Não tenho medo de muitas coisas. Barata, aranha, cobras, escorpiões. Tiro de letra! Altura? Adoro! Entro seguidas vezes na filas dos elevadores que caem e das maiores montanhas russas em parques de diversão. Saltar de paraquedas é um sonho! Avião? Muito mais perigoso é o trânsito do dia-a-dia. Tempestades, terremotos, tsunamis? A natureza é sábia, leva cada um a seu tempo.
Agora, se tem uma coisa que me deixa aterrorizada, é violência urbana. É isso! Tenho medo de gente! Tenho medo do único ser vivo que se diz racional. Tenho medo de fenômenos programados, esperados, executados seguindo um cronograma previamente definido. Tenho medo do despreparo e da intolerância humana.
Tenho medo da falta de cultura, da falta de respeito, da falta de bom senso. “Como se treina alguém pra ter bom senso?”, perguntou o professor de gestão da qualidade. Como? Como se diz pra um mauricinho classe alta, que é errado quebrar uma lâmpada fluorescente no rosto de outra pessoa, seja ela da cor, da opção sexual, ou da classe social que for. Como se pune um filho que atropela e foge sem prestar socorro? E como se pune um pai que suborna os policiais para que eles abafem o caso?
Tenho muito medo de bala perdida. Um tiro sem destino certo, sem rumo, pronto para atingir um inocente, com uma sacolinha de pães na mão, que vai em direção a sua casa, levar o jantar para a família que o espera, faminta. Tenho medo da falta de discernimento do certo e do errado, da falta de valores, da falta de ética. Tenho medo de andar na rua…
É guerra por religião. É guerra por petróleo. Guerra por dinheiro. Guerra por terra. Guerra por poder. É guerra por drogas, por status… É guerra que existe simplesmente por existir, às vezes mesmo sem propósito. É guerra demais, soluções de menos. Hora de declarar guerra às guerras e buscar soluções pacíficas para problemas que vão muito além da educação.
Que Deus coloque um pouco de bom senso na cabeça de cada um de nós, para que, individualmente, possamos construir um mundo melhor. Amém!