Monthly Archives: junho 2016

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Emirados Árabes – a experiência no deserto

E nossa viagem não poderia ter encerrado de melhor maneira. Para o último dia, depois da frustração de não termos conseguido fazer o passeio de balão, compramos o tal “Safari no Deserto”. E o passeio foi sen-sa-cio-nal! Um calor infernal, mais de 40 graus na sombra (que sombra?). Fomos pegos no hotel pelo motora, com uma caminhonete que o Léo me disse ser alguma coisa Cruise da Toyota, com ar condicionado bombando. Conosco no carro estavam um casal de argentinos e um casal de croatas. Muito queridos todos.

Nossa primeira parada foi numa espécie de “posto dos adesivos” (aquele a caminho de Santa Catarina). Só que no melhor estilo “povo do deserto”. Eram pequenos mercados, onde poderíamos comprar água e comida. Um calor dos infernos e um monte de árabes tentando colocar lenços nas cabeças dos turistas. Foi um início um pouco tenso. Não víamos a hora de entrar novamente no carro e partir pro nosso rally.

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Antes de começar, uma parada no topo de uma duna com vista para a imensidão do deserto. É neste momento que podemos fazer as primeiras fotos daquela paisagem marrom, e também a hora de os carros se organizarem para a partida. O caminho é feito em fila indiana por caminhonetes brancas, todas iguais, que seguem um desenho já marcado na areia. É uma montanha russa sem trilhos. Descidas íngremes, subidas aceleradas, jatos de areia no parabrisa e alguma manobras que fazem o carro se arrastar de lado morro a baixo. Tudo isso ao som de Red Hot Chilli Peppers e Michael Jackson remixados em batidas dançantes.

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Mais uma parada no meio do deserto, em tempo para conferirmos o sol descendo na areia, e logo chegamos a uma espécie de acampamento. Confesso que me senti um personagem de Star Wars nesse lugar. No centro, mesas baixas e almofadas sobre tapetes que pairavam diretamente sobre o chão de terra. No entorno, iguarias da culinárias local (bolinho doce, shoarma, pão árabe e kebab), água a vontade, shisha (nosso famoso narguilé) de maçã, uma moça fazendo tatuagem de hena, espaço de orações (um para mulheres e outro para homens) e, bem no centro, um palco para apresentação de dança do ventre e de uma outra dança típica, que consiste em um moço de saia rodando incansavelmente, no mesmo lugar e para o mesmo lado, por ao menos 10 minutos. Incrível.

Além disso, estava incluso um passeio de camelo, que na verdade consistia em montarmos no bichinho e darmos uma voltinha de menos de dois minutos com o condutor puxando a frente. Emocionante #sqn. Antes das apresentações finais foi servido o jantar no formato de buffet. A essa altura já não tínhamos mais fome…

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Eu super recomendo esse passeio. Achei muito divertido e interessante a experiência. Por fim, Dubai superou todas as minhas expectativas e, como tudo lá é o maior, o melhor e/ou o mais rápido, posso dizer que talvez seja o destino que mais me surpreendeu nos últimos tempos.

Curiosidades:

– Dubai Mall é considerado o maior centro de compras e entretenimento do mundo. Dentro do shopping fica um aquário e um zoológico marinho, além de um link de patinação/hockey olímpico.

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– O hotel Atlantis, na palmeira construída no meio do mar, também conta com um mega aquário, que oferece incusive passeio noturnos para alimentação de tubarões. Aham! Vai indo que eu já vou…

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– Em Abu Dhabi fica um parque temático da Ferrari. Dizem que lá existe a montanha russa mais rápida do mundo. Não fomos!

– O Burj Kalifa é considerado o prédio mais alto do mundo, com mais de 800 metros de altura. Depois de boatos de que estariam construindo um edifício maior em outro país, em Dubai já iniciaram a construção de um novo prédio que deve ter 1,2 mil metros.

– Dubai é cara! O dirham é quase um pra um com o real e é difícil pagar menos de 100 dirhams por alguma coisa por lá.

Emirados Árabes – Turistando…

Agora vamos ao que interessa para este blog. Vou contar um pouquinho do que eu e o Léo aprontamos por lá. Começando, é claro, pela praia! Bom, a gente sabe que praia é um lugar extremamente democrático e que o mar é para todos. Mas talvez eu nunca houvesse visto tanta democracia antes! Ficamos no espaço ao lado do Burj Alarab, um dos hotéis mais caros do mundo, e observamos aquelas pessoas tão diferentes se divertirem no mar verde-pasta-de-dente que se encontrava a sua frente.

