Lápis e borracha

Cada dia mais eu me surpreendo com o poder que tem o nosso cérebro. Se tu trabalha muito um tipo específico de raciocínio, ele vai virando craque naquilo e quando a gente menos espera, parece que a coisa vira automática. Por outro lado, por mais facilidade que tu tenha para um tipo de atividade, experimenta ficar muito tempo sem praticar pra ver o que acontece!

Pois bem, passado o segundo grau, optei pela faculdade de jornalismo, obtendo meu diploma em 2003. Foram-se quatro anos e meio de texto, texto, texto, gramática, português, literatura, técnicas de rádio, TV, jornal, revista…. O português bombando (aliás, quero aproveitar pra deixar claro que a não conjugação correta dos verbos é proposital pra que o texto fique mais próximo do que seria a história contada), não precisa de gramática, não precisa de regras de acentuação, pontuação… É tudo automático!

Agora pega esses quatro anos e meio, junta com mais seis (sim, seis!) anos que eu fiquei entre a colação de grau e o início do meu MBA e calcula a eternidade de tempo que eu fiquei sem fazer cálculo. Pois é, o máximo de matemática que eu usei durante mais de dez anos, foi dividir o valor do engradado de cerveja entre os presentes no churrasco. E nem sempre dava certo!
Aí ano passado eu decidi entrar no MBA da Fundação Getúlio Vargas. É, porque eu sou metida mesmo! Se é pra fazer uma pós, que seja na melhor escola. E se é pra fazer uma pós, que seja pra aprender coisas novas. Logo, nada de marketing pra mim, queria mesmo era gestão empresarial. No começo foi tudo bem, era módulo de gestão de pessoas, marketing, negociação… aí de repente começou a encrespar! Matemática financeira, contabilidade… com o detalhe que não consegui fazer nenhum desses dois e acabei caindo direto em Finanças Corporativas.

Imagina que delícia que foi a primeira aula. Eu olhando pra uma tal de calculadora HP, ela olhando pra mim, e muito poucos botões familiares entre nós. Pelo preço desse negócio, minha expectativa era de que eu ligasse a bichinha, fizesse a pergunta, e ela me desse a resposta imediatamente. Mas não! Ela fica ali parada, insistente. E não adianta desligar e ligar de novo que os números continuam lá. Tem comando até pra apagar o visor. Pode isso?

Sempre fui boa em matemática. Só peguei recuperação uma vez na vida, e foi em educação artística! Mas poxa, são dez anos sem fazer cálculos complexos, como reativar esse raciocínio? Agora que já acabou o módulo, aprendi que tem um botão que calcula a data, um que calcula a taxa, um que salva o valor presente e um que diz o valor futuro (entre outros, claro). Bonito! Agora, pra quem nunca mais utilizou o raciocínio matemático, como é que eu vou confiar num negócio desses? Me diz?

Ainda sou mais o lápis e a borracha do que esse trem aí!

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12 Thoughts on “Lápis e borracha

  1. meu forte no segundo grau sempre foi biologia. Me formei em Publicidade e Propaganda. Lá tive uma cadeira chamada Estatística e Pesquisa Mercadológica. Matemática, no caso… Aquilo que nem a Nara e nem a Fifí conseguiram plantar na minha cabeça… Aff…

  2. caroline on 4 de maio de 2010 at 15:56 said:

    maravilhoso o texto, huahuahua
    Eu odeioooooooo matemática, e ela me odeiaaaaaaaaaa tbmmmmmm, argh!
    Na faculdade, minhas notas mais baixas são de Matemática. Passava o diaaaaaaaaa estudando pra tirar a média, huahua e numa eu não escapei, peguei exame!(grau c) Se eu ja ficava nervosa nas provas em periodo normal, imagina na recuperação kkkkk
    Mas passou… Pela frente escolherei uma pós em meio ambiente, eu acho, que não tenha cálculo de nenhuma espécie huahuahua

  3. Por isso que eu gosto da matemática usada por uma tribo indigina amazonica que conta
    1 + 1 = 2
    2 + 2 = bastante
    bastante + bastante = bastante

  4. Sobre o poder do cérebro, tu devias ter assistido a palestra do Dr. Miguel Nicolélis ontem no Fronteiras do Pensamento, um neurocientista brasileiro que faz o maior sucesso. Show de bola!!!

  5. Susan on 5 de maio de 2010 at 0:29 said:

    Mas esse bichinho ainda vai nos dar uns fios de cabelo branco, certo?

  6. ….olha, como uma engenheira, te digo……SOU INIMIGA DA HP!!!!!! Nunca me familiarizei com ela, tornando a minha vida bem mais difícil na faculdade! Pq sim, a HP12C, no caso a da foto, é BARBAAAADAAA perto das 49G++ que eu poderia usufruir pra por tooodos arquivos de word dentro, fazer meus gráficos de cálculos infinitos, funções etc….mas não, eu resisti,e posso dizer que VENCI! hahahaha, sou uma engenheira sem ter nunca aprendido a usar uma HP……ADOOOOOOOROOO CALCULADORA CIENTÍFICA, virei PhD nela!!!!

  7. Marcelo on 5 de maio de 2010 at 10:44 said:

    Minha nossa, pra mim, HP é marca de impressora… Vai no lápis e borracha mesmo.

  8. Naiany on 6 de maio de 2010 at 0:06 said:

    Eu AMEI o finalzinho, fala sério, foi inspirado em mim hahahhahaa "esse trem aí"… hahahha mto bom…
    Eu como uma boa programadora hahahhaa amo matemática, não sou boa com textos… Peguei minha primeira recuperação de tooodaaaa a minha vida escolar esse semestre em uma droga de cadeira que ninguém sabe pra que serve Gerência da Configuração de Software e por dois décimos… Professor filho da mãe hahahhahaha fazer o que…. acontece…
    Com o tempo vc se acostuma com esse trem aí… hehehe
    Bjooo

  9. Véio on 6 de maio de 2010 at 3:31 said:

    Nunca curti muito os números também, mas eles estam por todas as partes, é impressionante…

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