Category Archives: Minhas Histórias

Punta Cana – segundo dia

Não quis mudar a sequência nos títulos dos posts, mas esse texto bem que poderia se chamar de “O dia da vergonha alheia”!

Acordei mais cedo do que deveria e aproveitei para fazer um estudo aprofundado do melhor local para ficarmos em volta da piscina. Avaliei direção do sol, proximidade do bar, proximidade do banheiro e proximidade do restaurante que serve pizza o dia inteiro. Fui chamar a Mari, expliquei sobre a pós graduação em melhor lugar para tomar sol que recém havia feito e nos instalamos. Dessa vez foi a vez dela pensar “quem sou eu pra discutir?”.

Tinha tudo para ser um dia tranquilo, dentro dos padrões all inclusive, então convidamos o José para participar. Primeiro foi uma Blue Marguerita, depois um Tequila Sunrise… Mas aí, mais do que de repente, aparece a Amber e sua trupe. Mas Amber não se lê assim como tu tá pensando. Se lê Éééémmmmmbêêrrrrr, bem alto e nasalado. Pelo menos foi essa a pronúncia que, a partir daquele momento, passamos a ouvir a cada dois minutos.

A Amber é do Texas, e trouxe com ela um grupo grande de outros americanos da mesma região. Estão em uma viagem de despedida de solteiro e vieram inteiramente equipados: bonés uniformizados e fluorescentes, canecas de cerveja térmica e fluorescentes, copos personalizados para drinks e charutos. Muitos charutos. Ah, tinha também uma mulher maravilha! Literalmente!

A trupe se instalou bem do nosso lado e fez a diversão da galera ao redor. A Mari acha que a Amber e a Mulher Maravilha são ex cheerleaders, mas eu acho mesmo que a Amber é ex Hooters. Sempre que um dos homens queria mais cerveja, se ouvia o Éééémmmbêêrrrr, Ai nid biiiieeeerrr! E eles sempre queriam mais cerveja! Faz a conta!

E claro, houveram performances. Eu perdi o dog style, mas a Mari disse que presenciou tudo.

Aí tu pensa: ta, a vergonha alheia acabou aqui. Mas não… Eis que me aparece uma fotógrafa do resort e começa a dirigir os casais da piscina em poses, na concepção dela, românticas, na nossa, esdrúxulas! E os casais atendiam aos pedidos dela!!! A grande maioria morrendo de vergonha, mas atendiam. Eram abraços pra cá, pega no colo pra lá, pega na garupa, joga água… Lindo de ver.

Aí a noite teria uma Domenican BBQ Party na praia. Churrasco, festa e praia! Como não ir? Chegamos cedo. Um mega buffet de comida, com carne assada tipo hamburguer. Nenhuma picanha apareceu por lá, mas mesmo assim, tava gostoso. E além da comilança, tinha o bar, é claro, e uma pista de dança retro iluminada. Alta produção.

A fotógrafa já estava lá e chegou a deitar na areia para conseguir o melhor ângulo para fotografar um casal (????). E logo chegou a Amber! Pronto, se acharam de novo! Amber de regata e sem sutiã, no melhor estilo Hooters. Pronta para um possível concurso de camiseta molhada. Pra nossa sorte, ele não aconteceu.

Mas teve dança, e ela dominou a pista. Dessa vez fui eu a presenciar a performance dog style. Ficamos ali, observando e dando risada da situação que só piorava. Vez que outra dava uma queda geral de luz e tínhamos alguns minutos para recuperar o fôlego para gargalhar novamente assim que voltássemos a enxergar. Quando o pessoal começou a dispersar, fomos embora, afinal, só Deus sabe o que nos espera amanhã!

To be continued…

Punta Cana – primeiro dia

Acordamos as 8h03. Isso mesmo! Porque aparentemente a Mari não consegue colocar o despertador para hora fechada. Quem sou eu pra discordar? E fomos para o café da manhã. Muitas opções, incluindo churros com chocolate. Decisão importante a ser tomada: o que fazer com a balança que tem no nosso quarto? Entre virar de cabeça para baixo e guardar no armário, optamos pela segunda!

Próxima decisão do dia: piscina (qual delas?) ou praia? Optamos pela praia.

