Author Archives: Beta

Uma jornalista, como outras tantas, que as vezes sente falta de escrever sobre o que dá na telha. Escorpiana, mochileira, curiosa por natureza.

A droga do meu template novo!

Eu quero um template novo. Pronto, falei! Tentei manter em segredo, pra fazer uma surpresa pros leitores, mas não dá, porque o Cu e a Sis sempre têm outras prioridades antes de mim. É assim mesmo que eles me tratam. A última prioridade! Hunf!

Pros desavisados, template é essa imagem que fica aí, no fundinho do blog. Pois então, quero trocar de roupa. E não adianta dizer que esse design é bonito, que dificilmente um novo template combinará mais com a cara do blog, ou mesmo que se eu trocar, o blog vai perder o sentido.

NÃO QUERO NEM SABER! Quero um template novo. Minha amiga Mai já mudou o template dela um zilhão de vezes. Bons amigos tem a Mai. Fiquei com inveja, confesso! Vira e mexe tá ela lá, se exibindo de cara nova. E eu lá, velha, atrasada, desatualizada dos modismos e tendências templatísticas.

Pra piorar sabe o que ela disse? “Se precisar, me passa a idéia que a MINHA amiga te ajuda!”. Cu e Sis, vocês tem certeza que vão deixar assim essa situação? Hein? Hein? Hein?

Agora assim, enquanto eu não ganhar meu template novo, tô em greve de post! GREVE! Não escrevo mais! E se eu não aguentar muito tempo (aquele lance da ansiedade e tals), ponho um template bem feio, mas bem feio meeeeeeeeesmo, e digo que foi vocês que fizeram. Aham, ideia da Mai essa! Praticamente escorpiana a moça!

Alguém ajuda na campanha “Quero um template novo?”
Pleeeeeeeease?

O celular perdido

Aí ontem toca o meu telefone fixo:
_ Oi, é a Beta?
_ Sim! Quem fala?
_ Beta, tu perdeu alguma coisa sábado a noite?

Beta pensa. Pensa mais. Pensa mais um pouco.

_ Como assim? Não sei!
_ Quero saber se tu perdeu alguma coisa no sábado a noite!
_ Por que?
_ Um celular, talvez?
_ Ah! Minha irmã perdeu um celular no sábado a noite!
_ Eu achei!
_ E a senhora está disposta a devolver?
_ Sim, mas mediante uma gratificação, pois estou precisando de um aparelho.
_ Entendi. A senhora encontrou o celular onde?
_ Na frente de um prédio novo, no Centro.
_ Ok! Me dá teu telefone que vou passar pra minha irmã e ela entra em contato contigo!

Toc, toc, toc na vizinha:
_ Nana, uma mulher achou teu celular!
_ Como assim? Agora? Acabei de comprar outro!
_ Pois é, ela achou! E quer uma gratificação. Liga lá pra ela e vê!

Três minutos depois, toc, toc, toc na minha porta. Era a vizinha:
_ Falei com ela, ela quer R$ 150,00 porque precisa de um aparelho, mas o meu tem um monte de função que ela não precisa. Vou tentar cancelar a compra que eu fiz hoje!

Liga pra Vivo, e nada! Liga pra Vivo, e nada! Liga pra Vivo, e… acho que a Vivo morreu!

_ Beta, tu acha que eu devo esquecer o celular e deixar com a mulher?
_ Acho! Já eras, tu já comprou outro. Foda-se! Mas liga pra ela e pede o chip, ou pelo menos que ela destrua o chip, já que tem toda a tua agenda nele.
_ Tá, vou ligar! Que ela faça bom proveito do aparelho!

Nisso chega o Cu:
_ Cu, uma mulher achou o celular da Nana. Mas ela tá ligando lá pra dizer que não quer mais.
_ Capaz?
_ Sim, mas quer R$ 150,00 pra comprar um aparelho.
_ Diz pra Nana trocar com ela o aparelho dela por esse Sony Ericson aqui que é mais barato.
_ Boa!

Nana no fone. Desliga:
_ Ela disse que é pra eu ir lá buscar. Que ela não vai ficar com o que é meu, que eu posso pegar de boa!

E lá foram eles:
_ Oi, sou a Mariana.
_ Entra Mariana. A gente é pobre, mas não fica com as coisas dos outros. É que fui assaltada e tô sem celular, além disso, meu marido está desempregado!

