigo viajar tanto, sempre numa lata gigante, que quando cai, não dá a menor chance para quem está dentro dela.

Pois bem, o lance é que essa lata gigante é incrivelmente mais segura do que as latas pequenas nas quais andamos todos os dias. Pois é! Não tenho medo de avião, mas me apavoro cada vez mais quando tenho que andar de carro. Não entendo por que o povo dirige tão ofensivamente. Sério! No final das contas qual a diferença? Três minutos? Cinco? Será que vale a pena?

Tudo bem, confesso que quando a turbulência é forte, chamo São Jorge pra uma conversinha particular. Mas vá lá, nunca ouvi falar de avião que caiu por causa de turbulência. Agora, o que dizer dos milhares de acidentes de trânsito todos os dias? O que dizer de motoristas imprudentes, que passam o sinal vermelho para terem que parar no próximo, logo adiante?

Sério, não vejo a hora de lançarem o teletransporte! Mesmo que, possivelmente, algumas partículas insistam em levar vantagem sobre outras, o apressadinho é que chegará do outro lado com um braço faltando, sem um pé ou, sei lá, sem o dedo minguinho da mão esqueda.

Enquanto isso, o melhor a fazer é pisar no freio e dar uma rezadinha básica todo dia antes de sair de casa!

Muitas ideias, um problema


Tenho um problema sério! Séríssimo, eu diria! Simplesmente não consigo organizar minhas ideias e, toda vez que eu tento, começam a surgir outras e outras e mais umas e quando vejo elas já se atropelaram umas as outras e a vontade que dá é de jogar a papelada pra cima e desistir de pensar. Forever!

Dois anos de MBA e, entre cálculos, calculadoras HP, análise de custos, de investimentos, minha maior dificuldade segue ser fazer a porquera de um projeto. Gestão de projetos será o próximo curso! Preciso persistir. Não é possível que eu consiga escrever um texto e não consiga colocar uma ideia no papel. O que há de errado comigo?

Funciona mais ou menos assim:
Tenho a ideia brilhante e começo a desenvolvê-la. Na medida em que começo a escrever, novas ideias vão surgindo para complementar a ideia inicial. Fico com medo de esquecer e avanço um pouco para já rascunhar as novas ideias e paro de desenvolver a inicial. Assim segue, sucessivamente. Quando paro pra ler, tenho zilhões de ideias desconexas em um documento que já nem faz mais sentido pra mim!

E o pior de tudo isso? Não posso falar minha ideia pra outra pessoa desenvolver o projeto. Senão ela deixa de ser minha! Que triste isso! Preciso acalmar o cérebro! Talvez o que eu precise mesmo seja “uma rede preguiçosa pra deitar” e um pouco de descanso pra cabeça!

Escape emocional

Sempre soube da importância dos esportes na minha vida. Mas agora, de braço quebrado, tenho a real noção da falta que me faz.

Sempre fui daquelas maluquinhas pela aula de educação física. Desde pequena, na praia, incomodava todo muito pois queria jogar vôlei com os mais velhos. Foram muitas as boladas que eu levei nessa época, mas nenhuma me desencorajou. Na escola, participava de todas as equipes femininas. Um dia era vôlei, no outro futsal e no terceiro ainda arrumava fôlego para o treino de handball. Nunca fui destaque em nenhum desses times, mas sempre joguei o suficiente pra ser titular em todos eles.

Esporte ensina tanta coisa boa. Ensina a ter raça, a se doar por uma causa, ou um time. Ensina o que é trabalho em equipe e, quando em esportes individuais, nos faz encontrar uma força que nem sabíamos que existia. Esporte é disciplina, treinamento. Esporte é determinação e reconhecimento.

E agora, que eu não estou podendo praticar nenhum, vejo o quanto o esporte alivia a tensão do dia-a-dia. Que vontade de correr meia horinha, pra suar os problemas e respirar as soluções. Saudade de bater numa bola imaginando ser ela alguém ou alguma coisa desagradável (Isso é saudável. Não sou psicopata!). Desejo irresistível de nadar, pensando na vida enquanto a água renova as energias. Ai que saudade…

É, agora tenho que esperar e, enquanto isso, sugiro que ninguém me contrarie! Ou ponho na listinha de pessoas que vou imaginar na bola, quando eu voltar a jogar…
Chega logo dia 16!

