Category Archives: Outras Histórias

Casamento

Tenho uma amiga que anda meio em crise no casamento. Diz ela que não há relação que sobreviva a rotina, ao hábito, as conversas de final de dia. Não há jeito de ter tesão depois de discutir sobre a alimentação do filho, ou sobre a cor do cocô da criança! Não há casamento que resista a bitoquinha de oi e bitoquinha de tchau!

Ela segue na revolta com um golpe baixo: “Sabe por que todo filme romântico termina na cena do casamento? Sabe? Porque não existe vida depois dele!” Palavras dela. Não tenho experiência pra concordar ou discordar disso. Mas o argumento é válido! Nunca tinha parado pra pensar…

A amiga, essa, falou ainda de uma crônica da Martha Medeiros, que fala sobre o beijo em pé. “Quantos casais casados ainda se beijam em pé?” Vou eu saber? Sequer sabia o que ela queria dizer quando se referiu a beijo em pé. “Depois de casado tu não beija mais. Não daquele jeito que beijava antes. Sabe assim, passar um pelo outro no corredor, dar aquele beijaço e seguir o caminho? Depois de casado, se tu tasca um beijo de verdade no maridão, ele já vem se chegando, querendo sexo!” Triste a realidade dela. Tão importante que é o beijo…

Será que existem casamentos que conseguem manter a emoção do relacionamento mesmo após muitos anos? Será que existe relação que se mantém viva e excitante mesmo após muitos anos? Será que isso é um sonho, um desejo, um exercício ou uma utopia? Cabe a cada um a decisão de arriscar ou não!

Crônica da Martha: http://bit.ly/bVqDSz

A piromaníaca da lareira

E começa um novo inverno. Eita faceirice! Isso porque há um tempo eu me descobri uma piromaníaca (pessoa que tem loucura, obsessão por fogo). Me descobri assim depois que mudei para um apartamento que tem lareira.
A história começa no cemitério.
Quando começou o frio, no ano passado, eu notei que havia um tiozinho que vendia lenha num caminhão a caminho do fórum. O caminhão ficava na frente do cemitério municipal e eu passava diariamente por ali. Num daqueles dias de frio de rachar cuca, decidi que havia chegado o momento de comprar a lenha e, finalmente, inaugurar aquela tal lareira que se encontrava lá, no meio da sala.
Parei por ali e me apresentei para o tiozinho dizendo que eu nunca tinha usado a lareira e fazendo mil perguntas sobre o que eu deveria comprar. O tiozinho me olhava, parecia atônito. Aí ele resolveu abrir a boca e eu notei que não havia nenhum dente por ali. Por consequência disso, seria quase impossível entender qualquer coisa que ele tentasse me explicar.
Assim , fui pra casa com dois sacos de cada coisa que ele tinha lá pra vender. Deveria dar conta do recado!
Cheguei em casa e esparramei os sacos pela sala, afastei o tapete e comecei…
Primeiro coloquei uns seis pedaços de lenha enfileiradinhos e fui com o fósforo tacar fogo! Claro que eu não acertaria de primeira. Então tive a brilhante idéia de usar jornal!!! Isso! Jornal deveria funcionar…mas nada, nécas mesmo! Uma fumaça cinza começou a se espalhar e contaminar o apto. Eu já estava parecendo a nega-fulô!
Depois dessa primeira experiência eu aprontei várias, todas frustradas, apesar de eu sempre perceber uma pequena evolução. Aí um dia a minha tia sentou do meu lado e me ensinou que agente tem que fazer filetes de madeira ou colocar umas pinhas que a lenha pega fogo bem mais rápido e sem tanta fumaça. Não sei porque eu não pensei nisso antes!
Hoje eu QUASE sei fazer o fogo rapidinho! Mas o melhor é que depois que a coisa pega eu fico atônita. Nem a televisão, o computador ou o vício pela internet me pegam mais. A minha atenção se concentra totalmente no fogo, nas brasas, em colocar mais e mais lenha pro fogo subir e subir.

Várias vezes já cheguei a sair correndo procurando um espelho pra ver se eu ainda tinha sombrancelhas! Mas nada demais aconteceu, eu só fico lá observando e colocando mais lenha. Me descobri piromaníaca! Adoro o inverno!

* Daniele Altenhofen é amiga da blogueira, advogada e gosta de brincar com fogo!

Por que ninguém chega na gente?

