Daily Archives: 20 de janeiro de 2011

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Como funciona a emergência de uma plano de saúde

DIA 1
– Quebrei o braço em Jericoacoara, interior do Ceará.
– Fui atendida no hospital de Jijoca, onde fizeram um raio X e uma tala e sugeriram que eu voltasse para Fortaleza pois a fratura era cirúrgica.
– Cheguei em Fortaleza direto no hospital da Unimed. A tala não foi refeita e não fui medicada.
– Marquei cirugia para o outro dia, em Fortaleza.

DIA 2
– Cheguei no hospital e me deram um endereço onde eu deveria ir para autorizar a cirurgia.
– Chego no local e me avisam que o prazo para autorizar uma EMERGÊNCIA é de 4 dias.
– Decido voltar a Porto Alegre e vou direto para o Pronto Atendimento do Mãe de Deus, onde sou atendida pelo Dr. Fernando Nora Calcagnotto, cirurgião especialista em mãos e punhos.
– Minha tala é refeita e sou finalmente medicada.

DIA 3
– Verifico as opções de cirugiões no Vale do Sinos. Existe apenas um especialista em mãos, mas no google constam várias ações judiciais contra ele. Para minha sorte, ele está de férias.
– Ainda assim, a Unimed Vale do Sinos não parece disposta a autorizar a cirurgia em Porto Alegre.
– Consulto com o traumato de plantão em NH e ele me encaminha, por escrito, para cirugia com o Dr. Fernando.

DIAS 4 E 5: O setor de autorização de internações não atende em fim de semana. Nem mesmo em casos de emergência.

DIA 6
– Passo dia aguardando a autorização. Ligo e a resposta é sempre de que não apareceu a solicitação no Portal.
– Perto das 18h30, após várias ligações minhas, pedem para que o Dr. Fernando encaminhe a solicitação por fax!

DIA 7
– Sou avisada de que preciso fazer um novo raio x, com laudo, para que eu possa conseguir a autorização.
– Passo a tarde em hospitais, com plantonistas insensíveis, andando sem a tala, segurando bolsa e outros pertences.
– Quando digo que não consigo abrir uma das portas, já que, sem a tala, preciso usar a mão esquerda para segurar o braço quebrado, a resposta é: “Ela não é pesada!”
– Sem tala, meu braço fica ainda mais machucado e a dor volta.
– Uma nova tala é feita. A terceira em sete dias.

DIA 8
– Com dor, fico em casa, em repouso.
– Continuo aguardando a autorização da Unimed para minha cirurgia de EMERGÊNCIA.

– A Abicalçados, empresa onde eu trabalho, entra em contato com a Unimed pressionando um retorno.
– Recebo a notícia de que minha cirurgia NÃO foi autorizada pois existe uma especialista em mãos em São Leopoldo.

– Ligo para marcar consulta, sabendo que provavelmente terei que fazer tudo de novo (raio x, tala, etc).
– Dizem para eu passar a tarde no consultório no dia seguinte, pois TENTARIAM me encaixar na agenda.
– A Abicalçados pressiona para que a Unimed autorize a cirurgia em Porto Alegre.
– A Unimed finalmente autoriza.
DIA 9
– Ligo para a Unimed para saber se já passaram a autorização para Porto Alegre e respondem que sim.
– Ligo para a secretária do médico e ela explica que agora temos que esperar Porto Alegre comunicar a autorização ao médico.
– Marco minha cirurgia para amanhã mesmo assim!
E viva a saúde no Brasil. Quem sabe não seria mais rápido se eu tivesse tentado pelo SUS?