Instinto animal

Todo mundo sabe que tenho um fraco por bichos. Quero todos e já disse isso, com todas as letras, aqui mesmo no blog, quando contei de todos os que eu já tive. Cachorro, gato, tartaruga, iguana. Difícil algum que me desagrade! No fim do dia, ao chegar em casa, não importa a espécie, aqueles olhos de alegria sempre me ganham.

Nada melhor para curar a ressaca de um dia difícil, do que receber todo amor que o bichinho guardou durante o dia, especialmente pra gente! Impossível não sorrir ao vê-los vindo em nossa direção ou rolando pelo chão para chamar nossa atenção. Ou em cima da mala, como quem diz “Aaaaah não! Vai viajar de novo?”

Os animais tem uma sabedoria e um instinto que vai além da nossa compreensão. Desconfio de alguém em cujo colo, meus gatos não subam. Suspeito daqueles que não são lambidos pela Bonnie. Acendo um incenso se alguém entra e os bichos saem. Quem é do bem, é reconhecido!

Se um gato atravessar a rua, eu atravesso junto. Se caminho na noite e vejo cachorros por perto, chamo e peço para que me acompanhem. Se um pássaro se aproxima, ofereço meu dedo para que eles pousem (o que é normalmente recusado, devo admitir!). Quero sempre tê-los como companhias leais e carinhosas.

Quem maltrata animais nunca sentiu o que é amor de verdade. Lealdade de verdade. Carinho de verdade! Quem resiste a esse amor, realmente não merece um bichinho pra chamar de seu! É, se enganam os que pensam que nós humanos é que adotamos ou até compramos o nosso pet. Ele pode até morar na mesma casa, mas quem adota, se achar que deve, é ele!

Avisos da natureza

Não entendo qual o problema das pessoas com o lixo. Sério! É muito difícil colocar o lixo no lixo? Separar o seco do orgânico? Reservar um espacinho na bolsa pra colocar papéis de bala? Difícil entender os avisos que a natureza vem nos dando, ano após ano?

Semana passada, vi no Bom Dia Brasil uma reportagem sobre os gastos que a prefeitura de São Paulo tem só para a retirada de chicletes mascados da Avenida Paulista. É um milhão de reais, dinheiro público, para limpar menos do que metade de um quarteirão. Isso, é claro, sabendo que na próxima semana, será necessário começar tudo de novo. E nem vou mencionar o que as pessoas gastam consertando roupas por terem sentado na goma colada em postes e bancos de parada de ônibus.

Na TV, fomos bombardeados com as notícias dos desabamentos no Rio de Janeiro. Tragédias familiares, casas transformadas em destroços, cenas comoventes de dor e de emoção. Em muito lembrou o que aconteceu em Santa Catarina, apenas um ano antes. Os dois acontecimentos movimentaram o Brasil que se comoveu e doou roupas, colchões, trabalho.

O que me intriga é essa mania de achar que remediar é a solução e, ainda por cima, exaltar a capacidade do povo brasileiro em se doar aos outros nesses momentos de dor. Burrice, isso sim! Pura burrice! Esses desastres representam os gritos da nossa natureza: _ Por favor, parem de me destruir ou eu não conseguirei suportar toda minha carga de trabalho!

Mas mesmo gritando a plenos pulmões, a coitada da natureza ainda é ignorada por gente que joga lixo pela janela do carro, deixa papel de picolé na beira da praia ou corta árvores sem propósito. Enquanto não aprendermos a prevenir, muitas outras catástrofes virão. Quem sabe um dia, desmorone um barranco em cima de nossas próprias cabeças!

Não esqueçam que 2012 tá logo ali, virando a esquina!

Todo fim é um recomeço

Acabou a novela da Unimed. Depois de toda pressão feita pela Abicalçados, finalmente autorizaram o procedimento e acabei operando na sexta-feira. Agora é aprender a usar a mão esquerda em atividades antes tão simples de serem realizadas.

