Eu ía começar o texto com a frase: “se tem uma coisa que me irrita…”, mas decidi mudar. Afinal, vamos combinar que eu não sou lá o melhor exemplo de paciência desse mundo. Logo, muitas coisas me irritam. Mas bem, imagino que seja unânime que todos gostamos de ser bem servidos. Em bares, baladas, restaurantes, ou onde for… Mas tão ruim quanto ser atendido por aquele garçom mal educado e mal humorado, é ser atendido por aquele que dá bom dia até pra pasta de dente.
Quando o garçom é bom demais, ele acaba sendo inconveniente na execução do seu papel. Ele chega e o assunto na mesa tem que parar, pois sabemos que ele deve ficar por ali por alguns longos minutos e que, qualquer, qualquer mesmo, assunto que ele escute, será relacionado com alguma história, piada ou causo. E ele não hesitará em dividir contigo!
Quando o garçom é bom demais, ele acha que mais do que servir a comida, a bebida ou seja lá qual tenha sido o pedido feito, ele precisa servir alegria, felicidade e arco-íris brilhantes com pôneis saltitantes. Ele não respeita o estado de espírito do cliente e insiste na tentativa de arrancar dele, nem que seja um mísero sorriso amarelo.
_ Uma água, por favor!
_ Ah, sim. Tu sempre pede água, né?
_ Na verdade eu sempre peço suco, hoje eu resolvi pedir água.
_ Ué! Tem certeza? Mas eu lembro de ti. Então não é água que tu sempre pede?
É nessa hora que ele aparece. O tal sorriso amarelo! E a gente faz aquela cara de “querido, quem sabe tu vai buscar a porra da água e me deixa comer em paz?”. Talvez esse seja um dos únicos casos em que o bom não tá no quente nem no frio. O bom garçom é o morno!