Monthly Archives: julho 2011

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Vira lata de raça

Que eu sou doida por bicho, todos já sabem! Que se eu tivesse uma casa, ela seria um zoológico, tá todo mundo careca de saber! Que eu penso seriamente em adotar todos os bichinhos que encontro na rua, já é assunto batido!

Mas acontece que eu não posso pegar todos pra mim, então faço o que posso. Adotei meus dois filhotes, Jack Daniels e Johnnie Walker, quando os dois ainda cabiam, juntos, em uma pequenina caixinha de papelão. Nunca vou esquecer daquelas carinhas me olhando, naquele dia frio e chuvoso, pedindo por uma família, por um carinho!

Nada contra bichinhos de raça, pelo contrário! Acredito que bicho não é brinquedo e que sua adoção, ou mesmo compra, deve ser bem pensada e planejada. Algumas raças são próprias para apartamento, outras para crianças, algumas para cuidar da casa. Mas o bichinho, quando é adotado, se mostra fiel de uma forma que não dá nem pra explicar.

Agora, esse fim de semana, o Gabi (meu primo) adotou uma cachorrinha na Ondaa. Chega a ser comovente a história de vida da bichinha. Chegou na Organização com a cabeça cheia de bicheira, magrinha de dar dó, assustada… e hoje ela tá linda, tratada, dócil. Que belo desfecho. Emocionante vê-la como membro de uma família que vai amá-la com todo o coração.

Eu queria poder fazer mais pelos animais. Queria mesmo. Mas já que meus recursos são limitados, só me basta rezar pra que Deus abençoe pessoas que dedicam suas vidas a eles.

Para quem quiser saber mais sobre a organização: www.ondaa.org ou https://www.facebook.com/pages/Ondaa/202245256468389

De volta ao mundo dos livros

 

Ando numas de que tô lendo pouco. Pra quem lia pelo menos um livro por mês, esse ano tô muito em débito com as livrarias. Tenho muitos livros bons lá em casa e, obviamente, sigo comprando aqueles que conversam comigo das prateleiras ou mesmo dos sites de venda online. A lista de pendências só aumenta e fui obrigada a tomar uma decisão.

Por um tempo vou esquecer meu curso de mandarim online, vou abandonar meus seriados favoritos, e vou dedicar uma parte maior do meu tempo a leitura. A partir de agora, assisto TV até as 22h, depois disso é leitura. Pelo menos uma hora. E como sempre gostei de ler mais de um livro ao mesmo tempo, resolvi colocar três na roda. É bom variar os temas e combiná-los com o contexto em que está inserido o momento da leitura.

O primeiro deles eu estou terminando. Chama-se Bilionários por Acaso e conta a história do Facebook. É o livro que baseou o filme, que eu já vi, mas que mesmo assim, traz alguns fatos novos e uma compreensão diferente de quem é bandido e de quem é mocinho. Esse livro eu carrego pela casa, pra todo canto. Leio trechos enquanto cozinho, ou mesmo nos intervalos dos meus programas de televisão favoritos.

O segundo que comecei a ler, mas que empacou logo no início, chama-se Modernidade Líquida. O livro foi uma indicação da professora de comunicação estratégica e é doido que só vendo. Já deveria ter imaginado, já que foi escrito por Bauman. Ele fala que a modernidade é fluida, como líquido, pois é passível de muitas mudanças e preenchem espaços por apenas alguns momentos. Aham, tá bom! Senta lá, Claudia!

O terceiro que comecei, mas que devo terminar em breve, chama-se A Insustentável Leveza do Ser. Engraçado como muita gente leu esse livro na adolescência e eu só tive acesso a ele agora. Foi assim com O Pequeno Príncipe! Todo mundo leu aos 10 anos, eu li aos 20! Vai entender!