O hotel tem um número bem agradável de pessoas. E pela grande quantidade de opções que oferece, nada fica lotado. Fomos pegar nossas toalhas de praia e demos a primeira risada do dia com o cara que cuidava dessa área. “Ohhh, Brasil! Brasil tá quebrado! Dilma quebrou Brasil!”. Parece que a notícia se espalhou!

Nos instalamos em nossas cadeiras já montadas e acolchoadas e demos início ao Projeto Carvãozinho 2016. Um tempinho depois, quando pensei em ir até o Beach Bar abrir os trabalhos nos drinks, aparece uma moça na nossa frente perguntando se gostaríamos de beber alguma coisa. Eles servem os drinks na praia! Um momento semi orgásmico logo pela manhã!

O temperatura do mar é muito quente. Pra mim, quente demais. Então na hora de dar uma resfriada, fomos para a piscina de borda infinita que ficava logo ali, de frente pra praia. Não sem antes dar uma passadinha no resort ao lado para termos ali a certeza de que fizemos a escolha certa. O vizinho é da mesma rede, o que significa que temos tudo incluso lá também. Mas não, obrigada. Esse sim, lotado. Crianças correndo, centenas de pessoas na piscina, gritaria… Voltamos correndo!

A noite fomos experimentar o restaurante tailandês e cortar um pouco o doce dos drinks com o amargo gostoso de uma cerveja gelada. O dia de sol é longo e, antes das 22h já estávamos querendo cama. Talvez fosse aquela sensação de domingo a noite. Afinal, amanhã é segunda-feira, dia de trabalho… Só que não!

To be continued…

Punta Cana – a chegada

“Beta, vamos pra Cancun?”, incrivelmente, foi a partir dessa pergunta que eu vim parar em Punta Cana! Ok, ok, ok, espertinhos, eu não tô louca, nem perdi os livros de geografia. Sei bem que Cancun fica no México e que Punta Cana é na República Dominicana, o que quero dizer é que, foi inspirada no convite da Tatá e do Marcelo, que acabei marcando essas férias… E carregando a Mari comigo! Obrigada dupla!

Mas antes de optarmos por Punta Cana, diversos outros destinos foram cogitados, entre eles, obviamente, Cancun, que era a primeira opção por motivos óbvios. Mas conversa vai e conversa vem, Mari e eu acordamos em uma questão: na verdade, não queremos conhecer nada, não queremos subir montanha, caminhar, nem se aventurar em esportes aquáticos. O que queríamos mesmo era uma semana de férias no sentido mais literal da palavra. Queríamos all inclusive, queríamos drinks coloridos e, mais do que tudo, queríamos não fazer nenhum esforço, nem mental, nem físico.

Ok, Punta Cana it is. Um destino relativamente barato, com boas opções de resorts, bons reviews no Trip Advisor e um vôo da Gol quase direto. Ainda assim, confesso que fiquei um pouco relutante com a decisão e segui pesquisando por alguns dias outros destinos no Caribe. Não sei bem o por quê. Mas enfim acabamos comprando nossa estadia e a passagem. E começou a contagem regressiva.

E o grande dia chegou! Encontrei com a Mari em Brasília (sim, o vôo era quase direto pra mim, e direto pra ela) e rumamos ao nosso destino. Sei que muita gente acha que eu vivo tirando férias, mas a verdade é que são raras as vezes que isso acontece. E sempre que acontece, me faz lembrar o quanto é bom! Já no vôo, indícios de uma semana de sucesso: vim deitada em três bancos só pra mim, curtindo uma musiquinha e já entrando no clima de descanso total.

Seis horas depois, o avião pousou no aeroporto com telhado de sapê e pudemos respirar o tempo quente e úmido da República dominicana. E já na chegada uma coisa ficou nítida: quem acha que o povo brasileiro é alegre o tempo todo, obviamente nunca pisou por aqui.

Pegamos uma táxi em meio a confusão de carros e pessoas no desembarque e, em cinco minutos, estávamos no Catalonia Royal Bavaro. Um resort tido como um destino para solteiros. Sem crianças ou casais em lua de mel. Pelo menos era mais ou menos isso o que as recomendações da internet diziam.