_ Sei bem como é isso! Também estou desempregada. É difícil. Trouxe esse outro aparelho aqui pra senhora, com carregador, tudo direitinho.
_ Não, não. Pode levar teu aparelho. Não quero nada em troca.
_ Eu insisto. Muito obrigada!

E voltou a Nana, toda sorridente com seu celular em punho!
Agora é ressuscitar a Vivo pra ver se desbloqueia o chip e cancela a compra do outro.

Ainda existe gente do bem no mundo, hein? Quem diria!
Um viva pra dona Isabel.

Bicho carpinteiro??

Sou muito ansiosa. Não consigo controlar. É mais forte do que eu. Por exemplo agora, sabe por que eu tô aqui escrevendo? Porque já escrevi o post de amanhã e não tô me aguentando de vontade de publicá-lo hoje mesmo! Vê se pode! Por causa do post de amanhã, já tô escrevendo o post de depois de amanhã! Ah, e pra não confundir ninguém, quando estiverem lendo esse post, o hoje será dois dias atrás e o post de amanhã será o de ontem. Deu pra entender?

Não sei de onde vem isso, esse imediatismo todo! Não sei esperar… Melhor, não consigo esperar! Saio atropelando. Quero tudo pra ontem: trabalho, resultado, respostas, ações, reações. Não posso com gente devagar, gente que não se importa. Eu me importo, eu quero saber! Gostou? Não gostou? Quer mais?

Quando eu quero dar um presente pra alguém é pior. Só posso comprar alguma coisa se, no caminho pra casa da pessoa, eu passar por uma loja e ver algo interessante. Se eu comprar antes, dou antes. Impossível eu ficar em casa com um presente a ser dado em dias… ora dias… O presente é legal porque naquela hora que tu viu, tu lembrou de alguém, se importou com alguém. Como posso conseguir guardar esse sentimento todo até a data do aniversário? Ou até o Natal? Ah, não aguento! E pior, não consigo admitir que alguém aguente.

Talvez eu tenha que correr mais, pra descarregar essa energia toda e reduzir o pique. Ou meditar. É isso, acho que preciso aprender a meditar… mas se vierem de novo com a história de contar a respiração, ah, daí acaba com o restinho de paciência que me sobra.

Zoológico particular

Aí, como tenho o ticket aquele que vai me levar pro céu no elevador da Daslu, disse pro Marcelo e pra Tatá que cuidaria dos filhotes deles enquanto eles estivesses curtindo a vida e pegando um bronze nas praias de Fortaleza e Jericoacoara. Coisinha pouca eles, quando resolver sair de férias.

Enfim, adoro os bichinhos e não me custa levar os dois pra passear duas vezes por dia. Quando tem sol, é claro! Porque fiquei sabendo ontem que, quando tem chuva, eles passeiam igual! Não curti muito a novidade, mas quem tá na chuva é pra se molhar! Literalmente…

Pelei o Fuzarka (sim, ele usa roupas!) e peguei a Bellinha no colo, rumo ao jardim. No caminho, achei melhor levá-los pra minha casa. Sim, sábado eles haviam estado lá e conviveram em harmonia com meus filhos felinos. O que poderia sair errado? Eu faria um teste!

Cheguei no prédio e saí com os dois para as necessidades básicas aquelas. A Bellinha é cega e é a coisa mais engraçada de ver o ritual que ela faz. Larga ela na grama, ela fica estátua. Pega ela e larga 30cm pro lado, ela cheira e começa a rodar sobre o próprio eixo. Muito! Daí parece que afrouxa o intestino e ela faz o que tem que fazer. Terminada a função, ela vira estátua de novo e levanta a pata. Do tipo: “Deu! Tô pronta!”.

Tudo certo, subi com os dois e foi aquela função, cachorros no colo e gatos na guarda do sofá. Todos juntos, mesmo que meio aos trancos e barrancos. Pra ajudar, ainda rolou um happy hour + pizza + opening bem no meio do meu zoológico particular.
Bellinha de colo em colo, Jack de colo em colo, Johnnie passeando por cima do sofá e o Fuzarka, óbvio, grudado em mim. Ele é meu chicletinho desde que eu salvei ele do afogamento! Mas isso é outra história.

