Monthly Archives: setembro 2014

You are browsing the site archives by month.

Alone in Bali – Day 3

Apenas o terceiro dia e tanta coisa já vista. E Bali segue me surpreendendo com a energia e as paisagens, por vezes estonteantes, por outras, simplesmente fora do comum. O dia começou cedinho, como já de costume, com o sol alto na janela. Desci para o café, mas para minha surpresa, estava tudo fechado. Aparentemente tudo começa um pouco mais tarde por aqui.

Fui pra piscina e acabei conhecendo mais um casal de Porto Alegre, que no fim, descobri que o cara é irmão do dono da pousada de Garopaba que eu conheci em Balangan. Quem diria? E se eu ainda tinha dúvidas sobre me locomover no dia de hoje, elas acabaram logo de cara. A Mariana me contou sobre a experiência do casal com a motoca: ela caiu e se esfolou toda e o namorado foi reto na parece. Motocas selvagens!

Pink Coco

IMG_8260

Fui até a recepção e pedi para alugar um carro com motorista, saindo ao meio dia e voltando depois da Katchak Dance, pelas 19h. Muito receptiva, a moça ligou para uma empresa e fechou o negócio, me custaria 100 mil rupias por hora, portanto, 500 mil rupias o dia (?!?!?!). Ou eles não sabem direito fazer conta por aqui, ou ela negociou o preço e eu não entendi… Enfim, no início pareceu caro, mas no fim achei que valia a pena pagar 100 reais pra ter um carro a minha disposição a tarde toda.

E por falar em preços, esqueci de comentar que aqui em Padang Padang é tudo bem mais caro do que em Balangan. Uma refeição por lá saía em torno de 40 mil rupias com bebida, enquanto que aqui, só o prato fica em torno de 100. Deve ser a inflação porque a Julia Roberts já passou por aqui!

Peguei meu novo motora e fomos direto a Green Bowl. Segundo minha pesquisa, e veementemente confirmado pelo Marcelo e a Tatá, esse seria o destino mais bonito da ilha. Mas numa dessas últimas aulas lá na Perestroika, o Felipe Anghinoni disse que a expectativa é a mãe da merda. Pois é! O mar aqui, com certeza tem a cor mais bonita, as ondas quando quebram parecem cor de pasta de dente de menta, mas a praia estava cheia de lixo! Como é um lugar meio deserto, imagino que seja o próprio mar que jogue as porqueras ali, mas de qualquer forma, achei bem desagradável.

Green Bowl

15455959452_85378c3725_z

Alguns balineses estavam pescando por ali e logo vieram pra minha volta, tentando se comunicar. Mas ao invés de falarem inglês, tentavam me ensinar o indonésio. Não deu! Logo me dei conta de que eu era a única pessoa ali, cercada por cinco homens, com 283 degraus pra subir até encontrar meu motorista. Achei melhor vazar. Na boa, achei que não valeu a trabalheira. É muita escada. Muita! Talvez seja mais bacana em grupo, mas definitivamente não é lugar para se ir sozinha.

Próximo destino: Uluwatu Beach, a meca do surf! Essa praia é sensacional, diferente de tudo o que eu já vi. tem que descer morro abaixo (como sempre!) pelo meio de uma “favela” de bares e restaurantes. Assim mesmo, desorganizando, uns por dentro dos outros, sem sinalização… Achar o caminho pra descer foi difícil, mas vi que a maré tava alta e tinha só um pedacinho de areia. Resolvi então sentar pra almoçar em um desses lugares, com vista privilegiada para as super ondas e as manobras dos surfistas. Sensacional.

15453146531_fa56dfb33f_z

 

IMG_8276

Pra quem estiver acompanhado, essa é a praia onde rolam as festinhas. No One Finn, todo domingo, tem uma festa ao por do sol, com música eletrônica (éca!). Mas além desse, tem vários outros barzinhos legais por ali. Valeria ter passado uma noite por aqui também.

De lá, fomos ao Uluwato Temple, um templo Indú bem tradicional daqui, onde, ao por do sol, rola um espetáculo de dança chamado Katchak Dance. O show é maravilhoso! Sem música, sem instrumentos, só um grupo de homens gritando Katchak, katchak, katchak repetidamente (ainda acho que vou sonhar com isso!) e os atores interagindo ao redor. Nunca vi nada igual. Meu único problema era decidir se eu olhava pro sol ou pra dança. os dois eram lindos!

15455928762_ffdeb878a9_z

15433178426_cd80c04163_z

15269512959_c7209a7970_z

As 19h o espetáculo terminou e voltei pro hotel com meu motora, sã e salva e pronta para ir para Ubud amanhã ao meio dia. inclusive tô pensando em trocar a ida ao vulcão por uma ida ao Ubud Palace, onde acontecem outros espetáculos de dança balinesa. To be decided!