Há uma semana, estávamos entre um grupo de pessoas num café badaladinho em SL, para terminar o pré-TCC da pós. Após um certo tempo, o pessoal começou a debandar e ficaram três mulheres. Eu, a morena nerd e a morena que gosta de dançar.

Horas de conversas e gargalhadas depois, chega a loira bagaceira, também colega da pós. Pura coincidência. Reclamações de colegas pra cá. Reclamações do professor pra lá. Relatos de acontecimentos dos churrascos da turma pro outro lado. Horas de risadas entre quatro mulheres e sai a pergunta: por que ninguém chega na gente?

Quatro mulheres bonitas, bem sucedidas profissionalmente, bem resolvidas emocionalmente. Quatro mulheres que dirigem seus carros, que estão nos finalmentes do MBA. Quatro mulheres felizes, bebericando café e tomando cerveja. E nenhum homem chegou em nós.

E encuquei: POR QUE?

Sábado a noite, conversando com um CarasComoEu, perguntei: por que? Ele me respondeu com uma teoria: de segunda a quarta-feira, as mulheres que saem não estão à procura de um relacionamento (fato). E outra, ele disse que mulheres assim intimidam. Não deixam ser mandadas, não são submissas (fato).

Gostei da teoria, concordei com o que ele me disse.

Mas reitero que, no fundo, todas nós procuramos por alguém que nos proteja, alguém que nos faça sentir especial. E sim, isso acontece até em uma segunda-feira, num café de SL para terminar um trabalho da pós.

TPM mode [ON]

* Susan Furh é amiga e colega de MBA da blogueira, parceria de ceva no posto após a aula, dona do blog www.diariodeumalulu.blogspot.com e uma chefe pior que o Hitler.

O sequestro do Fu


Lá se foi, o carro (da minha sogra, novinho, não tinha nem seis meses de vida), o Play2, as mochilas, as comidas congeladas, as roupas, as carteiras, os celulares e principalmente, o Fuzarka. Ficamos enlouquecidos com a situação, sem saber o que fazer. Após tocar o interfone e chamar a Letícia e o Pipo (meu sogro) me veio a cabeça de ligar para o meu próprio celular que tinha ficado dentro do carro. Liguei a cobrar do orelhão que tinha na frente do prédio. 

Para minha sorte, o vagabundo atendeu, e disse que somente queria o carro para fugir dali e iria me devolver o Fuzarka e todas as coisas. Achei estranho e não tinha esperança que isso fosse acontecer. Liguei mais algumas vezes e eles só queriam saber se o carro era rastreado. Respondi que não e que queria muito resgatar o cachorro. Então, após muito tempo tentando convencê-los, o bandido me propôs uma troca: O Fuzarka por R$ 1.000,00. Falei que era difícil, pois eles estavam com minha carteira e todos os cartões, e naquele momento, já se passava das 22h (horário que fecham os caixas eletrônicos). Bem debochado, ele não acreditou que um cara dirigindo uma nave daquelas, não teria dinheiro para pagar o “resgate”.

Subimos para o apartamento para pensar melhor no que havia acontecido. A Taís só chorava, estava muito nervosa. Eu nem tanto, porque já passei por assaltos com armas antes. Foi quando eu disse que daria o dinheiro para resgatar o Fuzarka. Catamos todo o dinheiro possível. Foi aquela confusão! Pedimos emprestado para a bisavó (que morava no apto do lado), para o vizinho, para os sogros e conseguimos arrecadar uns R$ 600,00. Teria que ser suficiente!

Liguei novamente para combinar a troca. Cheguei a pensar que seria fácil, mas eles disseram que eu teria que ir até Cachoeirinha. E nessa hora a coisa piorou! Além de não conhecer nada da cidade, já era tarde da noite. Todos estavam com medo, não queriam que eu ligasse de outro celular para o número não ficar gravado e também para não ir com outro carro, pois estavam achando que iriam roubar também.

Eu estava decidido, mesmo contrariando todos, peguei o dinheiro, chamei um táxi (que cobra mais caro por ter que atravessar a ponte que liga a Assis Brasil e Cachoeirinha. Imagina o que pensei…), e me fui. Novamente, cena de filme de terror. Após a ponte, percebi que a cidade estava quase deserta e, para ajudar, com uma névoa típica dos faroestes americanos. Pedi para o taxista me deixar no primeiro posto. Desci e fui ao orelhão em frente ao posto para ligar. Os vagabundos pediram para esperar mais um pouco.

