Author Archives: Beta

Uma jornalista, como outras tantas, que as vezes sente falta de escrever sobre o que dá na telha. Escorpiana, mochileira, curiosa por natureza.

Os umbigos

Não gosto de umbigos! Odeio que encostem no meu umbigo! Tenho problemas com umbigo! Me incomodo com piercings no umbigo! Pronto, falei!

É difícil assumir essa aflição. Por que irão me achar uma louca? Por que eu me acho uma ET? Por que as pessoas vão achar que eu não limpo o umbigo? Nada disso! É difícil assumir essa aflição porque, sempre que eu o faço, vem algum infeliz querendo colocar o dedo no meu umbigo!

Sim, eu limpo o umbigo. E aposto que muito pouca gente o faz. Pego cotonete com óleo Johnson e limpo! Mesmo quase tendo um treco! Mas sei lá o que é que acontece. O umbigo é um buraco, o fim dele é dentro da gente. É um ponto vulnerável. Não dá pra ficar brincando assim com ele, como se ele não tivesse importância nenhuma na nossa vida!

Tem aqueles(as) que refazem o umbigo, né? Cortam o umbigo fora, junto com uma parte da barriga, costura e faz um umbigo novo. Jezuis! Como isso pode ser possível? Aposto que o novo umbigo não é um buraco infinito como era o velho! Aposto que ele já não serve pra nada, só de enfeite! Coisa mais estranha!

Agora vamos mudar de assunto porque já pensei no umbigo por tempo demais! Assunto encerrado, ok? E que ninguém me apareça tentando encostar no meu umbigo porque vai rolar morte na certa! E tenho dito!

Queridos mestres

Dia 15 foi dia do professor. E, apesar do cansaço e da falta de tempo para escrever, pensei muito sobre o assunto. Desde esse dia, o post tá aqui, prontinho na minha cabeça. Planejado, como fazem os professores com suas aulas.

Devo muito do que sou aos professores que tive. Principalmente os dos ensino fundamental e médio, especialmente os do médio e, mais ainda, as duas maravilhosas professoras de português que tive. Magali e Dorotéa. Talvez elas nem saibam o quanto sua competência e paixão pelo assunto interferiram no meu destino como profissional. Ou talvez saibam!

Até hoje eu me lembro da Dorô, que foi minha profe na oitava série, dizendo que eu deveria pensar em jornalismo, pois escrevia muito bem. Lembro até o título da redação que ela tinha em mãos: Quem sou eu! Depois veio a Magali, que manteve o incentivo pelos seguintes três anos. Como elas acertaram! Como foi importante o apoio de ambas nessa, que é uma fase super decisiva na vida de cada um de nós.

Tive amigas que lecionavam, ainda no início da faculdade, e sentia pena dos alunos. Sabia que elas não eram capacitadas a ensinar, a formar. E o professor é isso, ele forma, educa. Ele precisa saber o que ensina, amar sua atividade. Professor é uma alma especial, um espírito evoluído. Ainda mais no Brasil, onde o reconhecimento é tão pequeno.

O meu reconhecimento está feito! Meus parabéns aos nossos mestres, não apenas aos da escola, mas aos da vida! Vocês nos fazem ser quem somos!

Se a tentiada é livre…

Hoje tivemos um encontro muito proveitoso com pesquisadores do Future Concept Lab, incluindo o sociólogo Francesco Morace, que já realizou diversas pesquisas para empresas brasileiras, e escreveu o livro DNA Brasileiro, sobre a identidade do nosso povo.

Logo no início da apresentação, Paolo Ferrarini, pesquisador do mesmo instituto, se apresentou como especialista em tendências de comunicação e estética. Na minha cabeça, as palavras tendências de comunicação nunca mais pararam de martelar. Quase não prestei mais atenção no que o moço falava de tanto que eu pensava em alguma forma de questioná-lo sobre o tema.

No final da palestra, no momento em que estávamos fazendo as perguntas, quis saber sobre como buscar mais informação sobre as pesquisas deles em comunicação. Afinal, a tentiada é livre… Para a nossa surpresa, fomos convidados a participar de um Seminário, que acontece nessa quinta-feira, justamente sobre o assunto.

Eu tô mais do que radiante com o convite. Meus olhos não pararam mais de brilhar! Taí, cada vez mais eu gosto da Itália! 😀

So far so good

Tenho que admitir, o esforço tem valido a pena! A Itália, principalmente quando vista do ponto de vista cultural e artístico, está se mostrando muito interessante. O povo também tem me surpreendido em alguns casos, mas reforço que Milão nunca foi o problema.