Na chegada, a moça da recepção explicou em detalhes todas as facilidades do hotel… E todas as opções! Uma coisa era certa, seria uma semana para comer e beber infinitamente, e sem pagar um tostão a mais por isso. Parecia pouco tempo apara aproveitar tudo o que estava a nossa disposição.

Já na primeira noite, uma White Party na praia. “Ok, me serve!”, pensei! Nos trajamos a caráter e fomos experimentar os primeiros drinks coloridos da jornada.

To be continued…

Na ilha da magia

“Aqui não tem criminalidade. Roubo, violência, vocês não precisam se preocupar com isso”. Essas foram as primeiras palavras do guia logo que chegamos a tão famosa ilha de Fernando de Noronha. Falam isso porque hoje em dia já não há maior privilégio do que esse. Belezas naturais? Tem também! Mas também tem em outros lugares. Agora, viver em comunidade, cada um respeitando o espaço – e as coisas – do outro, ah, isso é só em Noronha, mesmo.

Trânsito? “De vez em quando acontecem uns acidentes. Tartaruga bate em tubarão, arraia se desentende com polvo…” Que realidade é essa? Aos poucos fica fácil perceber que ela é o reflexo da natureza, que educou um povo sem refinamento, mas com respeito e preocupação pelo meio que lhes dá o necessário para viver. Mesmo que pelo turismo.

Assim de cara, o Noronhense pode não parecer muito simpático. Mas é só essa primeira impressão. A verdade é que são bem prestativos e adoram contar histórias. Só que estão tão acostumados com turistas o ano inteiro que não se preocupam em estender tapete vermelho. E nem precisa!

Noronha é uma aula de civilização. Nos quatro dias que passei na ilha, vi locais (ou “estrangeiros” que vivem por lá) recolhendo lixo que o vento carrega para o mar. Um deles chegou a parar o barco para juntar da imensidão azul, um saco de salgadinho que destoava da paisagem. Só na ilha, pude ver um tubarão do meu tamanho nadar tranquilamente por baixo de mim e ter a certeza de que ele prefere o buffet de frutos do mar que se oferece bem na sua frente, do que uma perna minha, torrada pelo sol. Como culpá-lo?

Não é bem um destino de lua de mel, como muitos imaginam. Aliás, as atividades são tantas e tão intensas, que seria difícil ainda ter energia para consumar casamento na volta para a pousada. Noronha é um destino de aventura: snorkel, mergulho com cilindro, prancha VIP, caminhadas, pontos de observação. Tudo exige muita coxa morro acima, panturrilha batendo o pé de pato e fôlego, para concluir as atividades inteiro e para absorver toda a diversidade de animais e de cores e ouvir todas as histórias da ilha.

É tudo muito simples, sem luxo. Internet? Forget about it! E é tudo caro. Mas vale cada centavo. Minha recomendação? O fundo do mar. Murchei de tanto querer nadar atrás de todas as possibilidades de animais que poderia descobrir por lá. Além do tubarão – ponto alto da aventura -, vi arraia, tartarugas gigantes, peixes de todas as cores e combinações – até um que parecia de oncinha. Percebi também que eles não se preocupavam com a quantidade de máscaras os observando. É como se soubessem o quanto valem. Como se soubessem que não existe melhor lar. Alguns pareciam se exibir, numa dança que exaltava ainda mais sua beleza.

E por falar em se exibir, que emoção a parte ver o show dos golfinhos rotadores. Para se comunicarem entre si, eles chegam a girar sete vezes antes de cair da água. E andam em bandos. Bandos de muitos golfinhos!! Nunca havia visto algo igual. Vários seguem os barcos por bastante tempo, como que nos escoltando em nossa saída, e foi ainda mais emocionante saber o real motivo: os machos vem para a superfície para despistar, enquanto fêmeas e filhotes fogem para um local mais seguro. Os homens deviam aprender com os golfinhos…

Que esse santuário possa manter-se preservado, e que essa vida marinha se sinta para sempre segura, para que nós humanos “civilizados” possamos viver ao menos uma vez a experiência de coexistir com respeito e admiração.

