Quão rica é uma experiencia como essa? Tanto que um post já se foi e eu sequer cheguei em São Paulo. A situação não era muito diferente de Porto Alegre. Nao sei se havia um ciclone por aqui também ou se era apenas o movimento do feriado. Ou se era uma combinação dos dois. Fato é que o aeroporto de Guarulhos, como sempre, estava lotado. Era fila para o check in (menos pra mim, é claro!), fila para entrar na sala de embarque, fila para passar pelo raio x, fila para passar pela policia federal, fila para conseguir sair do free shop… Dá pra imaginar o fuzuê, né?
Nessas horas, as crianças se destacam. E um palpite furado atrás do outro, e um bando de pais sem saber o que fazer, perdidos, tentado saber se o que o filho está dizendo faz sentido ou não. O mais comum, nesses casos, é a criança olhar pra fila do lado e dizer: “Papai, vamos para aquela fila, não tem quase ninguém!”. O papai, coitado, fica atordoado, dando razão ao filho, sem saber que a fila ao lado e para outro tipo de embarque, obviamente…
Lembrei agora do meu ultimo vôo, mês passado, para Paris. Havia uma família do meu lado. Mãe, filho e pai, nessa ordem. O menino deveria ter uns 10, 11 anos e entrou no aviao enlouquecido, faceirito no mas. Pegava o cobertor, depois o travesseiro, destravava a mesinha, acendia e apagava as luzes. Certa feira chegou a dizer: “mas esse avião é tudo de bom!”. Isso tudo e estávamos de Lufthansa, que nem televisão individual tem. Já pensou ele de Air France? Mas durou pouco a alegria, bem como era de se esperar.
Logo de cara ele resolveu implicar com minha luz de leitura. Cada vez que eu apagava, vinha um “finalmente!”, e cada vez que eu acendia, podia ouvir claramente um “ah, nao!”. Eu, é claro, resolvi comprar a briga e li, quase que de uma vez, um livro inteirinho. Mas não sem apagar e acender a luz vez que outra, só para ouvir os lamúrios infantis reprimidos imediatamente pelos pais.
Mas voltando a São paulo, eu finalmente consegui me sentar e, próxima a uma tomada, colocar o note pra carregar. Minha ideia era ver um filme ou alguns episódios de True Blood enquanto aguardava, mas não poderia desviar da minha missão observatória e optei por comprar umas horas de internet e manter os olhos bem atentos.
Entre um bebe fazendo vrum vrum com uma mala pra cá, e um casal discutindo a relação acolá, percebi que os tais assentos marcados não servem de muita coisa. Acho que humanos são impacientes por natureza e, logo que chegam ao portão de embarque, resolvem fazer fila. Um chama o outro e, quando se vê, estão os funcionários da companhia aérea, desesperandos, tentanto fazer com que todos sentem e aguardem serem chamados de acordo com a ordem do embarque. Na maioria das vezes nao surte muito efeito!
“Atençao senhores passageiros do vôo Lufthansa 0507 com destino a Frankfurt e demais conexões. Seu embarque será realizado atravás do portão de número 24. Pedimos que passageiros viajando em primeira classe, classe executiva, gestantes, idosos, portadores de deficiência, membros com cartão senator ou gold, dirijam-se ao portão localizado ao lado direito do balcão”. Era a minha deixa! Entrei na lata voadora!