Que sentimento ruim, uma mistura de ansiedade, medo e outros. Comecei a tremer. Não sei se era o frio ou o que, mas não conseguia parar. Pensei, dar 500 ou 450 reais não iria fazer diferença. Fui até a conveniência do posto e bebi umas três Smirnoffs Ice. Pronto, a tremedeira havia parado!

Liguei novamente e eles pediram para eu ir caminhando por aquela rua até o Tumelero, que ficava a mais de 1 km. Respondi que não, porque não iria me arriscar tanto. Pedi para eles irem até lá perto, e eles falaram que iriam dar uma passada para ver se não tinha polícia. Haja paciência! Nunca fiquei tão apreensivo.

Após mais algum tempo, liguei e pediram para eu entrar na primeira rua a direita depois do posto, deixar o dinheiro em um orelhão e voltar para o posto que, logo, deixariam o Fuzarka lá. Lá fui eu (agora sem tremer), mas a cena de filme de terror não saía da cabeça. Chegando ao orelhão percebi um vulto correndo para um beco, sei lá o que era, mas nem tinha coragem de olhar direito. Deixei o dinheiro e voltei para o posto. Mais espera…

Nessas alturas, a Taís me contou depois, que eles já estavam desesperados, achando que tinham me seqüestrado, matado e tudo de ruim que pudesse acontecer. Mas essa é outra história!

Nunca o tempo demorou tanto para passar. Voltei a ligar, falaram que eu tinha feito tudo certo e que tinham deixado o Fuzarka amarrado em uma lixeira, logo depois do orelhão onde tinha deixado o dinheiro.

Desliguei e sai caminhando muito rapidamente para lá. Quando vi não acreditei, o Fuzarka vivo, amarrado com um cadarço na lixeira, com uma cara de medo, não entendendo nada. Pela primeira vez ele não fez festa quando me viu, estava muito assustado. Desamarrei o mais depressa possível e saímos de lá. Fomos até perto do posto para pegar um táxi de volta.

Nessa hora fiquei mais calmo, estava voltando para casa com o Fuzarka são e salvo (nós dois!). Só depois de chegar em casa que fui me preocupar com o carro da sogra. Afinal de contas, o Fuzarka não tinha seguro!

 
Depois disso, além do Fuzarka ser conhecido como o garanhão do Lindóia (bairro de POA), também passou a ser reconhecido como o cachorro do seqüestro. E eu como o Homem mais corajoso do mundo… (mas essa parte é dispensável).
Atualmente o Fuzarka está prestes a completar 8 anos (01/07/2002), não come mais ninguém, pois perdeu as bolas (foi castrado), mas vive feliz com seu papai, sua mamãe e sua irmãzinha, a Bellinha.

* Marcelo Cunha é educador físico, profe da blogueira, marido da Tatá e pai do Fuzarka e da Bellinha!

Carro, quem precisa???

Como dizem: é quando se perde que sentimos falta.

Sempre tive como me locomover. Desde antes dos 18 anos já andava de moto. E olha que naquele tempo andava sem capacete, com três em cima da coitada e todas as loucuras propícias da idade. Mas voltando ao tema, quando completei 18 anos e ganhei meu primeiro carro, nunca mais tinha ficado sem um. Até que esse dia chegou. Após morar dois anos de aluguel, eu e Taís (minha primeira dama) resolvemos comprar uma casa e, para isso, precisaríamos dar o carro na troca.

No início foi fácil, porque para quem mora em Porto Alegre e precisa somente ir onde passa uma linha de ônibus, sem problemas. Mas com o tempo isso foi mudando, principalmente quando queríamos vir a São Leopoldo. Nosso grande empecilho era o Fuzarka (nosso cachorro) que não pode entrar no maldito ônibus. Mas também tem os horários. Experimenta ir de metrô até a rodoviária num domingo a noite para pegar o ônibus. Ali está você, inserido numa cena de filme de terror…

Num belo dia programamos de ir para São Leopoldo para ficarmos um final de semana. A Taís pediu emprestado o carro da Letícia (minha querida sogra), um Astra SS vermelho (uma nave!). Pegamos o carro na sexta e fomos eu, Taís e Fuzarka.

