Daily Archives: 21 de julho de 2010

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O celular perdido

Aí ontem toca o meu telefone fixo:
_ Oi, é a Beta?
_ Sim! Quem fala?
_ Beta, tu perdeu alguma coisa sábado a noite?

Beta pensa. Pensa mais. Pensa mais um pouco.

_ Como assim? Não sei!
_ Quero saber se tu perdeu alguma coisa no sábado a noite!
_ Por que?
_ Um celular, talvez?
_ Ah! Minha irmã perdeu um celular no sábado a noite!
_ Eu achei!
_ E a senhora está disposta a devolver?
_ Sim, mas mediante uma gratificação, pois estou precisando de um aparelho.
_ Entendi. A senhora encontrou o celular onde?
_ Na frente de um prédio novo, no Centro.
_ Ok! Me dá teu telefone que vou passar pra minha irmã e ela entra em contato contigo!

Toc, toc, toc na vizinha:
_ Nana, uma mulher achou teu celular!
_ Como assim? Agora? Acabei de comprar outro!
_ Pois é, ela achou! E quer uma gratificação. Liga lá pra ela e vê!

Três minutos depois, toc, toc, toc na minha porta. Era a vizinha:
_ Falei com ela, ela quer R$ 150,00 porque precisa de um aparelho, mas o meu tem um monte de função que ela não precisa. Vou tentar cancelar a compra que eu fiz hoje!

Liga pra Vivo, e nada! Liga pra Vivo, e nada! Liga pra Vivo, e… acho que a Vivo morreu!

_ Beta, tu acha que eu devo esquecer o celular e deixar com a mulher?
_ Acho! Já eras, tu já comprou outro. Foda-se! Mas liga pra ela e pede o chip, ou pelo menos que ela destrua o chip, já que tem toda a tua agenda nele.
_ Tá, vou ligar! Que ela faça bom proveito do aparelho!

Nisso chega o Cu:
_ Cu, uma mulher achou o celular da Nana. Mas ela tá ligando lá pra dizer que não quer mais.
_ Capaz?
_ Sim, mas quer R$ 150,00 pra comprar um aparelho.
_ Diz pra Nana trocar com ela o aparelho dela por esse Sony Ericson aqui que é mais barato.
_ Boa!

Nana no fone. Desliga:
_ Ela disse que é pra eu ir lá buscar. Que ela não vai ficar com o que é meu, que eu posso pegar de boa!

E lá foram eles:
_ Oi, sou a Mariana.
_ Entra Mariana. A gente é pobre, mas não fica com as coisas dos outros. É que fui assaltada e tô sem celular, além disso, meu marido está desempregado!

_ Sei bem como é isso! Também estou desempregada. É difícil. Trouxe esse outro aparelho aqui pra senhora, com carregador, tudo direitinho.
_ Não, não. Pode levar teu aparelho. Não quero nada em troca.
_ Eu insisto. Muito obrigada!

E voltou a Nana, toda sorridente com seu celular em punho!
Agora é ressuscitar a Vivo pra ver se desbloqueia o chip e cancela a compra do outro.

Ainda existe gente do bem no mundo, hein? Quem diria!
Um viva pra dona Isabel.

Bicho carpinteiro??

Sou muito ansiosa. Não consigo controlar. É mais forte do que eu. Por exemplo agora, sabe por que eu tô aqui escrevendo? Porque já escrevi o post de amanhã e não tô me aguentando de vontade de publicá-lo hoje mesmo! Vê se pode! Por causa do post de amanhã, já tô escrevendo o post de depois de amanhã! Ah, e pra não confundir ninguém, quando estiverem lendo esse post, o hoje será dois dias atrás e o post de amanhã será o de ontem. Deu pra entender?

Não sei de onde vem isso, esse imediatismo todo! Não sei esperar… Melhor, não consigo esperar! Saio atropelando. Quero tudo pra ontem: trabalho, resultado, respostas, ações, reações. Não posso com gente devagar, gente que não se importa. Eu me importo, eu quero saber! Gostou? Não gostou? Quer mais?

Quando eu quero dar um presente pra alguém é pior. Só posso comprar alguma coisa se, no caminho pra casa da pessoa, eu passar por uma loja e ver algo interessante. Se eu comprar antes, dou antes. Impossível eu ficar em casa com um presente a ser dado em dias… ora dias… O presente é legal porque naquela hora que tu viu, tu lembrou de alguém, se importou com alguém. Como posso conseguir guardar esse sentimento todo até a data do aniversário? Ou até o Natal? Ah, não aguento! E pior, não consigo admitir que alguém aguente.

Talvez eu tenha que correr mais, pra descarregar essa energia toda e reduzir o pique. Ou meditar. É isso, acho que preciso aprender a meditar… mas se vierem de novo com a história de contar a respiração, ah, daí acaba com o restinho de paciência que me sobra.