Algumas observações:

  • Os Noronhenses insistem que os tubarões da ilha são vegetarianos. Os interesse deles se resume a batata da perna, maçã do rosto, flora intestinal e raiz do cabelo.
  • Resultado de quatro dias de snorkel é bumbum napolitano. Além do creme e do chocolate, ficou uma faixa vermelha no meio.
  • Em Noronha não existe por do sol nublado. Lá acontece eclipse nuvial.

Quando o garçom é bom demais…

Eu ía começar o texto com a frase: “se tem uma coisa que me irrita…”, mas decidi mudar. Afinal, vamos combinar que eu não sou lá o melhor exemplo de paciência desse mundo. Logo, muitas coisas me irritam. Mas bem, imagino que seja unânime que todos gostamos de ser bem servidos. Em bares, baladas, restaurantes, ou onde for… Mas tão ruim quanto ser atendido por aquele garçom mal educado e mal humorado, é ser atendido por aquele que dá bom dia até pra pasta de dente.

Quando o garçom é bom demais, ele acaba sendo inconveniente na execução do seu papel. Ele chega e o assunto na mesa tem que parar, pois sabemos que ele deve ficar por ali por alguns longos minutos e que, qualquer, qualquer mesmo, assunto que ele escute, será relacionado com alguma história, piada ou causo. E ele não hesitará em dividir contigo!

Quando o garçom é bom demais, ele acha que mais do que servir a comida, a bebida ou seja lá qual tenha sido o pedido feito, ele precisa servir alegria, felicidade e arco-íris brilhantes com pôneis saltitantes. Ele não respeita o estado de espírito do cliente e insiste na tentativa de arrancar dele, nem que seja um mísero sorriso amarelo.

_ Uma água, por favor!
_ Ah, sim. Tu sempre pede água, né?
_ Na verdade eu sempre peço suco, hoje eu resolvi pedir água.
_ Ué! Tem certeza? Mas eu lembro de ti. Então não é água que tu sempre pede?

É nessa hora que ele aparece. O tal sorriso amarelo! E a gente faz aquela cara de “querido, quem sabe tu vai buscar a porra da água e me deixa comer em paz?”. Talvez esse seja um dos únicos casos em que o bom não tá no quente nem no frio. O bom garçom é o morno!

Alone in Bali – Day 6

Curti uma prainha em Seminyak para me despedir de Bali. A areia é fofa, mas é preta. Gruda no protetor e fica uma meleca. A praia é flat, tipo as nossas lá do sul, com exceção da cor do mar. Quase não tem onda por aqui, então a turistada aproveita para fazer aulas de surf. Foi divertido assistir.

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Comi minha última refeição típica indonésia e fui fazer uma massagem para enfrentar a jornada bem relaxada. Encontrei aqui algumas coisas que ainda não havia visto em Bali: táxi com taxímetro, água com gás e faca (até então eu recebia um garfo e uma colher e tinha que me virar com isso).

Acabei dividindo o táxi para o aeroporto com um casal de franceses e, conversando com eles, pude perceber que a escolha dos destinos muda bastante. Os europeus preferem o lado Leste da parte sul da ilha, enquanto que os brasileiros vão para o Oeste. Pelo jeito ainda tem muita coisa pra ver por lá.

Fora a vontade de voltar (logo!), ficam algumas conclusões. Na minha percepção, é claro:

Melhor praia: Balangan
Melhor hotel: Pink Coco, em Padang Padang
Melhor quarto: Rumah Lada, em Ubud
Povo mais simpático: essa é difícil, mas fico com Ubud e Seminyak
Lugar mais diferente: Uluwatu Beach
Melhor comida: Ku De Ta, em Seminyak
Da pra passar sem: Jimbaran

Peguei o vôo Denpasar – Doha e me surpreendi com o atendimento da companhia aérea. Como tenho um status alto no programa de fidelidade One World, as aeromoças vieram todas se apresentar pra mim, dizendo que qualquer coisa que eu precisasse era só chamar. Além disso, a cada refeição, eu dizia a minha preferência antes de ela começar a servir. Achei bem carinhoso e simpático.

