Esse lance aí da dupla personalidade deu o que falar. Uns gostaram muito da ideia, simplesmente pela praticidade. Outros me disseram acreditar que todos temos, pelo menos, duas personalidades. Ou seja, tem gente que acha que temos mais do que duas. Pra tu vê! Eu me achando o máximo com a Otta Beta.
O fato é que o assunto dá pano pra manga mesmo, pois quem não gostaria de “vestir” uma personagem que a isentasse de toda a culpa pelas grosserias, pelo politicamente incorreto, pelas extravagâncias e ousadias? Quem nunca desejou intimamente mandar o outro pra puntaquepartiu e poder dizer mais tarde: “Desculpe, não era eu!”. E quem nunca desejou ter mais coragem? Quem nunca recuou por medo da exposição? Da rejeição?
Uma outra personalidade pode tudo. É como se nos livrássemos de todos os medos e pudores e, simplesmente, pudéssemos por a culpa no outro. É o mesmo que ser o vilão da novela. Porque os atores sempre querem tanto fazer um vilão? Porque vilões vivem em cada um de nós, mas nunca podemos deixá-los se manifestar. Fazendo um vilão na novela, eles libertam todo aquele sentimento que a gente aprende a guardar lá no fundinho, pra sempre.
É igual o desenho do Pato Donald: anjinho de um lado, capetinha do outro. Cabe a ele escolher qual lado seguir, mas os dois estão sempre lá. Agora, ninguém é 100% bom. Aliás, desconfio muito de quem se mostra perfeitinho demais. Bonita, inteligente, engraçada, simpática, bem empregada e ainda gosta de lavar louça? Só pode ser uma psicopata. E ninguém me convence do contrário!