Todos passamos bem a noite, mas hoje de manhã, quando tocou o meu despertador, o zoo inteirinho acordou. Era tanto latido que eu tenho a forte impressão que até meus gatos aprenderam outro idioma durante nesse meio tempo…

Pelo sim, pelo não, melhor cada um na sua casa essa noite!

Guarda-chuva

Odeio guarda-chuva. Uhum, odeio! Não tenho nenhum problema com chuva. Inclusive eu gosto de chuva. Acho que a chuva limpa, renova as energias. Sim, eu gosto bastante desse lance de energia… Mas guarda-chuva, bah, não dá pra aguentar. Meu problema não é com o guarda-chuva em si, o coitado é inanimado. O problema são as pessoas. Bom, óbvio que o problema seria esse. Especialmente, nesse caso, pessoas que usam guarda-chuva.

Com o guarda-chuva fechado, a maioria não consegue simplesmente segurar o dito cujo, fica balançando pra frente e pra trás… e lá vai ele, se achando o Gene Kelly em Cantando na Chuva. “I´m singing in the rain…” Pouco importa quantas canelas serão acertadas com o maledeto. Quanto mais pontuda a extremidade do guarda-chuva, mas forte ele é balançado… tal qual uma lei da física! Às vezes o balançar do objeto ainda vem acompanhado de um assovio ritmado. Façameofavor!

Aí se chove, efetivamente, ele abre o telhado provisório, mas não percebe que sua circunferência aumentou. O cuidado com quem passa ao lado é nulo e, se não cuidar, te levam um olho embora. Nessa hora eu gosto de ser baixinha, pois fico abaixo na zona de risco. Pros baixinhos o problema é outro: goteira. Sim, guarda-chuva forma goteira, que escorre em cada um dos aramezinhos que fazem parte da armação e caem sabe onde? Bem no meio da cuca dos baixinhos que passam por baixo!

Acho que deveríamos fazer porte de guarda-chuva. Isso mesmo! Só sairia por aí de arma em punho aquele que tivesse feito curso, entendesse a lei de Lavoisier e soubesse manejar com precisão o instrumento. Ou carteira de guarda-chuvista. Tem que aprender a estacionar o objeto no local adequado, sem molhar ambientes, pessoas ou qualquer outra coisas que esteja próxima. Dirigir somente na sua pista e avisar quando for fazer ultrapassagem. Ou calçadas de mão dupla, com sinalização e tudo. Já pensou?

Enquanto isso não acontece, o bom mesmo é aderir a boa e velha capa de chuva. Além de estarmos protegidos da água, temos mais agilidade para desviar dos guarda-chuvas descontrolados que insistem em perambular por aí…

Esquizofrenia

Esse lance aí da dupla personalidade deu o que falar. Uns gostaram muito da ideia, simplesmente pela praticidade. Outros me disseram acreditar que todos temos, pelo menos, duas personalidades. Ou seja, tem gente que acha que temos mais do que duas. Pra tu vê! Eu me achando o máximo com a Otta Beta.

O fato é que o assunto dá pano pra manga mesmo, pois quem não gostaria de “vestir” uma personagem que a isentasse de toda a culpa pelas grosserias, pelo politicamente incorreto, pelas extravagâncias e ousadias? Quem nunca desejou intimamente mandar o outro pra puntaquepartiu e poder dizer mais tarde: “Desculpe, não era eu!”. E quem nunca desejou ter mais coragem? Quem nunca recuou por medo da exposição? Da rejeição?

Uma outra personalidade pode tudo. É como se nos livrássemos de todos os medos e pudores e, simplesmente, pudéssemos por a culpa no outro. É o mesmo que ser o vilão da novela. Porque os atores sempre querem tanto fazer um vilão? Porque vilões vivem em cada um de nós, mas nunca podemos deixá-los se manifestar. Fazendo um vilão na novela, eles libertam todo aquele sentimento que a gente aprende a guardar lá no fundinho, pra sempre.

É igual o desenho do Pato Donald: anjinho de um lado, capetinha do outro. Cabe a ele escolher qual lado seguir, mas os dois estão sempre lá. Agora, ninguém é 100% bom. Aliás, desconfio muito de quem se mostra perfeitinho demais.  Bonita, inteligente, engraçada, simpática, bem empregada e ainda gosta de lavar louça? Só pode ser uma psicopata. E ninguém me convence do contrário!