Agora estou em Doha, acho que no Lounge mais bacana que eu já vi. São 00h35 e meu vôo é só as 8h da manhã. Melhor nem dormir por aqui e deixar o sono para as 14 horas de vôo que tenho que enfrentar até São Paulo. E depois aquela perninha final até Porto Alegre. Haja fôlego! Mas valeu muito!

Alone in Bali – Day 5

Acordei de um pulo, com uma música alta, triste, quase um choro, às seis da manhã! Corri pelo quarto igual uma barata tonta procurando por algum despertador que estivesse tocando sem minha autorização. Logo percebi que a música vinha da rua, um chamado para a reza Indu. Logo hoje que eu queria dormir um pouquinho mais…

Tomei um café maravilhoso na Rumah Lada e me fui ao Centro, de motinho. Eles não respeitam at all a sinalização por aqui, e o resultado era eu apavorada na carona do meu piloto que ía tranquilamente pela contramão. A bunda dele deve ter diminuído, de tanto que eu apertei com medo de bater o joelho no carros que passavam por nós.

Fiz minhas comprinhas que faltavam. Sarongs para a mulherada da família e uma cadeira de pendurar no teto. Oh yes! Tô levando uma cadeira pra casa! Negociei um mototaxi para voltar e meu piloto parecia ter uns 14 anos. Disse ele que sabia chegar no hotel, mas acabou que eu mesma tive que dar as direções. É bom mesmo eu ser um GPS ambulante numa hora dessas!

Ao meio dia, para minha surpresa, o Madi não estava lá para me buscar, conforme o combinado. Mas ele logo ligou para dizer que estava preso no trânsito. Por fim, quem acabou me buscando foi o irmão dele. Quase uma hora de viagem até Seminyak, eu pescando no banco de trás, mas segurando para não perder nada da viagem.

Já na chegada, deu pra perceber que Seminyak é bem diferente de todo o resto de Bali. Parece uma São Paulo, só que na beira do mar. Elegante, chique, cheia de hotéis e restaurantes de alto nível. Meu hotel, o Ping (é esse mesmo o nome) é bem bonito. Bom custo benefício, mas bem mais simples do que os outros onde fiquei. O staff, em compensação, é tão querido ou mais! Minha dificuldade aqui tá sendo com o inglês deles. Êta sotaquezinho difícil de entender…

Almocei no hotel mesmo e fui dar uma descansada para estar inteira para curtir o famoso por do sol no Ku De Ta, um tradicional restaurante daqui. E que por do sol. E que lugar! Uma atmosfera jovem, vibrante, novamente com um serviço impecável. E pra completar, foi lá que comi a melhor refeição até agora em Bali. Também pudera, a conta deu 720 mil rupias (eu pago em torno de 40 mil cada refeição). Só pra constar, comi o tradicional suckling pig (tipo um porco no rolete).

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Agora é descansar e preparar as coisas para curtir um pouco do meu último dia em Bali, amanhã. Sábado tô em casa, já com saudades daqui e com a certeza de que voltarei ainda muitas vezes.

Alone in Bali – Day 4

Dez e meia da noite e não consigo decidir como começar o post de hoje. Talvez Ubud tenha me deixado sem palavras, pra dizer o mínimo. O coração de Bali!

Deixei Padang Padang ao meio dia, e conforme o combinado, Madi estava lá para me levar ao próximo destino: Ubud. Cheguei na pousada meio arrependida, pensando “o que é que vim fazer aqui?”. Então entrei no quarto… UAU!

UAU, UAU, UAU! Não era um quarto, mas um bangalô só pra mim! Todo em estilo japonês, com móveis antigos de madeira belíssimos. E o banheiro é aberto. Assim mesmo, ao ar livre. Claro que cercado por muros, mas é como se o banheiro tivesse uma varanda. Só vendo pra acreditar.

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Peguei minha bolsa e fui perguntar para a dona do lugar como fazer para ir ao Centro. Sabia que lá eu poderia caminhar entre os lugares que queria visitar. Trisna não só me explicou como chegar de um lugar pro outro, ela desenhou um mapa e pediu para um dos meninos me levar. De moto! Uma querida. Disse que eu poderia esperar no restaurante que ela tem por lá, que as 21h alguém estaria lá para me buscar. Como assim?