No domingo a noite, lá pelas 20h, começamos a arrumar as trouxas para voltar pra casa. Daí pensei, hoje que estou de carro posso pedir o Play 2 (na época era o ultra-mega-super-master vídeo game) do meu irmão emprestado. Minha mãe também aproveitou para mandar uns rangos congelados. E ainda levei algumas roupas e claro, nossas mochilas carregadas com tudo da faculdade.

Lá fomos nós, em direção a casa da Letícia (que antes de ir morar “mal” na beira mar de Fortaleza, morava na rua atrás do Shopping Strip Center, hoje o Boulevard Strip Center). No caminho, eu pensava que, assim que possível, compraria outro carro. Uma tranqüilidade poder voltar para casa a qualquer hora.

Assim que dobrei na rua da sogra, diminuí a velocidade, pois a máquina era rebaixada. Percorri a primeira quadra e estávamos a 50 metros da entrada da garagem, quando um outro carro me ultrapassou e fechou a frente. Logo desceram três homens armados apontando para nós. Desespero geral!!! Um deles pediu para nós descermos e, como não era acostumado com o carro, não conseguíamos destravar as portas.

O cara quase quebrou o vidro com uma coronhada. Até que, não lembro se foi eu ou a Taís, mas alguém deu um jeito de destravar as portas. Nós dois descemos e os vagabundos entraram no carro. Foi quando me dei por conta que o Fuzarka ainda estava lá dentro. Num impulso muito arriscado, abri a porta traseira para pedir para o Fuzarka descer. Infelizmente ele ficou latindo para os bandidos e não desceu. Eles arrancaram!

(continua)

* Marcelo Cunha é educador físico, profe da blogueira, marido da Tatá e pai do Fuzarka e da Bellinha!

O que eu mais preciso

Oi pessoal, eu sou a Dani, e este é o segundo dia das mães que eu passo sem a minha.
Por isto resolvi postar um texto aqui, que exprime todo o sentimento que se aflorou nos dias que ela esteve em minha vida, que passou cuidando de mim, me educando e me acarinhando.

Sinto muita saudade e, no Dia das Mães, realmente dói mais. Hoje me agarro nas boas lembranças e destas eu me lembro muito, mas muito bem…

Mãe:
Obrigado pelas vezes em que eu nem sabia o que queria e você providenciou.
Obrigado pelos dias em que eu não estava a fim de nada e você me ajudou a fazer tudo.
Obrigado pelas noites que não precisei enfrentar o escuro sozinho, porque você lutou junto comigo.
Obrigado por me fazer as tarefas de aula quando eu ainda nem sabia direito para que serve estudar.
Mãe, obrigado por ter me repreendido e até castigado com amor, antes que a vida o fizesse com dor.
Obrigado por me dar seu colo sempre que a vida para ele me empurrou.
Obrigado pela comida de todos os dias, que nem sempre lembrei de agradecer.
Mãe, obrigado pela paciência para me ensinar mesmo nos dias em que não queria aprender.
Obrigado por ter errado, pois assim aprendi pelo exemplo a importância de me corrigir.
Obrigado por me ensinar as coisas mais básicas, que é o que me sustenta neste mundo tão complicado.
Mãe, obrigado por me levar à fé, para eu poder viver no Caminho que leva à vida.

Mamãe
Agradeço muito, por tudo isso, e por muito mais.
E te peço só uma coisa:

Continue nos braços do Pai do céu, porque assim eu sei que você vai sempre me dar
tudo o que eu mais preciso pra viver: Fé. Amor. Vida.Amo você!

* Daniele Altenhofen é alemoa, advogada, pretende abrir uma loja e adora festas. Ah e é amiga da blogueira.

Surf com obstáculos

Como todos devem saber depois de alguns posts da Beta, eu sou uma bodyboarder ultramegasuper fanática. Amo o mar, desde o verdinho clarinho em que tu consegue enxergar os dedinhos dos pés pisando na areia (quer dizer, eu não conseguiria ver nem que o mar estivesse transparente, mas as pessoas que não são ceguetas como eu, enxergariam), até aquele mar chocolate que te enche de coceira e deixa teus cabelos duros. É, fanática é fanática. Aguento frio, sujeira, caldos, muralhas na cabeça, sem nem reclamar.

A única coisa marítima com a qual eu não tenho uma boa convivência, é com peixe (pode isso?!?!). O pavor que eu tenho é de outro mundo. E tenho pra mim que eles sentem o medo da gente e, quanto maior o peixe maior o radar para medrosos na área.