Descobri algumas coisas muito interessantes nesse processo: escovar os dentes é sempre um exercício de coordenação, fechar o sutiã aumenta a flexibilidade, é possível lavar a axila esquerda com a mão esquerda, digitar só com um mão, apesar de ser bastante irritante, não é algo muito difícil, escrever, entretanto, mostrou-se uma atividade bastante complexa e, mais do que tudo, aprendi que tudo bem depender de outras pessoas. Essa dependência incomoda mais a mim do que a elas.

Aprendi também que o meu cunhado, mesmo que amarrando os próprios dedos, consegue fazer um rabinho no meu cabelo. Também descobri que o pai consegue tirar meu esmalte e que minha irmã, mesmo que com certa dificuldade, pode cortar minhas unhas! Vi com meus próprios olhos o quanto a Laira acha engraçado ter que cortar a minha pizza e o quanto a mãe corre de um lado pro outro buscando tudo o que eu preciso, mesmo sabendo que consigo caminhar normalmente.

Ainda vou usar a tala por um tempinho e tenho certeza de que outros aprendizados virão. Bem ou mal, esse é mais um recomeço, só preciso me readaptar. E mudança é comigo mesma!

Agradecimentos especiais: Família Jeri/Fortaleza, por todo o cuidado e carinho. Mãe e pai por toda preocupação, cuidado, banhos e etc. Nana e Cu, por cuidarem dos meus filhotes, abrir a caixa de cereais e a de leite, ajudar a vestir a roupa, cortar a comida e etc. Gabi, por ter me levado no hospital debaixo de um toró, em pleno horário de expediente. Leti, Déia, Lena e Rogério, pela pressão na Unimed. Vó, tia e demais amigos, pelas mensagens de carinho.

Como funciona a emergência de uma plano de saúde

DIA 1
– Quebrei o braço em Jericoacoara, interior do Ceará.
– Fui atendida no hospital de Jijoca, onde fizeram um raio X e uma tala e sugeriram que eu voltasse para Fortaleza pois a fratura era cirúrgica.
– Cheguei em Fortaleza direto no hospital da Unimed. A tala não foi refeita e não fui medicada.
– Marquei cirugia para o outro dia, em Fortaleza.

DIA 2
– Cheguei no hospital e me deram um endereço onde eu deveria ir para autorizar a cirurgia.
– Chego no local e me avisam que o prazo para autorizar uma EMERGÊNCIA é de 4 dias.
– Decido voltar a Porto Alegre e vou direto para o Pronto Atendimento do Mãe de Deus, onde sou atendida pelo Dr. Fernando Nora Calcagnotto, cirurgião especialista em mãos e punhos.
– Minha tala é refeita e sou finalmente medicada.

DIA 3
– Verifico as opções de cirugiões no Vale do Sinos. Existe apenas um especialista em mãos, mas no google constam várias ações judiciais contra ele. Para minha sorte, ele está de férias.
– Ainda assim, a Unimed Vale do Sinos não parece disposta a autorizar a cirurgia em Porto Alegre.
– Consulto com o traumato de plantão em NH e ele me encaminha, por escrito, para cirugia com o Dr. Fernando.

DIAS 4 E 5: O setor de autorização de internações não atende em fim de semana. Nem mesmo em casos de emergência.

DIA 6
– Passo dia aguardando a autorização. Ligo e a resposta é sempre de que não apareceu a solicitação no Portal.
– Perto das 18h30, após várias ligações minhas, pedem para que o Dr. Fernando encaminhe a solicitação por fax!

DIA 7
– Sou avisada de que preciso fazer um novo raio x, com laudo, para que eu possa conseguir a autorização.
– Passo a tarde em hospitais, com plantonistas insensíveis, andando sem a tala, segurando bolsa e outros pertences.
– Quando digo que não consigo abrir uma das portas, já que, sem a tala, preciso usar a mão esquerda para segurar o braço quebrado, a resposta é: “Ela não é pesada!”
– Sem tala, meu braço fica ainda mais machucado e a dor volta.
– Uma nova tala é feita. A terceira em sete dias.

DIA 8
– Com dor, fico em casa, em repouso.
– Continuo aguardando a autorização da Unimed para minha cirurgia de EMERGÊNCIA.

