Monthly Archives: outubro 2010

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Antes do trecho mais longo

Quão rica é uma experiencia como essa? Tanto que um post já se foi e eu sequer cheguei em São Paulo. A situação não era muito diferente de Porto Alegre. Nao sei se havia um ciclone por aqui também ou se era apenas o movimento do feriado. Ou se era uma combinação dos dois. Fato é que o aeroporto de Guarulhos, como sempre, estava lotado. Era fila para o check in (menos pra mim, é claro!), fila para entrar na sala de embarque, fila para passar pelo raio x, fila para passar pela policia federal, fila para conseguir sair do free shop… Dá pra imaginar o fuzuê, né?

Nessas horas, as crianças se destacam. E um palpite furado atrás do outro, e um bando de pais sem saber o que fazer, perdidos, tentado saber se o que o filho está dizendo faz sentido ou não. O mais comum, nesses casos, é a criança olhar pra fila do lado e dizer: “Papai, vamos para aquela fila, não tem quase ninguém!”. O papai, coitado, fica atordoado, dando razão ao filho, sem saber que a fila ao lado e para outro tipo de embarque, obviamente…

Lembrei agora do meu ultimo vôo, mês passado, para Paris. Havia uma família do meu lado. Mãe, filho e pai, nessa ordem. O menino deveria ter uns 10, 11 anos e entrou no aviao enlouquecido, faceirito no mas. Pegava o cobertor, depois o travesseiro, destravava a mesinha, acendia e apagava as luzes. Certa feira chegou a dizer: “mas esse avião é tudo de bom!”. Isso tudo e estávamos de Lufthansa, que nem televisão individual tem. Já pensou ele de Air France? Mas durou pouco a alegria, bem como era de se esperar.

Logo de cara ele resolveu implicar com minha luz de leitura. Cada vez que eu apagava, vinha um “finalmente!”, e cada vez que eu acendia, podia ouvir claramente um “ah, nao!”. Eu, é claro, resolvi comprar a briga e li, quase que de uma vez, um livro inteirinho. Mas não sem apagar e acender a luz vez que outra, só para ouvir os lamúrios infantis reprimidos imediatamente pelos pais.

Mas voltando a São paulo, eu finalmente consegui me sentar e, próxima a uma tomada, colocar o note pra carregar. Minha ideia era ver um filme ou alguns episódios de True Blood enquanto aguardava, mas não poderia desviar da minha missão observatória e optei por comprar umas horas de internet e manter os olhos bem atentos.

Entre um bebe fazendo vrum vrum com uma mala pra cá, e um casal discutindo a relação acolá, percebi que os tais assentos marcados não servem de muita coisa. Acho que humanos são impacientes por natureza e, logo que chegam ao portão de embarque, resolvem fazer fila. Um chama o outro e, quando se vê, estão os funcionários da companhia aérea, desesperandos, tentanto fazer com que todos sentem e aguardem serem chamados de acordo com a ordem do embarque. Na maioria das vezes nao surte muito efeito!

“Atençao senhores passageiros do vôo Lufthansa 0507 com destino a Frankfurt e demais conexões. Seu embarque será realizado atravás do portão de número 24. Pedimos que passageiros viajando em primeira classe, classe executiva, gestantes, idosos, portadores de deficiência, membros com cartão senator ou gold, dirijam-se ao portão localizado ao lado direito do balcão”. Era a minha deixa! Entrei na lata voadora!

Partiu Frankfurt!

O exercício da observação

Essa vai ser a prrimeira vez que escrevo de dentro de um avião. Obviamente que não poderei publicar o post daqui, o que é uma pena, pois certamente ele ser editado quando eu revisá-lo amanhā, antes de postar. Não gosto disso, essa coisa de revisar. Gosto do texto puro e limpo, íntegro, aquele que vem do coração, da intuição. Esse sim é verdadeiro, sem medos e pudores…

Mas enfim, não é sobre isso que pretendo escrever agora! Hoje, pela primeira vez, me dediquei a observar com bastante energia as pessoas que estavam ao meu redor. Na verdade, não é a primeira vez que observo pessoas, adoro fazer isso. Sempre que viajo, tiro um dia, pelo menos, para sentar em um banco de praça, ouvindo bossa nova, e observar quem passa.