Na verdade, minha antipatia com a Itália deve ser totalmente credita a três cidades em especial: Nápoli, Veneza e Roma. Não necessariamente nessa ordem. A Dorotéia, coordenadora aqui da Missão, falou que isso é normal. Que os próprios Italianos consideram apenas o norte da Itália e que o sul é hoje a parte menos desenvolvida. Só receio colocar Táranto, que foi tão agradável, nesse mesmo saco!

O fato é que, chegando aqui, peguei um táxi cuja motorista se achava a própria Laura Pausini. Em outra época, eu diria que ela era uma mau educada e que não estava considerando minha presença dentro do carro. Como vim de coração aberto, me considerei uma pessoa de sorte por ter pego uma motorista cantora, feliz e relaxada. A probabilidade de ela brigar no trânsito seria menor (che non è propriamente vero!).

Além disso, hoje visitamos algumas obras dos grandes artistas italianos: uma sala, pintada por Leonardo e a Pietá de Rondanini, de Michelângelo. O bacana é que essas obras não têm proteção e é possível admirá-las por inteiro: visão, tato, olfato e interpretação. É realmente uma riqueza cultural muito grande!

So far so good! Acho que estamos nos entendendo bem até agora! E a tendência é melhorar…

Comida de avião

Comida de avião também merece um post a parte. É sempre ruim, muito ruim! Pelo menos aqui, na classe econômica. Já vi reportagens sobre chefs renomados preparando a comida das classes executiva e primeira, mas du-vi-do que seja muito melhor do que a daqui do fundão.

Para o jantar, é normal termos que escolher entre carne ou massa. Como se os dois não pudessem vir juntos! Fico com a carne, como sempre. Dessa vez o acompanhamento era abobrinha, cenoura refogada e arroz. A carne, em si, parecia ter passado horas na pressão, banhada em água sem tempero. Eita coisinha bem ruim!

Ainda estou na metade do meu vinho e o comissário já aparece trazendo o café. Digo que ele esta muito adiantado hoje, que nem tomei ainda o terceiro round do vinho. Ele, simpático, diz que me trará um café mais tarde, quando eu quiser. Dá um tempo e ele volta para recolher as bandejas. No carrinho, garrafas de digestivos e, entre eles, Bayles. Faço um calculo rapido de calorias, considero a falta de almoço e decido. “Acho que vou tomar um Bayles ao invés do café!”.

Normalmente uma hora antes de atingirmos o destino, inicia-se a movimentação do café da manhã. Acho que essa parte é ainda pior. Umas frutas para salvar a pátria, um iogurte para manter o intestino em dia (que eu, particularmente, tenho lá minhas dúvidas sobre se ele realmente deveria ser servido em um avião), uma pão com mantega, requeijão e geléia (que eu nao posso comer por ser carboidrato e vão, quase que automaticamente pra vizinha), e o toque final: ovos.

Os ovos variam entre omelete, ovos mexidos e quiche. Dessa vez, serviram esta última. Seu lá, ovo ja é um negócio meio do mal, imagina em avião? E olha que pra mim, os ovos ainda são o de menos. Muito pior é o molho de tomate e o espinafre refogado que vem junto. Perai, nao era café da manhã?

O jeito é mesmo esperar pelo desembarque para tomar aquele capuccino com bastante leite vaporizado. Por enquanto, fico na água com gás que já tá de bom tamanho!

Dentro da lata voadora

Entro no avião, uma das primeiras, devido ao tal cartão VIP, e fico aguardando anciosamente por meu companheiro de poltrona. Muito raras vezes eu dei sorte quanto ao look do sujeito, mas a esperança é a última que morre, não é mesmo?

Primeiro eu dei uma louqueada e pedi, alias, implorei, que a aeromoça conseguisse me trocar de lugar, pois eu estava em uma janela e precisava muito ficar no corredor. “Faco muito xixi!”, expliquei. Em meio a explicaçõees de que o vôo estava lotado e eu teria que pedir para que alguém trocasse comigo, a moça gentilmente verifica meu cartão e percebe que meu assentos É o do corredor. Vergonha de mim mesma, sinal de que preciso de férias. Urgente!

Comeca aquele desespero de gente querendo trocar de lugar, mesmo antes de terem todos embarcado. É um tal de senta daqui, chega o dono, daí senta de lá, só até o outro dono aparecer também. Eu já aprendi que, se tem lugar sobrando, a primeira coisa a fazer é chamar a comissária e perguntar: “Is the boarding complete?” Se estiver, o banco é teu! Sem micos, sem constrangimento!

