Emirados Árabes – a Missão (literalmente)

Nossa agenda começava num domingo. Isso por que o final de semana por lá é na sexta e no sábado. No mínimo divertida a confusão quase infantil que essa troca nos causa. Aproveitamos então que nossa agenda terminaria na quinta, e Léo e eu optamos por estender a viagem e aproveitar o nosso final de semana por lá, turistando um pouquinho.

Nossa agenda começou e logo percebi que minha tensão era descabida, equivocada e até injusta.  Primeiro porque em Dubai, apenas 30% da população é local. A grande maioria é de expatriados, principalmente indianos e paquistaneses. Segundo porque a cidade é incrível, interessante, linda, construída, diversa. Se vê de tudo e tudo é permitido. Menos demonstrações de afeto em público (apenas homens podem andar de mãos dadas por lá! Agora dorme com essa!). No mais, mulheres de burca (e a gente percebe o orgulho das mulheres muçulmanas em vestir seus trajes negros) e homens a caráter assim como mulheres de short e regata e homens de bermuda e tênis.

A oferta em termos de restaurantes é imensa, com redes como Les Relais de L’Entrecôte e Tim Hortons destoando da paisagem basicamente em tons pasteis do lugar. A grande diferença, na maioria dos casos, é que por lá, bebida alcóolica só é permitida em hotéis. No mínimo estranho ir a um restaurante francês e não tomar uma tacinha de vinho, mas tudo bem. Logo nos adaptamos a realidade e nossas escolhas a partir de então foram pautadas pela existência ou não de um chopp gelado no lugar.

Agenda intensa, ótimas reuniões, descobertas interessantes, esteriótipos caindo por terra e meu preconceito com o lugar se esvaindo junto com a areia do deserto. Até minha imagem da Índia mudou pra melhor, depois de tanto contato com indianos. E no fim, me vi desejando conhecer países como Arábia Saudita, Omã, Irã e Líbano. Aliás, rolou um papo lá de que eu tinha feições de iraniana. Fiquei curiosa para conferir se é verdade.

Antes do final da agenda, aproveitamos uma visita a Embaixada brasileira em Abu Dhabi e visitamos a famosa mesquita da cidade. O lugar é simplesmente incrível. Por toda a sua beleza e por toda a sua organização. Quanto a beleza, deixo as fotos falarem por si, agora quanto a organização, descrevo.

O estacionamento é gratuito. Chegamos e fomos classificadas como “turistas que não estão usando trajes adequados”. Fomos então para uma sala, onde nos entregaram, gratuitamente, uma abaya (o vestido preto) com uma espécie de capuz para tapar os cabelos. Detalhe que a abaya estava limpinha, cheirosinha, e que no final, a entrega é em outro lugar, justamente por irem direto para a lavanderia. A entrada na mesquita também é gratuita. O uso do banheiro? Gratuito! Para entrar no tal salão com o maior tapete do mundo, também é gratuito, mas precisamos tirar os calçados e deixá-los do lado de fora, em armários abertos. Claro, ninguém cobra nada por isso. Na saída, nossos calçados estão todos lá, no lugar onde os deixamos, e não tem nenhum vendedor com miniaturas da mesquita tentando te empurrar. Igualzinho igreja católica, né? Uhum!

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Continua…

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