Tudo é interessante! Roupas, estilos, jeito de caminhar, penteado, o que chama a atenção… É um exercício muito rico culturalmente! Justamente por isso, combinado com o fato de estar rumando a Italia para participar de uma Missão de Cultura de Design que tem por objetivo educar o olhar, é que me permiti esse exercicio hoje de forma ainda mais intensa. Desde a saída de Porto Alegre.

Entrei aeroporto adentro e, como sempre, me dirigi direto para o balcão do check in. Bem ali, ao decidir em que fila entrar, comecei a descobrir a delícia que seria esse experimento. Bom, como todos sabem, viajo bastante a trabalho, logo, tenho um grau alto nos cartões de milhagem. Sou uma VIP, quando se trata de aeroportos, mas ainda nao cheguei ao status de VVIP (very veeeery). Já havia notado, é claro, que dessa categoria de pessoas, geralmente sou uma das mais novas. Difícil uma pessoa da minha idade que tenha viajado ou que viaje tanto quanto eu (ja falei aqui que tenhno o melhor emprego do mundo?)

Enfim, o aeroporto estava um caos! Vários vôos haviam sido cancelados por causa de um tal ciclone extra tropical e era aquela muvuca de gente. Filas quilométricas. Eu, claro, entrei na minha fila de cliente preferencial e logo estava com bagagem despachada, rumando a sala VIP da Tam. Era engraçado de ver a reação das pessoas quando entrei naquela fila. Uns cochichavam, outros olhavam com despreso. Cheguei a ouvir de cochichos de que eu deveria ser da família dos Amaro. Té parece!

Enfim, entrei na sala de embarque e me fui, em zigzag, desviando das pessoas e tentando ser o mais simpática possivel que se pode ser em uma sexta feira de manhã, até a salinha prive. Não é nada, não é nada, mas para a confusão que estava no Salgado Filho, dei gracas a deus por esse beneficio. E pelas três horas de internet grátis (tempo que eu esperei pelo atraso do meu vôo).

Ja dentro da sala, me dei conta de que, obviamente, era a frequentadora caçula do ambiente. Mas nesse tipo de lugar, o povo é muito blasé para comentar qualquer coisa. Senti apenas uns olhares de relance. Coisa normal. Ja imaginou se eles soubessem que eu estava ali, aguardando para o primeiro trecho de uma vôo com destino a Europa? Ri sozinha ao pensar nosso… Fui distraída por um casal que falava espanhol, mas que não identifiquei de onde. Percebi quase uma pilha de latinhas de cerveja a frente deles, na mesa, e eles gritavam ao telefone, entre gargalhadas e mais goles!

Enfim, chamaram meu voo! Embarquei… Partiu Guarulhos!

Uma nova chance para a Itália

Amanhã embarco novamente rumo à Itália. Minha relação com esse país já vem de longa data, mas não posso dizer que é uma relação amigável. Nossa história é cheia de trancos e barrancos, de tapas e beijos! Mas agora eu estou disposta a mudar isso! Quero aprender a gostar da Itália. E vou…

Tudo começou com o fatídico mochilão de 2006. Nós aqui do sul, acostumados com imigrantes e descendentes de italianos, temos uma imagem muito positiva daquele povo: alegre, simpático, festeiro. Logo, programamos um bom tempo para desbravar as principais cidades da bota. Roma, Napoli, Milão, Florença, Veneza! Todos nossos destinos. Mas infelizmente, o que encontramos por lá não foi nada agradável.

Logo de cara, nos deparamos com gente arrogante, mau educada e que, definitivamente, não gostava de ver turistas caminhando por suas ruas. Até os comerciantes faziam questão de deixar claro que éramos seus desafetos. Ainda mais mochileiros, duros e sem espaço pra carregar nenhuma compra. Foi um terror! Em Veneza eu cheguei a desejar que a cidade inteira afundasse de uma vez. Aliás, desejei que o país inteiro afundasse! Sei que isso não foi legal, mas desejei! Quem disse que a gente precisa ser politicamente correto em momentos de raiva?

Em Milão e Florença as coisas foram melhores. Pelo menos fomos tratados com certa educação e a beleza das cidades nos fez respirar e esquecer um pouco do que havíamos passado. Depois do mochilão, já retornei a Milão algumas vezes, e foi sempre bom. Aprendi a gostar da cidade e hoje tenho relações de trabalho com italianos que adoro! Depois fui visitar o Dudu, meu amigo querido, lá em Táranto, no sul, no ângulo do salto da bota. A cidade não é turística, então foi muito agradável ver os italianos do jeitinho que eles são! E gostei!