– A Abicalçados, empresa onde eu trabalho, entra em contato com a Unimed pressionando um retorno.
– Recebo a notícia de que minha cirurgia NÃO foi autorizada pois existe uma especialista em mãos em São Leopoldo.

– Ligo para marcar consulta, sabendo que provavelmente terei que fazer tudo de novo (raio x, tala, etc).
– Dizem para eu passar a tarde no consultório no dia seguinte, pois TENTARIAM me encaixar na agenda.
– A Abicalçados pressiona para que a Unimed autorize a cirurgia em Porto Alegre.
– A Unimed finalmente autoriza.
DIA 9
– Ligo para a Unimed para saber se já passaram a autorização para Porto Alegre e respondem que sim.
– Ligo para a secretária do médico e ela explica que agora temos que esperar Porto Alegre comunicar a autorização ao médico.
– Marco minha cirurgia para amanhã mesmo assim!
E viva a saúde no Brasil. Quem sabe não seria mais rápido se eu tivesse tentado pelo SUS?

Continuando…

Braço em S, bugueiro desesperado, senta a Laira de um lado, o Marcelo capitão do outro e o Marcelo médico na frente. Todos me segurando. Eu segurando a mão. E lá vamos nós em direção ao posto médico de Jericoacoara. No meio do entrevero, ouvi o médico dizendo que havia uma ambulância lá. Já era um começo.

Entro posto a dentro e constato que o único médico do local é o que veio junto comigo. E eu só queria dormir… e de preferência acordar só no outro dia. Mas enfim, nosso médico receitou qualquer coisa pra dor que, na terceira tentativa de encontrar uma veia, a enfermeira conseguiu injetar. Foi o mesmo que nada! Era hora de imobilizar o braço, mas, é claro, não tinha gesso no posto.

Pobre Marcelo médico, tentando me ajudar da melhor forma, acabou fazendo uma espécie de tala com um papelão que encontrou por lá. Enquanto isso, meus amigos constatavam que não tinha nenhuma ambulância e tentavam um carro para me levar a Jijoca, onde tinha um hospital.

De tala de papelão, entrei numa caminhonete que a Associação dos bugueiros mandou pra me levar para a cidade. Foram comigo a Vani, o Marcelo médico e a esposa dele, Ana Carolina. Sobe e desce duna e, em meia hora, chegamos ao hospital de Jijoca. Dava medo só de olhar! Mas entrei…

Pedi, implorei, supliquei por um remédio, mas o doutor achou melhor não me dar nada e eu aguentei no osso. Literalmente. Tive ainda que esperar uns 20 minutos até o técnico do raio x chegar do banco. Quando ele chegou, desejei que ele tivesse ficado por lá mesmo. Achei que morreria fazendo aquele raio x, virando meu braço, sem medicação.

Raio x feito, constataram uma fratura cirúrgica e a recomendação era de que eu voltasse a Fortaleza. Pra isso o médico resolveu imobilizar meu braço com uma tala de verdade. Bom, tala de verdade pra ele, né? O pessoal precisava voltar a Jeri para pegar minhas coisas e o motorista da caminhonete ofereceu a casa da mãe dele para que eu não precisasse voltar no sobe e desce. Aceitei.

Cheguei na casa da mãe do moço. Aquelas típicas famílias nordestinas, com um milhão de pessoas passando pela casa. E umas crianças pançudinhas correndo e gritando: “mãe, mãe, vem vê a mulé doente!” Tá bom! Eu mereço! Pra melhorar, me serviram o almoço. Deixaram sobre a mesa arroz, feijão, farofa, um bife, GARFO E FACA! Respirei fundo e agredeci, comendo, é claro, apenas arroz, feijão e farofa!

Um tempão depois chegou outra caminhonete, dessa vez com o Marcelo capitão, a Vani e nossas coisas. E rumamos a Fortaleza! Quatro horas de viagem, eu já mais tranquila, avisando os familiares sobre o ocorrido e finalmente chegamos na casa da mãe da Tatá. O Pipou, pai, também é médico e com ele fomos para o hospital da Unimed.

Dessa vez recebi a prescrição de um medicamento que deveria ser injetado ali mesmo. Claro que também não acharam a tal da veia e meu braço começou a arder e a inchar (o outro braço, no caso!). Desisti do remédio e fui pra casa, com cirurgia marcada para o outro dia. Parecia que seria fácil.