A Otta Beta

Eu, Beta, ando bastante cansada, como todos devem ter percebido nos posts anteriores. Foi o estresse da mudança, junto com os finalmentes do MBA, o fato de estar trabalhando tão intensamente com a China, que dorme enquanto eu trabalho e preciso de respostas… enfim! Tô cansada!

Mas eu preciso me divertir, sair, curtir, rir com os amigos, fazer churrascos de inauguração do apê… e como arrumar fôlego pra tudo isso com o corpinho se entregando cada vez que avista minha cama gostosa com meus edredons fofos e meus gatos queridos? A solução: a Otta Beta.

A partir de agora vai ser assim: a Beta trabalha, estuda e descansa. A Otta Beta dorme de dia, malha, está disposta pra balada, chega tarde e dorme a manhã seguinte inteira. Assim não tem erro, as duas estarão sempre descansadas e dispostas. A Beta usa o corpinho das 7h às 17h30min, depois, quem ocupa o espaço é a Otta Beta, que é mais notívaga.

Pra não se confundirem entre as duas, a Beta é uma pessoa bem determinada, centrada, focada no trabalho e em crescer intelectualmente e profissionalmente. Pra Beta não importa se o RP da China ligar às dez da noite. É trabalho, ela atende. Nada passa pela Beta, ela sabe tudo o que está acontecendo e vê todo mundo que está em volta. É a Beta a culpada por se matricular na pós graduação e por gastar metade do salário em livros. O lema? “Só o conhecimento garante a sua liberdade!”
A Otta Beta é meio desligada. Radar estragado, ela nem tá pra o que está acontecendo. Quer mais é curtir o mundinho dela sozinha ou com amigos. Adora sair pra dançar, tomar cerveja e rir até doer a barriga. O negócio é diversão, pouco importa onde ou com quem. Se tem tempo livre, ou corre, ou joga vôlei, ou passa horas brincando de bambolê no Wii ou matando seres mitológicos no Play 3. Ler? Estudar? nem passa na cabeça dela. O lema? “Don´t drink and dial!”

Se uma de mim não dá conta de viver 10 anos a mil, duas terão que dar um jeito! Desacelerar é que eu não vou…

Quando a saudade bate

Muita gente já deve ter ouvido que saudade, assim como a palavra representa pra gente, só existe na nossa língua. Tanto que alguns outros idiomas adotaram a expressão assim mesmo, saudade, da mesma forma que usamos em português. Mas o que realmente significa essa palavra, que a torna tão inexplicável, tão difícil de traduzir? O “sinto sua falta” não bastaria?

Não, não bastaria. Porque saudade não é sentir falta, porque sentimos saudade de uma emoção que tivemos em determinado momento, e não de uma pessoa ou de um lugar. Se lembro com saudade de uma festa divertida que aconteceu há algum tempo, com amigos que, de muito próximos, tornaram-se bastante distantes, não significa que eu gostaria de voltar à festa. A saudade é daquilo que senti na festa, da alegria que estava no ar, da cumplicidade que existia entre aquele grupo de pessoas, do quanto rimos planejando o pré e o pós.

Provavelmente, se a festa fosse hoje, com as mesmas pessoas, tudo seria diferente. Por isso eu digo, sentimos saudade de um sentimento que é nosso. Quando digo que estou com saudade de alguém, é porque quero de novo sentir da mesma forma me que sinto toda vez que estou com esse alguém. Se sinto saudade de um lugar, é porque quero novamente sentir toda a inspiração que aquele lugar me traz.

A saudade, quando bate, mas assim, quando bate de verdade, é profunda. As vezes até dói. Dá um aperto no peito. É tanta vontade de sentir o colinho do vô, o abraço daquele amigo, ou mesmo de lembrar daquela travessura que tanto planejamos fazer, mas que na hora, deu tudo errado. As vezes me pego rindo, lembrando saudosamente de alguns momentos da minha vida.

O legal é saber que vários bons momentos ainda estão por vir, ou acontecem todos os dias. E, antes de sentirmos saudade deles, devemos aproveitá-los e vivê-los com bastante intensidade, aproveitando cada minuto. Quanto mais intensa for a vivência, mais gostosa será a saudade… quando ela bater!