Na lista de pendências ainda estão O Poderoso Chefão 4, Dom Quixote, uns policiais tipo “leitura de avião” e a coleção completa do Guia do Mochileiro das Galáxias. É muita coisa pra por em dia. Melhor seguir meu plano de leitura para que eu consiga dar uma adiantada antes de virem outros. Essa história de pós MBA só faz aumentar minha lista de desejos.

Que meus olhos sigam enxergando e que meu cartão de crédito siga segurando as pontas. Vem muitas emoções por aí!

A saga do visto americano

A aventura toda começou quando o Rogério, o agente de viagem, me disse que não havia mais horários para entrevista de visto americano antes da data da minha viagem. Pânico total! Seria minha primeira viagem de trabalho aos Estados Unidos e eu não estava disposta a deixar essa oportunidade passar.
“Recife!”, ele disse. “Tem horário em Recife! Topas?”. E lá estava eu, entre todos os documentos que são solicitados, mais fotografia, mais comprovantes disso e cartas daquilo, com a opção de passagem para avaliar. Como já fiz algumas vezes, não dei muita bola e aprovei o itinerário. Claro que, todas as vezes em que neglicenciei essa etapa da viagem, mofei horas em aeroportos graças a conexões estapafúrdias.
Mesmo assim, ainda não havia aprendido a lição.
A ida contava com uma parada em São Paulo. O que eu não esperava é que essa parada seria de quatro horas!!! QUATRO! Para só então pegar o próximo vôo, Gol, rumo a meu destino final. Nos dois trechos, meu assento era na janela. Claro, na Gol eu não sou VIP como na TAM, e lá, eles ainda não descobriram que eu PRECISO sentar no corredor devido a minha necessidade que se manifesta com uma pontualidade quase britânica, de fazer xixi de cinco em cinco minutos.
Tudo bem! Me concentrei e fui, torcendo para chegar logo no hotel para pedir algo para comer que fosse diferente de amendoim e barrinha de cereal. Uma rápida olhada no Google Maps e logo fico sabendo que o hotel fica a apenas cinco minutos do aeroporto. Melhor não avisar o taxista sobre esse detalhe antes de entrar no carro!
“Táxi?”, gritou um cara logo na saída do portão de desembarque. Fui com ele até o carro e, quando já havíamos começado a andar, larguei a bomba: “Nacional Inn, por favor, fica aqui pertinho!”. “Já sei onde é”, ele disse, “pode contar três minutos no relógio”. E nesse instante ele decidiu que a melhor forma de tratar uma fulaninha que tira ele da fila para uma corrida de três minutos, seria mata-lá durante o percurso. Ele não conseguiu, mas se esforçou bastante!!
Chego finalmente no hotel. Preencho a ficha. Vou logo avisando que quero um late check out para o dia seguinte. Quando termino de falar, o senhor calma e gaguejantemente diz: “Senhora, nós tivemos alguns problemas de infiltrações em alguns quartos, por isso estaremos lhe realocando em um outro hotel. O motorista irá lhe levar e, amanhã, a senhora nos liga que lhe buscaremos no hotel e lhe levaremos ao aeroporto.”
Great! A saga ainda não havia terminado. E lá fui eu, para o novo hotel. A boa noticia é que esse era de frente para o mar e que eu não gastaria com táxi. A má era que, obviamente, o room service já havia encerrado e não tinha nada para comer no quarto. “O frigobar do quarto está vazio. A senhora pode solicitar as bebidas aqui embaixo”, ele explicou! “Duas cervejas, por favor, e geladas!”. Quem não tem cão, caça com Skol.
 No outro dia acordo às seis da manhã para não correr o risco de chegar atrasada para a entrevista. Logo que toca o despertador, dou um salto da cama, achando que já era perto do meio dia e que eu havia perdido minha chance. Mas não, estava tudo certo! Incrível como o sol já está alto em Recife às seis da manhã. Tomo café da manhã, que no fim foi melhor do que o esperado e sigo, toda emperequetada, rumo ao Consulado americano.
Logo na chegada, recebo um número. Essa seria minha identifição até o veredito ser pronunciado em alto e bom som. 644! Menos mal que não era 666. E lá vou eu, junto com outros tantos ali transformados em gado marcado, passar pelas etapas todas até falar com a criatura que interessa de fato! Mostra comprovante de pagamento, escreve o tipo do visto, entrega formulário, põe as digitais numa maquinha e…
Finalmente, chega a hora fatídica.
Devo confessar que estava nervosa. Mesmo tendo tudo o que um requerente precisa, mais cartas, convites e um visto vencido, nunca é possível saber o que se passa na cabeça de um americano. Quando ele pronunciou meu nome, o nervosismo aumentou. A tentativa dele de falar o português criava quase que um novo idioma, macarrônico, beirando o ridículo, e tive que me controlar pra não rir.
Visto aprovado, saí do brete em busca de um táxi e, para minha sorte, encontrei um cujo motorista me explicou tudo sobre corrupção, super faturamento de obras, omissão dos vereadores e a forma de pensar da população nordestina. Era tudo o que eu queria, realmente. Mania que esse povo tem de falar. Era eu soltar um “tu” qualquer que já vem querendo saber de onde sou, quando cheguei, porque e para onde vou, se já vim outras vezes. Afe! Me deixem! “Desculpe senhora”, disse ele quando chegamos, “eu falo demais e sei que gaúcho não gosta muito de falar.” Mais essa agora!
Cheguei no hotel, fiz uma horinha e liguei pro pessoal do Nacional Inn. Queria que eles me levassem ao aeroporto. Era parte do pacote e eu não abriria mão desse beneficio. Pelo menos não depois de tudo o que passei. Vai que o próximo taxista quisese discutir a economia mundial ou pior, tentar me transformar em uma torcedora do Sport, do Náutico ou do Santa Cruz! Ah não! Paciência tem limite!