Mas na verdadeiro eu preciso entender que não E todo mundo que viaja pra europa como se estivesse indo pra São Paulo, logo, é compreensível um pouco de afobação. Me contive nos julgamentos, mas não pude deixar de perceber que tem uns que estrapolam. Levanto, para que meus companheiros de fileira entrem, e outras pessoas tentam passar popr cima de mim. Helloo-oouuuu, nunca aprendeu que dois corpos nao ocupam o mesmo lugar no espaco? Um singela bundadinha no intrometido, ele entende o recado e espera todos se acomodarem.

Senta do meu lado um casal, ja idoso, de alemães. O homem fede, e muito, o que não é mérito do povo que perdeu a guerra, é mais do que comum do que se imagina. Alemães, franceses, africanos… O fato é que ninguem toma tanto banho quanto os brasileiros e, por isso, ter o creme de mão, sempre a mão, e a melhor solução. Com o perdão da rima pobre! A mulher do casal é do tamanho de três Betas e meia. Ela não cabe na poltrona dela e, logo, invade a minha. Nem o apoio de braço pode ficar abaixado, pois a perna da senhora não cabe embaixo. Troféu joinha pra mim, que terei que passar doze horas apoiadas em apenas uma nadega!

Tirando esses pequenos percalços, tudo indica que o casal é gente boa. Só falam alemão, então a comunicação é um pouco complicada no início. Mas também, nada que duas “tacinhas” de vinho tinto (copos plásticos com logo da Lufthansa) não resolvam. Falo qualquer idioma, fluentemente, quando eu bebo. O papo fluiu que foi uma beleza. Ninguém sabe ao certo se estávamos falando do mesmo assunto, mas discutimos bastante.

Com toda essa intimidade entre nós, a mulher não se acanhou em pedir tudo o que eu nao comi da minha janta. Pois é, sigo firme no propósito, então deixei o arroz, o pão e a sobremesa. Tudo em prol do biquininho!

Agora e hora de pegar meu computador, assistir um filme e deixar o vinho agir, afinal, amanhā ainda e dia de experiencia, e a sala VIP da Luftahnsa deve trazer bons comentários.

Antes do trecho mais longo

Quão rica é uma experiencia como essa? Tanto que um post já se foi e eu sequer cheguei em São Paulo. A situação não era muito diferente de Porto Alegre. Nao sei se havia um ciclone por aqui também ou se era apenas o movimento do feriado. Ou se era uma combinação dos dois. Fato é que o aeroporto de Guarulhos, como sempre, estava lotado. Era fila para o check in (menos pra mim, é claro!), fila para entrar na sala de embarque, fila para passar pelo raio x, fila para passar pela policia federal, fila para conseguir sair do free shop… Dá pra imaginar o fuzuê, né?

Nessas horas, as crianças se destacam. E um palpite furado atrás do outro, e um bando de pais sem saber o que fazer, perdidos, tentado saber se o que o filho está dizendo faz sentido ou não. O mais comum, nesses casos, é a criança olhar pra fila do lado e dizer: “Papai, vamos para aquela fila, não tem quase ninguém!”. O papai, coitado, fica atordoado, dando razão ao filho, sem saber que a fila ao lado e para outro tipo de embarque, obviamente…

Lembrei agora do meu ultimo vôo, mês passado, para Paris. Havia uma família do meu lado. Mãe, filho e pai, nessa ordem. O menino deveria ter uns 10, 11 anos e entrou no aviao enlouquecido, faceirito no mas. Pegava o cobertor, depois o travesseiro, destravava a mesinha, acendia e apagava as luzes. Certa feira chegou a dizer: “mas esse avião é tudo de bom!”. Isso tudo e estávamos de Lufthansa, que nem televisão individual tem. Já pensou ele de Air France? Mas durou pouco a alegria, bem como era de se esperar.

Logo de cara ele resolveu implicar com minha luz de leitura. Cada vez que eu apagava, vinha um “finalmente!”, e cada vez que eu acendia, podia ouvir claramente um “ah, nao!”. Eu, é claro, resolvi comprar a briga e li, quase que de uma vez, um livro inteirinho. Mas não sem apagar e acender a luz vez que outra, só para ouvir os lamúrios infantis reprimidos imediatamente pelos pais.

Mas voltando a São paulo, eu finalmente consegui me sentar e, próxima a uma tomada, colocar o note pra carregar. Minha ideia era ver um filme ou alguns episódios de True Blood enquanto aguardava, mas não poderia desviar da minha missão observatória e optei por comprar umas horas de internet e manter os olhos bem atentos.