Chego no hospital cedinho e descubro que preciso ir em um outro endereço solicitar autorização da minha Unimed, que é Vale do Sinos, para que eu faça a cirurgia em Fortaleza. Lá vou eu, de braço quebrado, pegar táxi até o outro endereço. Chego lá e descubro que o prazo para a autorização é de quatro dias. Sério, que espécie de emergência é essa?

Decido voltar pra casa. Ligo pra Tam e remarco as passagens minha e da Vani. O Véio e a mãe entram em ação, buscando os melhores médicos e a melhor forma de eu encaminhar a situação em Porto Alegre. Chegamos a meia noite de quinta para sexta e vamos direto para a emergência do hospital Mãe de Deus onde, finalmente sou bem atendida, por um médico especialista em mãos. A tala é refeita e finalmente meu braço é imobilizado de forma decente.

Marcamos de fazer a cirurgia, sempre achando que a Unimed autorizaria imediatamente. Achei que estaria tudo resolvido mas me enganei. Hoje é terça-feira, seis dias da fratura, e ainda não consegui operar. Minha esperança é de conseguir fazer isso hoje. Valeu Unimed por uma semana de braço imobilizado sem que ele esteja ao menos sendo curado. Plano de saúde é muito bom quando a gente não precisa dele.

Fora de ordem

Bom, vou contar a história do braço, como prometi, antes de contar toda a parte boa das férias! Estávamos em Jeri, a família toda: capitão Marcelo e sua fiel escudeira Tatá, Vani, Laira, Rodrigo e eu! Já havíamos subido a duna do por do sol, assistido a roda de capoeira e caminhado até a famosa pedra furada. Era hora do passeio de bugue para Tatajuba.

O capitão e eu fizemos algumas pesquisas de preço e optamos por contratar o passeio da Associação de Bugueiros de Jericoacoara. Como éramos seis, pedimos para dividir um dos bugues, caso houvesse algum casal interessado. Preço acertado, hora marcada. Nosso único compromisso seria acordar em tempo.

As 9h buzinaram em frente a nossa casa. Eram os bugues, um já com um casal dentro. Eu e a Vani subimos no bugue do casal desconhecido! E lá fomos nós! Logo que saímos o bugueiro perguntou: “vocês querem com emoção?”, a que prontamente a moça do casal desconhecido respondeu: “não! Nada de emoção”. “Que merda”, pensei eu cá com meus botões, mas lá fomos nós.

Na primeira parada, pedi pra Tatá e o Marcelo trocarem de bugue com a gente. Eles já haviam feito o passeio e eu queria que a Vani fizesse o passeio com emoção na primeira vez dela num bugue. Lugares trocados, logo paramos num mangue, entramos numa canoa e fomos para a água ver os famosos cavalos marinhos do local. Inclusive, como bem disse a Laira, o símbolo da justiça deveria ser um cavalo marinho, ao invés de uma balança, já que nessa espécie, quem engravida é o macho…

Enfim, saímos do passeio e o bugueiro serial killer resolveu entrar em ação! Sabe quando a duna forma aquele abismo em meia lua no lado que fica contra o vento? E sabe quando o bugue para lá em cima e então desce o precipício? Pois é, nosso bugueiro decidiu acelerar ao invés de parar e decolamos duna acima, parando apenas em solo firme, plano… e muito duro. Todos quicamos dentro do bugue, mas eu imediatamente percebi meu braço um “s”.

_ Gente, quebrei o braço.
_ Capaz, não deve ter quebrado, deixa eu ver.
_ Quebrei sim, olha!

Nesse momento veio a dor. COM TUDO! Baixei a cabeça e foi só o tempo de dizer: “acho que vou desmaiar”. O desmaio foi lindo. Sonhei, delirei, e o melhor de tudo, não senti dor. Mas durou pouco! Acordei com alguém tentando afogar meu ouvido! Olho pro lado e vejo a moça do casal desconhecido dizendo: “deixa o Marcelo olhar, ele é médico!”. É, eu realmente tenho mais sorte que juízo!

Continua…