Monthly Archives: outubro 2014

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Quando o garçom é bom demais…

Eu ía começar o texto com a frase: “se tem uma coisa que me irrita…”, mas decidi mudar. Afinal, vamos combinar que eu não sou lá o melhor exemplo de paciência desse mundo. Logo, muitas coisas me irritam. Mas bem, imagino que seja unânime que todos gostamos de ser bem servidos. Em bares, baladas, restaurantes, ou onde for… Mas tão ruim quanto ser atendido por aquele garçom mal educado e mal humorado, é ser atendido por aquele que dá bom dia até pra pasta de dente.

Quando o garçom é bom demais, ele acaba sendo inconveniente na execução do seu papel. Ele chega e o assunto na mesa tem que parar, pois sabemos que ele deve ficar por ali por alguns longos minutos e que, qualquer, qualquer mesmo, assunto que ele escute, será relacionado com alguma história, piada ou causo. E ele não hesitará em dividir contigo!

Quando o garçom é bom demais, ele acha que mais do que servir a comida, a bebida ou seja lá qual tenha sido o pedido feito, ele precisa servir alegria, felicidade e arco-íris brilhantes com pôneis saltitantes. Ele não respeita o estado de espírito do cliente e insiste na tentativa de arrancar dele, nem que seja um mísero sorriso amarelo.

_ Uma água, por favor!
_ Ah, sim. Tu sempre pede água, né?
_ Na verdade eu sempre peço suco, hoje eu resolvi pedir água.
_ Ué! Tem certeza? Mas eu lembro de ti. Então não é água que tu sempre pede?

É nessa hora que ele aparece. O tal sorriso amarelo! E a gente faz aquela cara de “querido, quem sabe tu vai buscar a porra da água e me deixa comer em paz?”. Talvez esse seja um dos únicos casos em que o bom não tá no quente nem no frio. O bom garçom é o morno!

Alone in Bali – Day 6

Curti uma prainha em Seminyak para me despedir de Bali. A areia é fofa, mas é preta. Gruda no protetor e fica uma meleca. A praia é flat, tipo as nossas lá do sul, com exceção da cor do mar. Quase não tem onda por aqui, então a turistada aproveita para fazer aulas de surf. Foi divertido assistir.

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Comi minha última refeição típica indonésia e fui fazer uma massagem para enfrentar a jornada bem relaxada. Encontrei aqui algumas coisas que ainda não havia visto em Bali: táxi com taxímetro, água com gás e faca (até então eu recebia um garfo e uma colher e tinha que me virar com isso).

Acabei dividindo o táxi para o aeroporto com um casal de franceses e, conversando com eles, pude perceber que a escolha dos destinos muda bastante. Os europeus preferem o lado Leste da parte sul da ilha, enquanto que os brasileiros vão para o Oeste. Pelo jeito ainda tem muita coisa pra ver por lá.

Fora a vontade de voltar (logo!), ficam algumas conclusões. Na minha percepção, é claro:

Melhor praia: Balangan
Melhor hotel: Pink Coco, em Padang Padang
Melhor quarto: Rumah Lada, em Ubud
Povo mais simpático: essa é difícil, mas fico com Ubud e Seminyak
Lugar mais diferente: Uluwatu Beach
Melhor comida: Ku De Ta, em Seminyak
Da pra passar sem: Jimbaran

Peguei o vôo Denpasar – Doha e me surpreendi com o atendimento da companhia aérea. Como tenho um status alto no programa de fidelidade One World, as aeromoças vieram todas se apresentar pra mim, dizendo que qualquer coisa que eu precisasse era só chamar. Além disso, a cada refeição, eu dizia a minha preferência antes de ela começar a servir. Achei bem carinhoso e simpático.

Agora estou em Doha, acho que no Lounge mais bacana que eu já vi. São 00h35 e meu vôo é só as 8h da manhã. Melhor nem dormir por aqui e deixar o sono para as 14 horas de vôo que tenho que enfrentar até São Paulo. E depois aquela perninha final até Porto Alegre. Haja fôlego! Mas valeu muito!

Alone in Bali – Day 5

Acordei de um pulo, com uma música alta, triste, quase um choro, às seis da manhã! Corri pelo quarto igual uma barata tonta procurando por algum despertador que estivesse tocando sem minha autorização. Logo percebi que a música vinha da rua, um chamado para a reza Indu. Logo hoje que eu queria dormir um pouquinho mais…

Tomei um café maravilhoso na Rumah Lada e me fui ao Centro, de motinho. Eles não respeitam at all a sinalização por aqui, e o resultado era eu apavorada na carona do meu piloto que ía tranquilamente pela contramão. A bunda dele deve ter diminuído, de tanto que eu apertei com medo de bater o joelho no carros que passavam por nós.

Fiz minhas comprinhas que faltavam. Sarongs para a mulherada da família e uma cadeira de pendurar no teto. Oh yes! Tô levando uma cadeira pra casa! Negociei um mototaxi para voltar e meu piloto parecia ter uns 14 anos. Disse ele que sabia chegar no hotel, mas acabou que eu mesma tive que dar as direções. É bom mesmo eu ser um GPS ambulante numa hora dessas!