Em detalhes, a coisa funciona mais ou menos assim: areia fina e branca, mar quase morno, muita (MUITAS) pessoas, gente de biquini, gente de roupa, gente de lenço na cabeça, gente de cueca branca molhada (!!!), gente de blusa de paetês, gente de trajes típicos e, ao fundo, um salva-vidas que MEODEOSDOCÉO! Desculpem-me, mas perco o foco quando lembro do salva-vidas. Parecia uma estátua grega, só que negão, e não feita com aquele material branco. Dava pra ver todos os músculos do amigo. Todos! Ai, ai….

Da praia, fomos, molhados mesmo, a um bar chamado 360º, que ficava no hotel Jumeirah, outro desses de gente rica, bem ali, do ladinho da praia. Tínhamos um certo receio quanto aos trajes. Afinal, estávamos de roupa de praia, molhados, com uma toalha na mão. Também sabíamos que as coisas poderiam ser muito caras ali e que talvez não passássemos de um drink. Mesmo assim, fomos! O bar é uma construção redonda, mar a dentro, com um estreito caminho que o liga ao continente. Por esse caminho passam carrinhos de golfe que levam os visitantes até o local. De lá, é possível ver o por do sol no mar.

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Passamos pela primeira etapa. Um homem na entrada verificou nossas identidades, carimbou nossas mãos e nos encaminhou pra dentro. Já o motorista do carrinho de golfe estranhou um pouco nossas roupas quando falamos o destino. Ainda assim, nos levou. Os preços eram mais altos, sim, mas nada absurdo. E apesar de todas as outras pessoas do bar estarem montadas num saltão, Léo e eu fomos muito bem atendidos (o que mais tarde se mostrou uma constante).

No dia seguinte fizemos o passeio mais turístico possível. Compramos a passagem para os famosos ônibus hop on hop off e seguimos em direção a parte velha da cidade. Ok, é válido, mas visitar a região uma vez na vida é suficiente. Fomos a alguns mercados, conhecidos como souks, como o de roupas e o de temperos. É uma experiência! A barganha é prática não só aceita, como esperada, nesses lugares. Mas a gente sabe bem a fama que árabe tem em negociação, né? Duvido que tenhamos saído ganhando em nossas barganhas. Mesmo assim, foi divertido e saímos de lá com lenços, souvenires, temperos e chás.

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Estava incluso uma volta de barco pelo famoso riacho de Dubai, como a moça do áudio-guia em português do ônibus não cansava de insistir. Esse sim, totalmente dispensável. Léo e eu dormimos cada um uns 15 minutos durante a 1 hora em que a embarcação se arrasta pela água. Corram dessa furada!

Voltamos ao hotel e, em trinta minutos, precisávamos nos fantasiar de pessoas de posses e irmos ao Hotel Armani, localizado no Burj Kalifa, o prédio mais alto do mundo. Havíamos feito uma reserva no dia anterior, para drinks ao por do sol no Lounge Atmosphere, no 123º andar. Mais uma vez, fomos incrivelmente bem tratados e, mais uma vez, os preços não eram nada fora da realidade quando comparados aos estabelecimentos “normais”. Tínhamos uma consumação mínima de 250 dirhams, que vale quase que 250 reais. Aquele ambiente, com aquele por do sol, com certeza fez valer o investimento, que consumimos em uma salada e três cervejas cada. Saímos do hotel super chique, e perguntamos para um dos manobristas como fazíamos para pegar o metrô. Porque a diversidade é linda! rsrsrs

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Continua…

Emirados Árabes – a Missão (literalmente)

Nossa agenda começava num domingo. Isso por que o final de semana por lá é na sexta e no sábado. No mínimo divertida a confusão quase infantil que essa troca nos causa. Aproveitamos então que nossa agenda terminaria na quinta, e Léo e eu optamos por estender a viagem e aproveitar o nosso final de semana por lá, turistando um pouquinho.

Nossa agenda começou e logo percebi que minha tensão era descabida, equivocada e até injusta.  Primeiro porque em Dubai, apenas 30% da população é local. A grande maioria é de expatriados, principalmente indianos e paquistaneses. Segundo porque a cidade é incrível, interessante, linda, construída, diversa. Se vê de tudo e tudo é permitido. Menos demonstrações de afeto em público (apenas homens podem andar de mãos dadas por lá! Agora dorme com essa!). No mais, mulheres de burca (e a gente percebe o orgulho das mulheres muçulmanas em vestir seus trajes negros) e homens a caráter assim como mulheres de short e regata e homens de bermuda e tênis.

A oferta em termos de restaurantes é imensa, com redes como Les Relais de L’Entrecôte e Tim Hortons destoando da paisagem basicamente em tons pasteis do lugar. A grande diferença, na maioria dos casos, é que por lá, bebida alcóolica só é permitida em hotéis. No mínimo estranho ir a um restaurante francês e não tomar uma tacinha de vinho, mas tudo bem. Logo nos adaptamos a realidade e nossas escolhas a partir de então foram pautadas pela existência ou não de um chopp gelado no lugar.