O menino que eu não sei o nome me levou direto para a Monkey Florest, a Floresta dos Macacos. Quem me conhece e sabe da minha loucura por bichos pode imaginar minha felicidade por lá. Já entrei com duas pencas de bananas! E os macacos aqui são uns fofos, subiam na minha cabeça, no meu ombro, até colo eu dei… Mas as bananas duraram pouco. Eu sou facinha!

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Saí de lá e caminhei até o Ubud Palace, por entre lojas de roupas e artesanato local. Me segurei para não comprar (muito!) pois sabia que la na frente haveria um free market, daqueles de negociar até a mãe. Parei para tomar um suco no meio do caminho porque o calor aqui é de matar.

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Cheguei no palácio, comprei entrada para o show de dança que acontece a noite e fui às compras. O mercado tava meio vazio e a galera desesperada pra vender. Eu, como sempre, prefiro não chegar no limite da negociação, mas num preço que considero justo pra mim e bom pra eles. Tudo o que eu não gastei na viagem toda ficou ali. Saí feliz…

Caminhei mais um pouco até o Warung Lada, o restaurante da Trisna, e almo/jantei. O lugar serve comida caseira indonésia e juro que manteria fácil a dieta se legumes fossem sempre tão bons quanto os que eu comi ali. Mais tarde eu pedi a receita para a Trisna, mas apesar de ela jurar que é muito fácil, vai caldo de peixe e caldo de ostras, que convenhamos, não é bem assim pra encontrar pelo Rio Grande do Sul. Deixei minhas compras ali e voltei para o Palácio.

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O show de dança foi meio chato, pra dizer a verdade. Eles dançam muito com os olhos, se é que isso é possível, e apesar de interessante, uma hora e quinze de olhinhos dançantes não fazem muito o meu estilo. Voltei para o restaurante e encontrei a própria Trisna, com o marido e o cheff, que me fizeram sentar e experimentar a Ginger Beer (cerveja de gengibre), receita do maridão. Como boa fã de gengibre que sou, amei a cerveja, que pra mim tava mais pra refrigerante. De qualquer forma, to levando a receita pra casa!

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Impossível sentir a verdadeira cultura balinesa sem pisar por aqui. Não é a toa que o lugar é chamado de O Coração de Bali. Aqui sim, Tatá, fiquei com muita vontade de abraçar vários e perguntar “Por que tu é tão queriiiiiido?” Voltamos para a pousanda, a Trisna e eu, já com o plano de retornar amanhã para comprar umas coisinhas que hoje tive que deixar pra trás.

Alone in Bali – Day 3

Apenas o terceiro dia e tanta coisa já vista. E Bali segue me surpreendendo com a energia e as paisagens, por vezes estonteantes, por outras, simplesmente fora do comum. O dia começou cedinho, como já de costume, com o sol alto na janela. Desci para o café, mas para minha surpresa, estava tudo fechado. Aparentemente tudo começa um pouco mais tarde por aqui.

Fui pra piscina e acabei conhecendo mais um casal de Porto Alegre, que no fim, descobri que o cara é irmão do dono da pousada de Garopaba que eu conheci em Balangan. Quem diria? E se eu ainda tinha dúvidas sobre me locomover no dia de hoje, elas acabaram logo de cara. A Mariana me contou sobre a experiência do casal com a motoca: ela caiu e se esfolou toda e o namorado foi reto na parece. Motocas selvagens!

Pink Coco

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Fui até a recepção e pedi para alugar um carro com motorista, saindo ao meio dia e voltando depois da Katchak Dance, pelas 19h. Muito receptiva, a moça ligou para uma empresa e fechou o negócio, me custaria 100 mil rupias por hora, portanto, 500 mil rupias o dia (?!?!?!). Ou eles não sabem direito fazer conta por aqui, ou ela negociou o preço e eu não entendi… Enfim, no início pareceu caro, mas no fim achei que valia a pena pagar 100 reais pra ter um carro a minha disposição a tarde toda.