A felicidade nossa de todo dia

Acho tão gostoso quando a gente aprende a ser feliz com coisas pequenas. Quer dizer, o pequeno é relativo, mas me refiro àqueles momentos em que ficamos radiantes por um motivo e, quando vamos contar para outra pessoa, ela não entende qual foi a parte que gerou a felicidade toda. Eu, particularmente, considero isso um dom.

São abençoadas as pessoas que aprenderam a perceber a alegria em momentos do cotidiano. Aqueles que sorriem quando ouvem um oi de uma pessoa que fazia tempo não viam. Ou quando lembram de algum momento do passado e riem sozinhos, se divertindo naquela nostalgia particular. Ou aqueles que sofrem de “momentos Felícia”, quando simplesmente precisam pegar alguém e apertar, abraçar e amar…

Felizes os que se deliciam com as páginas dos livros, transportando-se para aquele mundo paralelo e vivendo aquela energia. Pouco importa se nesse plano aqui, eles estão no metrô, no avião, ou sozinhos no quarto. Aqueles que sentem friozinho na barriga quando aquele alguém especial manda uma mensagem perguntando se está tudo bem.

Felizes os que sentem com as entranhas, intensamente. Os que se emocionam até com propaganda de margarina. Abençoados aqueles de sorriso aberto, contagiante. Aqueles que sofrem da síndrome da Poliana, que sempre vêem o lado positivo das coisas. Felizes os que têm amigos de verdade.

É bom demais ser feliz, mas não dá pra viver a vida buscando a felicidade. A felicidade é alcançada todo dia, nesses pequenos momentos. Felizes dos que já perceberam…

Minuano

Aqui no Sul venta tanto que damos até nome pra vento. Minuano é como é carinhosamente chamado o vento mais gelado que corre por aqui. Ele traz com ele aquele ar polar super cortante, que gela até a espinha. Passa pelo pampa, atravessa o planalto médio e segue através dos aparados da serra até o mar. Quando ele bate no rosto, é como se tivessem jogado um punhado de agulhas na gente. Assim, a queima roupa.

Mas o Minuano é conhecido como sinal de boas notícias, provavelmente porque sopra sempre depois de muita chuva, trazendo o bom tempo. Sua passagem é breve, normalmente dura apenas três dias. Apenas? Sim, porque por mais gélido que ele seja, esse vento já é parte da cultura do Rio Grande do Sul. Já foi homenageado na triologia O Tempo e o Vento, do brilhante Érico Veríssimo. É assunto de diversos poemas e músicas. É motivo pra chocolate quente a dois, debaixo do edredom de pena.

Fácil saber quando o Minuano começa a soprar, pois o vento parece que entra em frestas da janela que nem sabíamos que existiam e, nessa passagem, provoca um som que é uma mistura de assovio com ronco. Dá medo só de lembrar! Se durante a noite, ouvires algo semelhante, melhor já levantar enrolado no cobertor, ligar pro trabalho dizendo que não vai e curtir a tarde em casa, com os pés quase dentro da estufa. Agora, se fores sair de casa mesmo assim, prepare o pala, a cachaça e o chimarrão. Com o Minuano não se brinca!

Seja bem-vindo!
Letra da musica Vento Minuano:
Gaúcho Sulino – Vento Minuano
Vento minuano macanudo,
que pelo Rio Grande se foi
enquanto eu sevo um chimarrão topetudo
que o patrão velho abençoe
eu convido a rapaziada,

“bamo” engraxar essa prateada
numa costela Friboi.Se este frio que você sente não é mole
pegue e se enrole no meu pala meu irmão
abra a guampa de cachaça e beba um gole
pra receber o minuano do meu chão.
e quando eu ouço o assovio do minuano
eu faço plano de voltar pra minha terra
rever o pago que deixei há muitos anos
e uma gaúcha que ficou a minha espera.

Esse é o vento minuano do meu pago
eu não agüento esse vento sem um trago
e quando sopra o minuano do meu chão
eu me aqueço no calor do chimarrão.

Este ventinho vai cruzando a caminhada
se misturando com o frio da madrugada
é o minuano do rio grande que se expande
quando seu verde fica branco de geada.

Esse é o vento………