Alone in Bali – Day 2

Novidade pra mim, sigo dormindo cedo e acordando mais cedo ainda. Acho que pra quem está sozinha pela Indonésia, o melhor mesmo é aproveitar o sol. Era 7h quando abri os olhos e me deparei com o quarto super iluminado. Olhei pela janela e lá estava o mar, lotado de surfistas. Fiquei imaginando a que horas eles acordaram!

Decidi ficar pela piscina, já que é uma descida íngreme até a praia e eu poderia tomar o café da manhã e pegar meu bronze com todo o conforto, por ali mesmo. Fiquei de papo com a família da pousada de Garopaba enquanto me atualizava pelo What’s App sobre os acontecimentos back home. (Ingresso pro Foo Fighters comprado, by the way. Thanks Sis).

Piscina Balangan

Era 11h30 quando decidi partir para o próximo destino. Pra minha sorte, o pessoal do hotel foi super querido e carregou minha mala até o lobby/bar/restaurante/ponto de táxi. Aliás, importante ressaltar esse ponto: o ideal por aqui é realmente vir de mochila. Os hotéis sempre possuem caminhos tortuosos, com chão irregular e escadas pra subir. As malas são bem complicadas pra carregar. E, apesar de eu sempre dizer que uma mochileira deve conseguir carregar suas próprias coisas, fiquei com vontade de abraçar o balinês que carregou as minhas.

Meu taxista apareceu no horário combinado e rumamos para Padang Padang. No caminho ele pegou um atalho pelo meio da Dreamland Beach, para que eu conhecesse. Me contou sobre como o ex ditador indonésio desocupou aquelas terras, 25 anos atrás, a maioria através de força bruta e armas. Hoje, segundo ele, a Indonésia vive uma democracia com um presidente eleito pelo povo, que aparentemente faz sucesso. “Não entre os parlamentares”, ele fez questão de ressaltar. Madi, o motora, me contou que o presidente é muito querido pelo povo, uma pessoa humilde, que está sempre circulando para entender as necessidades.

Ficou claro que ele é fã do cara! Ele ainda me contou que hoje eles votam para outros cargos como governador e prefeito, mas que o parlamento tem um projeto para que apenas o presidente seja eleito de forma democrática, segundo Madi, uma forma da elite política se posicionar contra o atual presidente. Mudamos de assunto e passamos a falar sobre o ritual Indú que assistirei amanhã em Uluatu, mas o Madi usou tantas palavras locais pra tentar me explicar a história que acabei desistindo de entender. Ele disse pra eu não me preocupar pois vou receber um folder com toda a história antes da dança. Melhor assim…

Antes de me deixar no Pink Coco, meu hotel em Padang Padang, Madi propôs me levar a Ubud, meu destino daqui dois dias. Disse ele que “tu foi legal comigo nesses dois dias, agora quero ser legal contigo”. Ele só não se ofereceu para amanhã porque tem uma cerimônia de cremação pra ir. “Mas não se preocupe, não é ninguém próximo”. Ok! E quem disse que o universo não devolve, né? A gente colhe o que planta e o Madi virou meu motora, amigo e guia local. Bom pra nós!

Fui muito bem recebida no Pink Coco. Fiquei imaginando se era porque eu já havia deixado o hotel pago antes de vir. Ganhei um chá gelado de boas vindas. Doooooce daqueles de doer os carrinhos, mas tomei tudo pra não parecer mal agradecida. O quarto ainda não estava pronto, então aproveitei pra almoçar enquanto preparavam tudo pra mim.

Quando cheguei no quarto… UAUUU! O mais legal de todos até agora. Todos os móveis do quarto são feitos de cimento. Até o chuveiro! Mas era hora de aproveitar a tarde para conhecer Padang Padang, e não de ficar no hotel. Dei de mão numa toalha e me fui lomba abaixo. Primeira coisa que vejo na entrada da praia é uma macacada com cara de que aprontam todas fazendo a alegria dos turistas. Segui descendo por um caminho incrível pelo meio de pedras que de tão estreitas em alguns locais, só passa uma pessoa por vez.

Quando finalmente cheguei na praia, me deparei com uma multidão de pessoas, e não era esse auê todo que eu queria! Deitei por ali, mas foi só o tempo de avistar um caminho por entre as pedras na beira do mar, que resolvi dar uma caminhada. Afinal, de escalar pedras na beira da praia eu entendo, né Gabi?