Ainda assim, nada me tira da cabeça as lembranças ruins. Deve ser algo meio escorpiônico, de rancor e vingança. Ainda acho que o melhor da Itália é a facilidade que se tem de chegar na Croácia, pois lá sim, é que é o paraíso! Mas como eu disse, isso precisa mudar!

Aí eu li, como todos já sabem, o livro Comer Rezar Amar, da Elizabeth Gilbert. A primeira parte, o “Comer”, quem diria?, se passa na Itália. A autora descreve sua experiência de morar três meses por lá, aprendendo sobre a cultura italiana de sentir prazer sem culpa. O livro me encantou e, consequentemente, repensei algumas coisas considerando as experiências de Liz.

Dessa vez vou a Itália de coração aberto. E como um dos objetivos dessa viagem é justamente educar o olhar, vou com a intenção de experimentar uma nova Itália. É uma nova chance! E ela que não me decepcione!

Operação tapa buracos

Sim, porque não basta emagrecer, é preciso exterminar as incômodas celulites. Para isso, damos início, quase que paralelamente à operação verão, a operação tapa buracos. Ou bunda lisa, como prefere a Loira. E aí começa a corrida em busca de massagista que tenha horário disponível. E preço acessível. E que consiga esmagar as ditas cujas até elas pedirem pra sair…

Horário marcado, começa a seção tortura. Aposto que nenhum homem aguentaria uma horinha de drenagem linfática e massagem estética, combinadas. Dói! Parece que a louca da massagista tá tentando tirar a pele fora pra depois colar de novo. É comum alguns hematomas ao final de uma semana de tratamento. Que aliás, é normalmente o tempo que dura. Logo o bolso pesa e as pernas e bundas ardem até ao serem tocadas pelas gotas de água jorradas pelo chuveiro. Hora de partir para a próxima estratégia…
Obviamente que a próxima estratégia é correr para a farmácia em busca de todas as cápsulas milagrosas que reduzem o apetite, melhoram a circulação, queimam gordura localizada e acabam com o aspecto casca de laranja. Difícil encontrar tudo em um remedinho só, por isso, o café da manhã passa a ser cada vez mais colorido. É um verdadeiro banquete de cápsulas, pílulas e vitaminas. Tudo por uma boa causa! 
Volta e meia ainda aparece uma amiga com uma fórmula mágica que promete transformar o derrière em uma protuberância uniformemente arredondada, macia e lisa. Se a amiga indica, a gente toma. Isso, claro, sem perceber que o bumbum da amiga continua do mesmo jeito que tava quando a gente a conheceu!
Normalmente nada disso dá resultado. Mesmo assim, olhamos no espelho e acreditamos de verdade que a superfície mudou, está mais sexy. E só isso basta! Pois o que conta mesmo é atitude e auto estima. E para isso, o tratamento funciona!

Projeto verão 2010

Tão linda minha declaração de amor ao mês de outubro, não? Pois então, só faltou um detalhe, que eu propositadamente resolvi transformar em outro post, devido a complexidade e também para que não tirasse todo aquele brilho que o Mês Camisa Dez tem e que ninguém pode ofuscar. Outubro é o mês em que as academias lotam!