Ao meio dia, para minha surpresa, o Madi não estava lá para me buscar, conforme o combinado. Mas ele logo ligou para dizer que estava preso no trânsito. Por fim, quem acabou me buscando foi o irmão dele. Quase uma hora de viagem até Seminyak, eu pescando no banco de trás, mas segurando para não perder nada da viagem.

Já na chegada, deu pra perceber que Seminyak é bem diferente de todo o resto de Bali. Parece uma São Paulo, só que na beira do mar. Elegante, chique, cheia de hotéis e restaurantes de alto nível. Meu hotel, o Ping (é esse mesmo o nome) é bem bonito. Bom custo benefício, mas bem mais simples do que os outros onde fiquei. O staff, em compensação, é tão querido ou mais! Minha dificuldade aqui tá sendo com o inglês deles. Êta sotaquezinho difícil de entender…

Almocei no hotel mesmo e fui dar uma descansada para estar inteira para curtir o famoso por do sol no Ku De Ta, um tradicional restaurante daqui. E que por do sol. E que lugar! Uma atmosfera jovem, vibrante, novamente com um serviço impecável. E pra completar, foi lá que comi a melhor refeição até agora em Bali. Também pudera, a conta deu 720 mil rupias (eu pago em torno de 40 mil cada refeição). Só pra constar, comi o tradicional suckling pig (tipo um porco no rolete).

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Agora é descansar e preparar as coisas para curtir um pouco do meu último dia em Bali, amanhã. Sábado tô em casa, já com saudades daqui e com a certeza de que voltarei ainda muitas vezes.

Alone in Bali – Day 4

Dez e meia da noite e não consigo decidir como começar o post de hoje. Talvez Ubud tenha me deixado sem palavras, pra dizer o mínimo. O coração de Bali!

Deixei Padang Padang ao meio dia, e conforme o combinado, Madi estava lá para me levar ao próximo destino: Ubud. Cheguei na pousada meio arrependida, pensando “o que é que vim fazer aqui?”. Então entrei no quarto… UAU!

UAU, UAU, UAU! Não era um quarto, mas um bangalô só pra mim! Todo em estilo japonês, com móveis antigos de madeira belíssimos. E o banheiro é aberto. Assim mesmo, ao ar livre. Claro que cercado por muros, mas é como se o banheiro tivesse uma varanda. Só vendo pra acreditar.

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Peguei minha bolsa e fui perguntar para a dona do lugar como fazer para ir ao Centro. Sabia que lá eu poderia caminhar entre os lugares que queria visitar. Trisna não só me explicou como chegar de um lugar pro outro, ela desenhou um mapa e pediu para um dos meninos me levar. De moto! Uma querida. Disse que eu poderia esperar no restaurante que ela tem por lá, que as 21h alguém estaria lá para me buscar. Como assim?

O menino que eu não sei o nome me levou direto para a Monkey Florest, a Floresta dos Macacos. Quem me conhece e sabe da minha loucura por bichos pode imaginar minha felicidade por lá. Já entrei com duas pencas de bananas! E os macacos aqui são uns fofos, subiam na minha cabeça, no meu ombro, até colo eu dei… Mas as bananas duraram pouco. Eu sou facinha!

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Saí de lá e caminhei até o Ubud Palace, por entre lojas de roupas e artesanato local. Me segurei para não comprar (muito!) pois sabia que la na frente haveria um free market, daqueles de negociar até a mãe. Parei para tomar um suco no meio do caminho porque o calor aqui é de matar.

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Cheguei no palácio, comprei entrada para o show de dança que acontece a noite e fui às compras. O mercado tava meio vazio e a galera desesperada pra vender. Eu, como sempre, prefiro não chegar no limite da negociação, mas num preço que considero justo pra mim e bom pra eles. Tudo o que eu não gastei na viagem toda ficou ali. Saí feliz…

Caminhei mais um pouco até o Warung Lada, o restaurante da Trisna, e almo/jantei. O lugar serve comida caseira indonésia e juro que manteria fácil a dieta se legumes fossem sempre tão bons quanto os que eu comi ali. Mais tarde eu pedi a receita para a Trisna, mas apesar de ela jurar que é muito fácil, vai caldo de peixe e caldo de ostras, que convenhamos, não é bem assim pra encontrar pelo Rio Grande do Sul. Deixei minhas compras ali e voltei para o Palácio.

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O show de dança foi meio chato, pra dizer a verdade. Eles dançam muito com os olhos, se é que isso é possível, e apesar de interessante, uma hora e quinze de olhinhos dançantes não fazem muito o meu estilo. Voltei para o restaurante e encontrei a própria Trisna, com o marido e o cheff, que me fizeram sentar e experimentar a Ginger Beer (cerveja de gengibre), receita do maridão. Como boa fã de gengibre que sou, amei a cerveja, que pra mim tava mais pra refrigerante. De qualquer forma, to levando a receita pra casa!

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Impossível sentir a verdadeira cultura balinesa sem pisar por aqui. Não é a toa que o lugar é chamado de O Coração de Bali. Aqui sim, Tatá, fiquei com muita vontade de abraçar vários e perguntar “Por que tu é tão queriiiiiido?” Voltamos para a pousanda, a Trisna e eu, já com o plano de retornar amanhã para comprar umas coisinhas que hoje tive que deixar pra trás.