Ratinhos de laboratório

Na minha última aula, sobre modelos de tomada de decisões, muito foi falado sobre neurociências, neuromarketing. Não dá pra negar que já virou moda, que é a nova tendência de mercado e que obviamente, desperta nossa curiosidade e ativa nossas ideias.

Dentro dessas novas ferramentas neuromodernistas, uma que me chama muito a atenção é o uso de odores para estimular partes específicas do cérebro. Sabe o cheiro de carro novo? Ele não é cheiro de carro novo de verdade! Ele é um cheiro, colocado no carro, que nos faz percebê-lo como novo!

Sabe a pipoca do Cinemark? Sabe quando tu vai no cinema e jura que dessa vez não comprará o maxi-combo-mega-blaster, mas quando chega, aquele cheiro te transforma e quando tu menos espera, tá lá, com o super pacote debaixo do braço? É chocante o que vou dizer, mas aquele cheiro não é de pipoca! É um cheiro colocado dentro das tubulações de ar, que nos faz desejar comer pipoca. Incrível, não?

Me sinto um ratinho de laboratório ao pensar que áreas do meu cérebro são estimuladas sem minha consciência ou, no mínimo, permissão. Somos cobaias de um universo paralelo dominado por neuroespecialistas. É a Matrix dos psiquiatras!!

Revolução das máquinas? Pra que tanto? Pobres mortais programadores que achavam que um dia poderiam criar um mundo ilusório, onde pessoas entrariam e sairiam dele através de telefones fixos. O lance agora é estudar nossa cabeça, com o que já se sabe, parece fácil transformar seres humanos em robôs controlados por estímulos variados.

Alguém duvida? Há pouco tempo ganhei um vidrinho com o cheiro da Daslu! Isso! Agora minha casa pode cheirar igualzinho a Daslu! Depois dessa aula, classifiquei o vidrinho como instrumento do demo. Melhor ficar cada vez mais atenta a cheiros, cores e sons. Pelo menos até os nano robôs serem implantados em nossos cérebros!