Apenas o terceiro dia e tanta coisa já vista. E Bali segue me surpreendendo com a energia e as paisagens, por vezes estonteantes, por outras, simplesmente fora do comum. O dia começou cedinho, como já de costume, com o sol alto na janela. Desci para o café, mas para minha surpresa, estava tudo fechado. Aparentemente tudo começa um pouco mais tarde por aqui.
Fui pra piscina e acabei conhecendo mais um casal de Porto Alegre, que no fim, descobri que o cara é irmão do dono da pousada de Garopaba que eu conheci em Balangan. Quem diria? E se eu ainda tinha dúvidas sobre me locomover no dia de hoje, elas acabaram logo de cara. A Mariana me contou sobre a experiência do casal com a motoca: ela caiu e se esfolou toda e o namorado foi reto na parece. Motocas selvagens!
Fui até a recepção e pedi para alugar um carro com motorista, saindo ao meio dia e voltando depois da Katchak Dance, pelas 19h. Muito receptiva, a moça ligou para uma empresa e fechou o negócio, me custaria 100 mil rupias por hora, portanto, 500 mil rupias o dia (?!?!?!). Ou eles não sabem direito fazer conta por aqui, ou ela negociou o preço e eu não entendi… Enfim, no início pareceu caro, mas no fim achei que valia a pena pagar 100 reais pra ter um carro a minha disposição a tarde toda.
E por falar em preços, esqueci de comentar que aqui em Padang Padang é tudo bem mais caro do que em Balangan. Uma refeição por lá saía em torno de 40 mil rupias com bebida, enquanto que aqui, só o prato fica em torno de 100. Deve ser a inflação porque a Julia Roberts já passou por aqui!
Peguei meu novo motora e fomos direto a Green Bowl. Segundo minha pesquisa, e veementemente confirmado pelo Marcelo e a Tatá, esse seria o destino mais bonito da ilha. Mas numa dessas últimas aulas lá na Perestroika, o Felipe Anghinoni disse que a expectativa é a mãe da merda. Pois é! O mar aqui, com certeza tem a cor mais bonita, as ondas quando quebram parecem cor de pasta de dente de menta, mas a praia estava cheia de lixo! Como é um lugar meio deserto, imagino que seja o próprio mar que jogue as porqueras ali, mas de qualquer forma, achei bem desagradável.
Alguns balineses estavam pescando por ali e logo vieram pra minha volta, tentando se comunicar. Mas ao invés de falarem inglês, tentavam me ensinar o indonésio. Não deu! Logo me dei conta de que eu era a única pessoa ali, cercada por cinco homens, com 283 degraus pra subir até encontrar meu motorista. Achei melhor vazar. Na boa, achei que não valeu a trabalheira. É muita escada. Muita! Talvez seja mais bacana em grupo, mas definitivamente não é lugar para se ir sozinha.
Próximo destino: Uluwatu Beach, a meca do surf! Essa praia é sensacional, diferente de tudo o que eu já vi. tem que descer morro abaixo (como sempre!) pelo meio de uma “favela” de bares e restaurantes. Assim mesmo, desorganizando, uns por dentro dos outros, sem sinalização… Achar o caminho pra descer foi difícil, mas vi que a maré tava alta e tinha só um pedacinho de areia. Resolvi então sentar pra almoçar em um desses lugares, com vista privilegiada para as super ondas e as manobras dos surfistas. Sensacional.
Pra quem estiver acompanhado, essa é a praia onde rolam as festinhas. No One Finn, todo domingo, tem uma festa ao por do sol, com música eletrônica (éca!). Mas além desse, tem vários outros barzinhos legais por ali. Valeria ter passado uma noite por aqui também.
De lá, fomos ao Uluwato Temple, um templo Indú bem tradicional daqui, onde, ao por do sol, rola um espetáculo de dança chamado Katchak Dance. O show é maravilhoso! Sem música, sem instrumentos, só um grupo de homens gritando Katchak, katchak, katchak repetidamente (ainda acho que vou sonhar com isso!) e os atores interagindo ao redor. Nunca vi nada igual. Meu único problema era decidir se eu olhava pro sol ou pra dança. os dois eram lindos!
As 19h o espetáculo terminou e voltei pro hotel com meu motora, sã e salva e pronta para ir para Ubud amanhã ao meio dia. inclusive tô pensando em trocar a ida ao vulcão por uma ida ao Ubud Palace, onde acontecem outros espetáculos de dança balinesa. To be decided!