E por falar em preços, esqueci de comentar que aqui em Padang Padang é tudo bem mais caro do que em Balangan. Uma refeição por lá saía em torno de 40 mil rupias com bebida, enquanto que aqui, só o prato fica em torno de 100. Deve ser a inflação porque a Julia Roberts já passou por aqui!

Peguei meu novo motora e fomos direto a Green Bowl. Segundo minha pesquisa, e veementemente confirmado pelo Marcelo e a Tatá, esse seria o destino mais bonito da ilha. Mas numa dessas últimas aulas lá na Perestroika, o Felipe Anghinoni disse que a expectativa é a mãe da merda. Pois é! O mar aqui, com certeza tem a cor mais bonita, as ondas quando quebram parecem cor de pasta de dente de menta, mas a praia estava cheia de lixo! Como é um lugar meio deserto, imagino que seja o próprio mar que jogue as porqueras ali, mas de qualquer forma, achei bem desagradável.

Green Bowl

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Alguns balineses estavam pescando por ali e logo vieram pra minha volta, tentando se comunicar. Mas ao invés de falarem inglês, tentavam me ensinar o indonésio. Não deu! Logo me dei conta de que eu era a única pessoa ali, cercada por cinco homens, com 283 degraus pra subir até encontrar meu motorista. Achei melhor vazar. Na boa, achei que não valeu a trabalheira. É muita escada. Muita! Talvez seja mais bacana em grupo, mas definitivamente não é lugar para se ir sozinha.

Próximo destino: Uluwatu Beach, a meca do surf! Essa praia é sensacional, diferente de tudo o que eu já vi. tem que descer morro abaixo (como sempre!) pelo meio de uma “favela” de bares e restaurantes. Assim mesmo, desorganizando, uns por dentro dos outros, sem sinalização… Achar o caminho pra descer foi difícil, mas vi que a maré tava alta e tinha só um pedacinho de areia. Resolvi então sentar pra almoçar em um desses lugares, com vista privilegiada para as super ondas e as manobras dos surfistas. Sensacional.

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Pra quem estiver acompanhado, essa é a praia onde rolam as festinhas. No One Finn, todo domingo, tem uma festa ao por do sol, com música eletrônica (éca!). Mas além desse, tem vários outros barzinhos legais por ali. Valeria ter passado uma noite por aqui também.

De lá, fomos ao Uluwato Temple, um templo Indú bem tradicional daqui, onde, ao por do sol, rola um espetáculo de dança chamado Katchak Dance. O show é maravilhoso! Sem música, sem instrumentos, só um grupo de homens gritando Katchak, katchak, katchak repetidamente (ainda acho que vou sonhar com isso!) e os atores interagindo ao redor. Nunca vi nada igual. Meu único problema era decidir se eu olhava pro sol ou pra dança. os dois eram lindos!

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As 19h o espetáculo terminou e voltei pro hotel com meu motora, sã e salva e pronta para ir para Ubud amanhã ao meio dia. inclusive tô pensando em trocar a ida ao vulcão por uma ida ao Ubud Palace, onde acontecem outros espetáculos de dança balinesa. To be decided!

Alone in Bali – Day 2

Novidade pra mim, sigo dormindo cedo e acordando mais cedo ainda. Acho que pra quem está sozinha pela Indonésia, o melhor mesmo é aproveitar o sol. Era 7h quando abri os olhos e me deparei com o quarto super iluminado. Olhei pela janela e lá estava o mar, lotado de surfistas. Fiquei imaginando a que horas eles acordaram!

Decidi ficar pela piscina, já que é uma descida íngreme até a praia e eu poderia tomar o café da manhã e pegar meu bronze com todo o conforto, por ali mesmo. Fiquei de papo com a família da pousada de Garopaba enquanto me atualizava pelo What’s App sobre os acontecimentos back home. (Ingresso pro Foo Fighters comprado, by the way. Thanks Sis).

Piscina Balangan

Era 11h30 quando decidi partir para o próximo destino. Pra minha sorte, o pessoal do hotel foi super querido e carregou minha mala até o lobby/bar/restaurante/ponto de táxi. Aliás, importante ressaltar esse ponto: o ideal por aqui é realmente vir de mochila. Os hotéis sempre possuem caminhos tortuosos, com chão irregular e escadas pra subir. As malas são bem complicadas pra carregar. E, apesar de eu sempre dizer que uma mochileira deve conseguir carregar suas próprias coisas, fiquei com vontade de abraçar o balinês que carregou as minhas.