Agenda intensa, ótimas reuniões, descobertas interessantes, esteriótipos caindo por terra e meu preconceito com o lugar se esvaindo junto com a areia do deserto. Até minha imagem da Índia mudou pra melhor, depois de tanto contato com indianos. E no fim, me vi desejando conhecer países como Arábia Saudita, Omã, Irã e Líbano. Aliás, rolou um papo lá de que eu tinha feições de iraniana. Fiquei curiosa para conferir se é verdade.

Antes do final da agenda, aproveitamos uma visita a Embaixada brasileira em Abu Dhabi e visitamos a famosa mesquita da cidade. O lugar é simplesmente incrível. Por toda a sua beleza e por toda a sua organização. Quanto a beleza, deixo as fotos falarem por si, agora quanto a organização, descrevo.

O estacionamento é gratuito. Chegamos e fomos classificadas como “turistas que não estão usando trajes adequados”. Fomos então para uma sala, onde nos entregaram, gratuitamente, uma abaya (o vestido preto) com uma espécie de capuz para tapar os cabelos. Detalhe que a abaya estava limpinha, cheirosinha, e que no final, a entrega é em outro lugar, justamente por irem direto para a lavanderia. A entrada na mesquita também é gratuita. O uso do banheiro? Gratuito! Para entrar no tal salão com o maior tapete do mundo, também é gratuito, mas precisamos tirar os calçados e deixá-los do lado de fora, em armários abertos. Claro, ninguém cobra nada por isso. Na saída, nossos calçados estão todos lá, no lugar onde os deixamos, e não tem nenhum vendedor com miniaturas da mesquita tentando te empurrar. Igualzinho igreja católica, né? Uhum!

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Continua…

Emirados Árabes – vai com medo mesmo…

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Foi em 2013 que Emirados Árabes entrou como um dos mercados-alvo do programa Brazilian Footwear. Para aqueles que ainda não sabem, trabalhar na execução deste Programa é um dos motivos de eu estar sempre pra lá e pra cá pelo mundo. E com a entrada do País na lista de prioridades, era uma questão de tempo para que ele se tornasse um dos meus destinos anuais, senão semestrais da rotina de trabalho.

Confesso que nunca me animei com essa possibilidade. Já havíamos feito algumas ações por lá, mas não havia sido eu a pessoa a desenvolvê-las. E por mim estava bem assim…

Mas agora era diferente. Faríamos uma Missão Prospectiva, ação que vem na sequência de um estudo de mercado e que define a estratégia que usaremos para a promoção das exportações de calçados brasileiros para aquela região, e era chegada a minha vez de fazer as malas!

Particularmente eu gosto muito dessa ação que fazemos, de prospecção. Se dispor a investir para entender o mercado, conversar com players e fornecedores, entender o consumidor. Me realizo quando, ao final, alguns caminhos se desenham como ideais e possíveis dentro da nossa estratégia. Mas dessa vez eu estava tensa!

No início, botei a culpa na cultura, que de longe me parecia tão cruel e opressora, especialmente com relação as mulheres. Cheguei também a pensar na proximidade com a Síria e com nossos amiguinhos aqueles que sequestram e degolam pessoas. Também considerei que uma região com mais homens do que mulheres não poderia ser tão promissora assim em termos de consumo. E por fim, declarei em alto e bom som que esse destino nunca seria uma escolha minha, particular, para férias ou turismo.

Mesmo assim, lá fui eu, é claro. Com todo o cuidado do mundo na hora de escolher os looks para as reuniões e com todo o dever de casa feito com relação as formas de comportamento adequadas por lá. Sabíamos que teríamos diversas reuniões com homens e essas reuniões precisavam ser um sucesso. Mentalmente eu ía lembrando das dicas dadas no estudo: “Mulheres devem aguardar que o homem as estenda a mão para cumprimentar”. “Mulheres devem colocar a mão direita sobre o coração em substituição ao aperto de mão. “Nunca, NUNCA, entregue nada a um árabe com a mão esquerda, considerada impura”. Entre outras que íam e vinham conforme eu me organizava para a vigem. A tensão crescia…

Mas chegou o dia e lá fomos nós. Leti, Léo e eu encontramos a Mari direto em Dubai. Esse era o time da Missão. Qualificado? Certamente. Mas como bem colocou a Leti, uma equipe formada por três mulheres e um canhoto. Chegamos as 4h da manhã no hotel, depois de mais de uma hora na fila da imigração. Nossa agenda começaria nesse mesmo dia, a partir das 11h. Hora de descansar os olhos e se preparar para o começo dos trabalhos.

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Continua…