Sim, é em outubro que nos damos conta de que faltam apenas dois meses para o momento fatídico de botar aquele biquininho lindo e minúsculo que a gente sempre compra, na esperança de caber nele quando a estação das praias der as caras. Aí bate o desespero!
A balança, que passou o ano todo esquecida debaixo da pia do banheiro, passa a ter atividade constante. É um tal de sobe e desce, quase que na tentativa de mexer o ponteiro fazendo aula de step ali mesmo. E aí começa a função. A primeira opção é sempre a adesão a academia mais próxima de casa. E nesse momento já não adianta mais só pagar as mensalidades, é preciso participar. Tira a legging do armário. Amarra o cabelo bem alto. E mãos à obra! Ou pernas pra que te quero! Qualquer analogia serve.
Duas semanas de malhação intensa e o ponterinho aquele baixa apenas dois quilos. Que desaforo! É nesse momento que percebemos que o negócio será radicalizar! Corta carboidratos e passa a se alimentar apenas de proteína. É um tal de queijo pra lá, carne pra cá. Coco que é bom, nem pensar! Mas segue lá, porque com essa estratégia não tem erro. E pouco importa se engorda tudo de novo depois, a meta é entrar no biquininho!
Duas semanas de sanduíche sem pão e as coisas parecem melhores! O pneuzinho da pança vai embora. Em algumas noites já cogitamos trocar a refeição por uma taça de vinho! Alguns podem chamar de anorexia alcóolica, mas é fato que o pessoal vem lutando há tempos para classificar o vinho como alimento, não como bebida! Eu concordo! O pique pra malhação diminui um pouco e já se começa a pensar em exercícios alternativos (hã, hã!). A balança indica que o esforço valeu a pena e que está na hora de mandar aquele rodízio de pizza!
Tudo é claro, só pra ver o ponteiro subir tudo de novo, assim que o corpinho não der mais conta do recado e começar a desmair pelos cantos. É nessa hora que nos tacam carboidratos barriga a dentro e tudo o que desejamos é ter forças suficientes pra matar o desgraçado que veio com aquele pão branco (éééécaaa!), pra perto da gente!
(continua…)

Mês camisa 10!

Começou outubro e, com ele, aparecem convites e mais convites para festas de aniversário. É a turma que foi feita no carnaval, já vem com o espírito de festa desde a concepção. São (somos) librianos e escorpianos feitos de qualquer jeito, em qualquer lugar: vale debaixo da escada, na beira da praia, na mesa da sala!

Gente que nasceu em outubro traz consigo uma alma social, de amizade, de confraternização. Faz amigos, e encontros, e reuniões, e mais amigos. É meu mês preferido, mas sou suspeita pra falar, afinal, é meu mês. Não é a toa que ele é representado pelo número 10.

Infelizmente, ele também representa meu inferno astral, que é sempre um mês antes do aniversário. Mas outubro tem uma energia tão boa, que nem isso estraga. Ele também é o mês que alerta para o final do ano! “Hey, o Natal está aí. Fez por merecer o presente do Papai Noel?” E é em outubro que as férias são planejadas, programadas e definidas.

O nosso camisa dez é um mês inteirinho de primavera, de cores, de sol. É mês sem chuva. É mês da Beta e, pra encerrar com chave de ouro, é um mês que tem feriado! Que me desculpem os outros, mas esse, ninguém bate!

A escolha certa

Hoje é dia de eleição. Num mesmo momento, precisamos decidir quem será nosso presidente, governador do estado, senadores, e deputados federal e estadual. Muito se fala sobre a importância do voto consciente, do estudo das propostas de cada um, do acompanhamento pós eleição… E eu me pergunto: o povo sabe realmente o que cabe a cada um desses cargos para os quais iremos votar?

Aprendemos sobre os Três poderes na escola. Sabemos o que faz (ou deveria fazer) o presidente. Mas e quanto ao resto? O que cabe, de fato, a cada um? Qual a relação real entre os partidos? O que influencia, no trabalho de cada um, a diferença ou semelhança partidária com seu superior? Quem é o superior? Quem apresenta projetos e quem vota em favor deles?

De que adianta saber as propostas de cada um, se não sabemos o que cada um pode, de fato, realizar depois de eleito? Temos muito ainda a aprender sobre política. Muita coisa ainda passa pelos nossos olhos e não sabemos nem a quem culpar. Ou a quem elogiar… Ou de quem cobrar! Daqueles que eu ajudei a eleger, o que têm feito? E o que não tem feito?

Precisamos realmente votar consciente, mas isso engloba muitas coisas: funçōes, propostas, realizaçōes. Cabe a nós, que temos condiçōes e discernimento para tal, estudar cada um dos candidatos e cobrar dos eleitos tudo aquilo prometido em campanha. Pouco importa se é um candidato em quem votei, ou não.

Nós somos a geração da mudança, da inovação! Cabe a nós fazer a diferença para mudar essa situação política atual. Cabe a nós cobrar que o presidente saiba de tudo o que se passa sob suas vistas. Cabe a nós lutar contra o assistencialismo barato e interesseiro e buscar propostas consistentes, coerentes e contínuas. Planejamento, execução e controle! É o povo exercendo o papel de gerente de projeto. É sair do passivo e investir no ativo.

A hora é agora!