Entre um bebe fazendo vrum vrum com uma mala pra cá, e um casal discutindo a relação acolá, percebi que os tais assentos marcados não servem de muita coisa. Acho que humanos são impacientes por natureza e, logo que chegam ao portão de embarque, resolvem fazer fila. Um chama o outro e, quando se vê, estão os funcionários da companhia aérea, desesperandos, tentanto fazer com que todos sentem e aguardem serem chamados de acordo com a ordem do embarque. Na maioria das vezes nao surte muito efeito!

“Atençao senhores passageiros do vôo Lufthansa 0507 com destino a Frankfurt e demais conexões. Seu embarque será realizado atravás do portão de número 24. Pedimos que passageiros viajando em primeira classe, classe executiva, gestantes, idosos, portadores de deficiência, membros com cartão senator ou gold, dirijam-se ao portão localizado ao lado direito do balcão”. Era a minha deixa! Entrei na lata voadora!

Partiu Frankfurt!

O exercício da observação

Essa vai ser a prrimeira vez que escrevo de dentro de um avião. Obviamente que não poderei publicar o post daqui, o que é uma pena, pois certamente ele ser editado quando eu revisá-lo amanhā, antes de postar. Não gosto disso, essa coisa de revisar. Gosto do texto puro e limpo, íntegro, aquele que vem do coração, da intuição. Esse sim é verdadeiro, sem medos e pudores…

Mas enfim, não é sobre isso que pretendo escrever agora! Hoje, pela primeira vez, me dediquei a observar com bastante energia as pessoas que estavam ao meu redor. Na verdade, não é a primeira vez que observo pessoas, adoro fazer isso. Sempre que viajo, tiro um dia, pelo menos, para sentar em um banco de praça, ouvindo bossa nova, e observar quem passa.

Tudo é interessante! Roupas, estilos, jeito de caminhar, penteado, o que chama a atenção… É um exercício muito rico culturalmente! Justamente por isso, combinado com o fato de estar rumando a Italia para participar de uma Missão de Cultura de Design que tem por objetivo educar o olhar, é que me permiti esse exercicio hoje de forma ainda mais intensa. Desde a saída de Porto Alegre.

Entrei aeroporto adentro e, como sempre, me dirigi direto para o balcão do check in. Bem ali, ao decidir em que fila entrar, comecei a descobrir a delícia que seria esse experimento. Bom, como todos sabem, viajo bastante a trabalho, logo, tenho um grau alto nos cartões de milhagem. Sou uma VIP, quando se trata de aeroportos, mas ainda nao cheguei ao status de VVIP (very veeeery). Já havia notado, é claro, que dessa categoria de pessoas, geralmente sou uma das mais novas. Difícil uma pessoa da minha idade que tenha viajado ou que viaje tanto quanto eu (ja falei aqui que tenhno o melhor emprego do mundo?)

Enfim, o aeroporto estava um caos! Vários vôos haviam sido cancelados por causa de um tal ciclone extra tropical e era aquela muvuca de gente. Filas quilométricas. Eu, claro, entrei na minha fila de cliente preferencial e logo estava com bagagem despachada, rumando a sala VIP da Tam. Era engraçado de ver a reação das pessoas quando entrei naquela fila. Uns cochichavam, outros olhavam com despreso. Cheguei a ouvir de cochichos de que eu deveria ser da família dos Amaro. Té parece!

Enfim, entrei na sala de embarque e me fui, em zigzag, desviando das pessoas e tentando ser o mais simpática possivel que se pode ser em uma sexta feira de manhã, até a salinha prive. Não é nada, não é nada, mas para a confusão que estava no Salgado Filho, dei gracas a deus por esse beneficio. E pelas três horas de internet grátis (tempo que eu esperei pelo atraso do meu vôo).

Ja dentro da sala, me dei conta de que, obviamente, era a frequentadora caçula do ambiente. Mas nesse tipo de lugar, o povo é muito blasé para comentar qualquer coisa. Senti apenas uns olhares de relance. Coisa normal. Ja imaginou se eles soubessem que eu estava ali, aguardando para o primeiro trecho de uma vôo com destino a Europa? Ri sozinha ao pensar nosso… Fui distraída por um casal que falava espanhol, mas que não identifiquei de onde. Percebi quase uma pilha de latinhas de cerveja a frente deles, na mesa, e eles gritavam ao telefone, entre gargalhadas e mais goles!

Enfim, chamaram meu voo! Embarquei… Partiu Guarulhos!