Padang Padang 1 Padang Padang 2

Padang Padang 3

15452932521_98100fcc0c_z

IMG_8241

Fui andando por ali até não ver mais ninguém. Estendi minha toalha e desfrutei de uma das paisagens mais bonitas que já vi. O contraste do mar com as pedras e o por do sol que rolou no final da tarde me fizeram entender por essa foi a praia escolhida pelos produtores de Comer, Rezar, Amar. Um mergulho nas piscinas que se formam entre os corais e quando vi, já era hora de voltar e encarar toda a subida de volta pro hotel.

A noite resolvi sair sem rumo. Logo ouvi uma música e resolvi segui-la. Fui parar numa hamburgueria de um brasileiro, que era quem tava tocando e cantanto ao vivo. Ele acabou me apresentando para outros brasileiros que moram na praia. E eu achando que aqui eu não encontraria nenhum!

Amanhã é dia de Green Bowl, Uluwatu Beach e Uluwatu Templo, mas ainda não sei como vou fazer pra chegar até lá. Será que alugo uma motinho?

Alone in Bali – Day 1

Cinquenta e seis dias de férias pra tirar. Uma viagem a trabalho para a China. E um paraíso logo ali. Assim, decidi passar uma semana em Bali, sozinha, mas com a expectativa de realizar uma das trips mais bacanas que já fiz. Planejei menos do que gostaria, mas com a ajuda do Marcelo e da Tatá, que recentemente haviam passado um tempo por lá, consegui montar um roteiro básico.

Fiz as reservas de hotel e, apesar de as praias serem perto umas das outras, preferi sempre trocar de hotel por um que fosse logo ali, em frente ao mar. A grande dúvida permanecia (e permanece) com relação ao transporte. Fui encorajada a alugar um carro, mas embora eu tivesse mais liberdade se tomasse essa decisão, o fato de em Bali ser mão inglesa e eu já ser confusa por natureza com relação a direita e esquerda ligaram uma luz de alerta.

Milionária

A primeira noite eu passaria em Jimbaram, uma praia bem próxima do aeroporto, e que, apesar de não ser lá essas coisas, é bem conveniente. Cheguei de Xangai era mais de meia noite, mas enormes filas no aeroporto, somadas a super educação (#sqn) dos inúmeros chineses que resolveram me seguir, me fizeram sair de lá quase às duas da manhã. Primeiro foi a fila para pagar a taxa do visto, depois pra passar a imigração, mas por fim, cheguei no táxi que me trouxe para o Sari Segara Resort em menos de cinco minutos.

Sari Segara

No hotel, notei que o recepcionista ficou surpreso ao me ver sozinha. Foi extremamente simpático e carregou minha mala pelo longo caminho na beira da piscina até meu quarto. Bem bonitinho, grande, limpo e com o ar condicionado ja ligado. (Uma benção!) Na manhã seguinte acordei pelas 7h, tomei meu café, que não era muito farto, e me fui a praia curtir um pouco da energia do mar.

Dei uma caminhada pela beira antes de sentar e iniciar o Projeto Carvãozinho 2015 (#mais preta do que nunca). Ali, sentada, já pude perceber que um ótimo motivo para se iniciar uma conversa por aqui é falar sobre tatuagens. Os balineses que passavam, paravam para me cumprimentar e elogiar o São Jorge. Small talk e eles seguiam seus caminhos. Achei simpático.

Jimbaran

Voltei e fui curtir um pouco da piscina do hotel, numa cadeirinha mais confortável, até que chegou o momento de fazer o check out e rumar a Balangan, minha próxima parada. Negociei o táxi (eles não usam taxímetro por aqui!) e me fui. Entramos numas bibocas, no meio de vacas, galinhas e cachorros, mas no fim chegamos no Balangan Sea View.

O hotel é mais precário em termos de estrutura. O quarto só tem ventilador de teto e a limpeza não é lá essas coisas. Em compensação, é exatamente como imaginei Bali. Sem televisão e ar condicionado, mas com surfistas e uma energia incríveis. Sem falar da vista que tenho do meu quarto. Ta valendo super!

Balangan é uma das tradicionais praias de surf da Indonésia, e a galera que tava na água confirmou. Emocionante ver os surfistas pegando tubos sem fim logo ali, na minha frente. Mas a praia é cheia de corais e volta e meia saía um esgualepado, com a canela aberta. Acho que faz parte da aventura. Enfim, lindo, lindo, lindo. Ainda consegui a façanha de encontrar dois grupos de Porto Alegre, inclusive uma família, com dois filhos pequenos, donos de uma pousada em Garopaba. O mundo é mesmo uma ervilha!

Balangan

Amanhã o mesmo taxista de hoje me busca aqui para irmos a Padang Padang. Can’t wait. Primeiro dia e já muita história pra contar. Aguardando cenas do próximo capítulo…