Meu taxista apareceu no horário combinado e rumamos para Padang Padang. No caminho ele pegou um atalho pelo meio da Dreamland Beach, para que eu conhecesse. Me contou sobre como o ex ditador indonésio desocupou aquelas terras, 25 anos atrás, a maioria através de força bruta e armas. Hoje, segundo ele, a Indonésia vive uma democracia com um presidente eleito pelo povo, que aparentemente faz sucesso. “Não entre os parlamentares”, ele fez questão de ressaltar. Madi, o motora, me contou que o presidente é muito querido pelo povo, uma pessoa humilde, que está sempre circulando para entender as necessidades.

Ficou claro que ele é fã do cara! Ele ainda me contou que hoje eles votam para outros cargos como governador e prefeito, mas que o parlamento tem um projeto para que apenas o presidente seja eleito de forma democrática, segundo Madi, uma forma da elite política se posicionar contra o atual presidente. Mudamos de assunto e passamos a falar sobre o ritual Indú que assistirei amanhã em Uluatu, mas o Madi usou tantas palavras locais pra tentar me explicar a história que acabei desistindo de entender. Ele disse pra eu não me preocupar pois vou receber um folder com toda a história antes da dança. Melhor assim…

Antes de me deixar no Pink Coco, meu hotel em Padang Padang, Madi propôs me levar a Ubud, meu destino daqui dois dias. Disse ele que “tu foi legal comigo nesses dois dias, agora quero ser legal contigo”. Ele só não se ofereceu para amanhã porque tem uma cerimônia de cremação pra ir. “Mas não se preocupe, não é ninguém próximo”. Ok! E quem disse que o universo não devolve, né? A gente colhe o que planta e o Madi virou meu motora, amigo e guia local. Bom pra nós!

Fui muito bem recebida no Pink Coco. Fiquei imaginando se era porque eu já havia deixado o hotel pago antes de vir. Ganhei um chá gelado de boas vindas. Doooooce daqueles de doer os carrinhos, mas tomei tudo pra não parecer mal agradecida. O quarto ainda não estava pronto, então aproveitei pra almoçar enquanto preparavam tudo pra mim.

Quando cheguei no quarto… UAUUU! O mais legal de todos até agora. Todos os móveis do quarto são feitos de cimento. Até o chuveiro! Mas era hora de aproveitar a tarde para conhecer Padang Padang, e não de ficar no hotel. Dei de mão numa toalha e me fui lomba abaixo. Primeira coisa que vejo na entrada da praia é uma macacada com cara de que aprontam todas fazendo a alegria dos turistas. Segui descendo por um caminho incrível pelo meio de pedras que de tão estreitas em alguns locais, só passa uma pessoa por vez.

Quando finalmente cheguei na praia, me deparei com uma multidão de pessoas, e não era esse auê todo que eu queria! Deitei por ali, mas foi só o tempo de avistar um caminho por entre as pedras na beira do mar, que resolvi dar uma caminhada. Afinal, de escalar pedras na beira da praia eu entendo, né Gabi?

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Fui andando por ali até não ver mais ninguém. Estendi minha toalha e desfrutei de uma das paisagens mais bonitas que já vi. O contraste do mar com as pedras e o por do sol que rolou no final da tarde me fizeram entender por essa foi a praia escolhida pelos produtores de Comer, Rezar, Amar. Um mergulho nas piscinas que se formam entre os corais e quando vi, já era hora de voltar e encarar toda a subida de volta pro hotel.

A noite resolvi sair sem rumo. Logo ouvi uma música e resolvi segui-la. Fui parar numa hamburgueria de um brasileiro, que era quem tava tocando e cantanto ao vivo. Ele acabou me apresentando para outros brasileiros que moram na praia. E eu achando que aqui eu não encontraria nenhum!

Amanhã é dia de Green Bowl, Uluwatu Beach e Uluwatu Templo, mas ainda não sei como vou fazer pra chegar até lá. Será que alugo uma motinho?