Tá, eu sei que botos não são peixes, são mamíferos, mas também vivem no mar e são considerados, por mim, os maiores predadores de Nanas que existe. Parece que eles sabem exatamente onde eu vou estar e quando. Principalmente no inverno! É só eu entrar na água que logo eles estão por perto (sim, “eles”, porque eles nunca chegam perto de mim sozinhos. Sempre tem pelo menos dois. Não acham que isso poderia ser uma técnica de ataque??!!. Eles chegam a passar roçando na minha perna pra me botar mais medo. Meus amigos dizem que eles querem brincar… mas quem disse que eu quero brincar com eles??

História com peixes (e mamíferos aquáticos) são muitas. A mais recente aconteceu no feriado de Páscoa:
Estávamos no Farol de Santa Marta surfando, quando um amigo meu levou um mordida. Na hora não tínhamos ideia do que tinha sido, um tubarão talvez? Meu amigo saiu do mar remando desesperadamente com a mão pra cima e coberta de sangue.

http://www.youtube.com/user/nanaramos#p/a/u/1/CA31z-Uw7VM

Depois de horas procurando um posto médico ou um hospital e mais horas pra suturar sete pontos no total (recomendo a quem for para o Farol, levar um kit completo de medicamentos, porque só se acha atendimento médico a 25 km de lá!), descobrimos com pescadores locais que a tal mordida era de um peixe-espada e que essa espécie estava dominando as praias dali, fazendo várias vítimas.

Mas fanática que é fanática não desiste por pouca coisa, não é? No dia seguinte, adivinha quem tava de volta dentro d’água feliz da vida, com os pés e mãos para cima da prancha, sendo atacada por peixes-voadores, mas pegando altas ondas? Não preciso nem responder!

http://www.youtube.com/user/nanaramos#p/a/u/0/6q3rPnMNv4Y

* Nana Ramos é publicitária, irmã da blogueira, bodyboarder e vez ou outra é encontrada se engalfinhando com peixes e/ou mamíferos aquáticos na costa do sul do Brasil.

Minha voz continua a mesma, mas os meus cabelos…

Como o show não pode parar, cá estou eu novamente pronta para contar mais uma das minhas peripécias. Juro que além de mim, não conheci mais ninguém digno de tanto fiasco. Hoje em dia já tenho receio de fazer qualquer coisa porque sei que na maioria das vezes, as conseqüências são vergonhosas. O que me consola é que pelo menos, eu tenho história pra contar. E como tenho…

Bueno moçada, alguns dias atrás estava eu de saco cheio da minha cara, querendo mudar. Pensei comigo: vou cortar o cabelo, pintar de castanho escuro e depilar a sobrancelha. Decidida, marquei hora com a depiladora às 15h30 e com a cabeleireira às 16h, mas decidi que não faria a pintura no salão. Comprei uma tinta e fui até a casa de uma amiga ver se ela faria o trabalho sujo pra mim. Ela, por sua vez, aceitou o desafio e pintou todo o meu vasto cabelo. Deixamos a tinta agindo durante 40 minutos, conforme indicado na embalagem. Até essa hora eu estava faceira por já estar no processo de mudança. Aquela ansiedade para ver o resultado.

Chegada a hora de retirar a tinta, nos posicionamos no banheiro, de modo que ela conseguisse enxaguar os meus cabelos sem fazer muito lambuzo. Ela liga o chuveiro e sai uma quantia muito humilde de água. Pensei até que a criatura estava querendo poupar água ou pensando um pouco mais “psicopaticamente”, poderia estar querendo torrar o meu couro cabeludo. Mas não, a verdade é que havia terminado a água do prédio! Já era 14h50 e às 15h30 era o meu primeiro horário. Pensei até em enrolar uma sacola plástica no cabelo e ir até o salão enxaguar, mas o meu horário com a cabeleireira era às 16h, se eu esperasse até lá correria o risco de ao invés de cortar o cabelo, ter que comprar direto uma peruca.

Foi nessa hora que minha adorada amiga teve a brilhante idéia de pegar água da geladeira. Eu estava numa posição ingrata, com o cabelo pura tinta, o que poderia ser pior? Cada filete de água que escorria no meu couro cabeludo congelava até o meu nariz. Que dor! Parecia que a qualquer momento o meu cérebro ía se suicidar pelo nariz de tão gelada que estava aquela água. Para a minha sorte ou azar, a água da garrafa acabou, mas a Bianca teve mais uma idéia genial: havia sobrado água dentro da chaleira, que da mesma forma não serviu para muita coisa. Tenho uma grande quantidade de cabelo, que exige uma grande quantidade de água para enxaguá-lo.