Uma nova chance para a Itália

Amanhã embarco novamente rumo à Itália. Minha relação com esse país já vem de longa data, mas não posso dizer que é uma relação amigável. Nossa história é cheia de trancos e barrancos, de tapas e beijos! Mas agora eu estou disposta a mudar isso! Quero aprender a gostar da Itália. E vou…

Tudo começou com o fatídico mochilão de 2006. Nós aqui do sul, acostumados com imigrantes e descendentes de italianos, temos uma imagem muito positiva daquele povo: alegre, simpático, festeiro. Logo, programamos um bom tempo para desbravar as principais cidades da bota. Roma, Napoli, Milão, Florença, Veneza! Todos nossos destinos. Mas infelizmente, o que encontramos por lá não foi nada agradável.

Logo de cara, nos deparamos com gente arrogante, mau educada e que, definitivamente, não gostava de ver turistas caminhando por suas ruas. Até os comerciantes faziam questão de deixar claro que éramos seus desafetos. Ainda mais mochileiros, duros e sem espaço pra carregar nenhuma compra. Foi um terror! Em Veneza eu cheguei a desejar que a cidade inteira afundasse de uma vez. Aliás, desejei que o país inteiro afundasse! Sei que isso não foi legal, mas desejei! Quem disse que a gente precisa ser politicamente correto em momentos de raiva?

Em Milão e Florença as coisas foram melhores. Pelo menos fomos tratados com certa educação e a beleza das cidades nos fez respirar e esquecer um pouco do que havíamos passado. Depois do mochilão, já retornei a Milão algumas vezes, e foi sempre bom. Aprendi a gostar da cidade e hoje tenho relações de trabalho com italianos que adoro! Depois fui visitar o Dudu, meu amigo querido, lá em Táranto, no sul, no ângulo do salto da bota. A cidade não é turística, então foi muito agradável ver os italianos do jeitinho que eles são! E gostei!

Ainda assim, nada me tira da cabeça as lembranças ruins. Deve ser algo meio escorpiônico, de rancor e vingança. Ainda acho que o melhor da Itália é a facilidade que se tem de chegar na Croácia, pois lá sim, é que é o paraíso! Mas como eu disse, isso precisa mudar!

Aí eu li, como todos já sabem, o livro Comer Rezar Amar, da Elizabeth Gilbert. A primeira parte, o “Comer”, quem diria?, se passa na Itália. A autora descreve sua experiência de morar três meses por lá, aprendendo sobre a cultura italiana de sentir prazer sem culpa. O livro me encantou e, consequentemente, repensei algumas coisas considerando as experiências de Liz.

Dessa vez vou a Itália de coração aberto. E como um dos objetivos dessa viagem é justamente educar o olhar, vou com a intenção de experimentar uma nova Itália. É uma nova chance! E ela que não me decepcione!

Operação tapa buracos

Sim, porque não basta emagrecer, é preciso exterminar as incômodas celulites. Para isso, damos início, quase que paralelamente à operação verão, a operação tapa buracos. Ou bunda lisa, como prefere a Loira. E aí começa a corrida em busca de massagista que tenha horário disponível. E preço acessível. E que consiga esmagar as ditas cujas até elas pedirem pra sair…

Horário marcado, começa a seção tortura. Aposto que nenhum homem aguentaria uma horinha de drenagem linfática e massagem estética, combinadas. Dói! Parece que a louca da massagista tá tentando tirar a pele fora pra depois colar de novo. É comum alguns hematomas ao final de uma semana de tratamento. Que aliás, é normalmente o tempo que dura. Logo o bolso pesa e as pernas e bundas ardem até ao serem tocadas pelas gotas de água jorradas pelo chuveiro. Hora de partir para a próxima estratégia…
Obviamente que a próxima estratégia é correr para a farmácia em busca de todas as cápsulas milagrosas que reduzem o apetite, melhoram a circulação, queimam gordura localizada e acabam com o aspecto casca de laranja. Difícil encontrar tudo em um remedinho só, por isso, o café da manhã passa a ser cada vez mais colorido. É um verdadeiro banquete de cápsulas, pílulas e vitaminas. Tudo por uma boa causa! 
Volta e meia ainda aparece uma amiga com uma fórmula mágica que promete transformar o derrière em uma protuberância uniformemente arredondada, macia e lisa. Se a amiga indica, a gente toma. Isso, claro, sem perceber que o bumbum da amiga continua do mesmo jeito que tava quando a gente a conheceu!
Normalmente nada disso dá resultado. Mesmo assim, olhamos no espelho e acreditamos de verdade que a superfície mudou, está mais sexy. E só isso basta! Pois o que conta mesmo é atitude e auto estima. E para isso, o tratamento funciona!