E agora? O que se faz? Tivemos a brilhante idéia de pegar água de dentro da caixa de descarga do banheiro (veja bem, de dentro da caixa de descarga, e não de dentro do vaso sanitário, antes que alguém me chame de relaxada). Abrimos o reservatório e fiquei mais tranqüila, tinha mais água que um caminhão pipa. Daí por diante, só foi. Cabelo enxaguado da maneira que foi possível, me fui pro salão…

Saí do apartamento em cima da hora, cheguei no salão e fui correndo para fazer a sobrancelha. A sala é de depilação, toda branca, com uma maca branca, com um lençol branco… Eu lá, deitadinha. Finalizada a sobrancelha, levanto-me da maca e me deparo com uma rodela marrom na cabeceira da maca e mais duas rodelas onde estavam os meus pés, que no caso estavam sujos da água tingida que caía no chão e respingava nos tênis. Quando olhei aquela maca eu queria me enfiar dentro da panela de cera da moça. Pedi desculpas, porque graças a Deus meus pais me deram educação, e sumi da sala, desejando muito que chegasse a hora de eu lavar decentemente os cabelos.

Sentada na cadeira lembrei-me da “nhaca” que estava o meu cabelo, nessa hora o assistente me pergunta: “e o que tu faz, Vanice? Trabalha, estuda?”, eu logo pensei: “esse cara deve tá achando que eu trabalho no caminhão de lixo, aliás, dentro dele, pela imundice do meu cabelo.” Apenas disse pra ele, “Olha querido, esse caldo que está saindo do meu cabelo é porque acabei de pintá-lo e quando eu estava enxaguando faltou um pouquinho de água, ok?!”, eu não ia falar pro rapaz que eu havia congelado a cabeça na água gelada, ter usado água da chaleira e quase ter enfiado a cabeça dentro da patente pra enxaguar, né?!

Apesar de todo o tormento para o meu cabelo ficar bonito, valeu toda a função… só recebo elogios.

* Vanice Schuch é publicitária e diverte muito a blogueira com suas histórias mirabolantes.

Troco D´Alessandro por Maicon Sapucaia

Isso mesmo. Se eu fosse dirigente do Internacional, iria propor isto à diretoria do Pelotas. Sei das limitações do meu querido conterrâneo Maicon, porém assim não criaria falsas expectativas e falsas esperanças.

Todo o jogo é a mesma coisa. Nós colorados nos iludimos e pensamos: “Esse será o jogo do D´Alessandro!”. Ingênuos, muito ingênuos! Ele não joga mais nada faz algum tempo. Aliás, quando jogou alguma coisa, foi contra times de qualidade duvidosa. Guarani, Náutico, Coritiba. Em jogos contra qualquer outra equipe melhor estruturada, ele não faz nada além de “carimbar” a bola e devolver a um companheiro próximo. E adoro quando ele faz isso de primeira como se fosse craque (só precisam avisar a ele que craques fariam essa jogada para a frente, e não recuando para um zagueiro ou volante).

Ultimamente eu torço pra que algum zagueiro maluco dê uma voadora de dois pés no joelho do hermano, e deixe ele uns 12 meses afastado do futebol, e afastado do Inter, principalmente. Pena que os zagueiros são inteligentes o bastante para preferirem manter o medíocre em campo do que afastá-lo de lá.

Vou montar a campanha em prol do Maicon Sapucaia e passar ao povo colorado. Eles irão me entender.

* Gabi Dias é pai da Isadora, primo da blogueira e mais um entre tantos colorados decepcionados com o próprio time.

Titulo do Post (sim, é esse mesmo o título, incluindo esse comentário)

Já faz um tempo que a minha cu(nhada) me pede pra escrever um post pro blog dela e até agora não me senti inspirado pra escrever nada. Na real, esse costuma ser um problema pra mim. Porque eu gosto de escrever, gosto muito. Mas escrever mesmo, muito pouco. Meu googledocs está cheio de histórias começadas e acabadas. É isso mesmo, geralmente eu sei como começa e onde acaba. O problema é tudo que vem entre um e outro. Pois bem, dessa vez é mais fácil porque é uma história real.

Aconteceu já faz umas duas semanas, mas na verdade começou há três anos quando comprei o meu consórcio. Fiz as contas, ouvi os dois lados, juntei tudo e decidi que era o melhor pra mim. E apesar de toda a pressão por parte da família, hoje eu sou um motociclista! Porque motoqueiro é o motoboy!
Há dois anos tirei minha carteira de moto. Carro eu já dirijo há quase 10 anos e apesar do que minha namorada ainda fala eu não dirijo (mais) tão mal (outra hora eu conto o causo da Fiorino). E há pouco mais de um ano tenho minha moto.
Apesar de ter o maior respeitos pelos pedestres, afinal de contas fui um por quase 27 anos, não me considero um bom motorista. Odeio gente lenta no trânsito e tenho pavor de sinaleira. Mas me considero um bom piloto, fruto de anos praticando esportes de rodinha, como skate, inline e bicicleta. Eu me sinto realmente a vontade em cima de uma moto.
A moto foi, pra mim, um grito de liberdade. Primeiro, pela independência de poder ir e vir sem depender de carona, utilizando um meio de transporte que eu consigo sustentar e cabe bem no orçamento. E segundo, pela liberdade que a moto proporciona no trânsito insuportável da BR-116 que muitos de nós enfrentamos todos os dias e a facilidade de chegar a qualquer lugar e encontrar lugar para estacionar. Mas claro, nem tudo são flores!
Como disse meu pai, só existem dois tipos de motociclistas: aqueles que já caíram e os que ainda vão cair. Pois bem, há pouco tempo eu fui promovido do grupo de acesso ao primeiro escalão. Veja bem, a moto não é necessariamente um meio de transporte mais perigoso que carro. Só que quando acontece um acidente, o resultado é, na maioria das vezes, pior.
Sexta-feira, voltando do trabalho, peguei um dos muitos caminhos que tornam a viagem de Novo Hamburgo a São Leopoldo mais rápida. Estava quase em casa, de cabeça erguida, orgulhoso por ter feito um dos meus tempos mais curtos nesse trajeto e naquele horário. 
A soberba. Ah, a soberba. Nunca cante vitória antes da hora!
Saí da BR-116 e já começava a fazer a curva subindo o viaduto da rodoviária de São Leopoldo. À minha frente ia um tiozinho lento num Monzão velho e eu decidi dar um gás e ultrapassá-lo quando, de repente, perdi o controle da roda traseira da moto. Foram alguns segundos desde o susto inicial, o roteiro de Missão Impossível II passar pela minha cabeça e eu me esgualepar no chão.
Por sorte eu estava bem agasalhado, casaco grosso, calça Jeans, mochila nas costas e, claro, o capacete. Levantei rapidamente. Ouvia o barulho da moto caida no chão ainda acelerada. Olhei para todos os lados até me localizar na pista e me certificar de que não corria o risco de ser atropelado.
Felizmente, a vida é cheia de ironias. Um, existem as sinaleiras e, graças a elas, outros carros demoraram a passar por alí. Dois, o tiozinho lento do Monzão parou pra me ajudar.
Levantamos a moto, a levei até o acostamento, bati o pó, puxamos os manetes pro lugar e eu estava pronto pra ir pra casa. Nunca vou esquecer o tiozinho me dizendo: “cara, tu voou por cima da moto!” Realmente deve ter sido espetacular. Eu só respirava fundo, tremia igual vara verde e enchi os olhos d’água quando cheguei em casa e contei pra namorada o que havia acontecido. Eu tivera mesmo muita sorte de não ter acontecido nada mais grave.
Mas no fim das contas, fora um roxo na coxa esquerda, alguns arranhões nas mãos e joelhos, um casaco rasgado e 30 reais em consertos na moto, o que fica mesmo é a lição, o cagaço que nos ensina a não ser sempre tão confiantes, ter mais cuidado no trânsito e ser mais compreensivos com as pessoas lentas, afinal, elas podem te ajudar um dia.
Agora chega, não vou nem revisar a grafia dos porquês por eu devia era estar trabalhando no meu TCC.
Mas cara, eu voei por cima da moto!
 
* Rodrigo Rutkoski Rodrigues, o Rutz, é webdesigner, formando, meu cunhado e pratica motocross free style em ruas movimentadas.