Monthly Archives: março 2010

You are browsing the site archives by month.

Ressaca criativa

_ Girafa é boba, acho que os bichos passam a perna nela.
_ O urso é o amigo traiçoeiro, mas filha da puta mesmo é a hiena.
_ Pra mim o rato sofre preconceito só porque ele mora na sujeira. Tão bonitinho.
_ A vaca e o porco são lindos.Unanimidade nacional.
_ Um bicho que eu não engulo é a cobra. Ela fica olhando de longe, analisa os movimentos e dá o bote quando estamos distraídos.
_ Eu acho o camelo bem pior. Ele cospe nas pessoas.
_ Pior uma lhama que espirrou na minha cabeça.
_ Vocês já viram aquele macaco que tem o coração pra fora do corpo?
_ Ui, não suporto aquele com a bunda depilada.
_ Eu, particularmente, odeio mosquito. Porque o mosquito pica antes de a gente perceber que ele ta perto.
_ Se for por isso, odeio as drosófilas.
_ Mas a zebra é linda, não é?
_ Prefiro o rinoceronte! (Nota: toda a vez que se falava em rinoceronte, imaginava-se um hipopótamo)
_ Eu também!
_ Eu tenho bode de rinoceronte.
_ Como será que o cabrito consegue fazer um coco tão bonitinho e redondinho?
_ Eu já viajei com um ganso dentro do carro.
_ Não gosto muito de aves, não!
_ Agora, quer acabar comigo, joga uma minhoca em mim.
_ O tatu é um fofo.
_ Fofa é a lagartixa, que ela come os mosquitos que são os que eu mais odeio.
_ Se tem um bicho gelado, é lagartixa.
_ Coelho é blasé e bipolar.
_ Meu gato é o super gato.
_ Pequenos e insuportáveis: traça, piolho, pulga e taturanas.
_ A taturana só se faz de lesada, demora um século pra chegar onde quer, mas quando chega queima o filme literalmente.
_ People, cuidado com os esquilos canadenses, eles roubam as comidas e nos mordem.
_ Já os esquilos americanos e ingleses comem até nas nossas mãos, são meigos.
_ O-D-E-I-O furão. O bicho é caro e feio. Caga muito também.
_ A-M-O o canto das cigarras no verão do Japão.
_ Estou procurando um CD com o canto das gaivotas. Muito relaxante!
_ As formigas passaram fome na última reencarnação. Ficam séculos procurando e carregando comida… CERTEZA de que passaram fome!
_ Quer um bicho workaholic: a abelha! A bicha voa, vai, volta, faz mel, e já voa pra ir de novo.
_ A ovelha, pobrezinha, toda vez que fica peluda, bonitona, vai alguém lá e pela toda a coitada.
_ Bicho chique: pavão. Na hora que ele espalha o rabo, não tem pra ninguém. A cara da riqueza!
_ Canguru é o bicho mais família de todos. Tem até bolsinha pra carregar os filhotes.
_ O lorde, aquele charmosão, sabe? Esse é o cavalo. Altivo, imponente, sofisticado. Um must!
_ O cachorro é o amigo da galera. Podem ser feios, bonitos, magrelos ou bolotas, são os mais companheiros.
_ O “it” penteado é com certeza o do leão. Com uma boa hidratação então, não precisa nem de progressiva.
_ Agora, o bicho perfeito, teria quatro patas, como as do leão, corpo de zebra, rabo de pavão, nariz de porco, bolsinha de canguru pra levar o filho, temperamento de cachorro (Golden Retriever, poodle never!), dentes de coelho, olhos de gato, pelos de ovelha, malhado igual a vaca, vegetariano igual o cabrito, sofisticado como o cavalo. Além disso, ele seria querido como o elefante, e rápido como o rato.
* Escrito por Ana Lúcia, Maria Luiza e Roberta, no trecho entre Paris e Rennes, no trem bala, curtindo a ressaca do dia anterior.

A melhor coisa do mundo

Sei que é impossível chegarmos a um acordo sobre uma única coisa para elegermos como a melhor da vida. Por isso vou falar por mim. PRA MIM, o melhor da vida são os amigos. Claro que nisso entra também a família da gente. Existe um grupo melhor de amigos do que a própria família?

Mas digo isso por um outro motivo. Eu e Iza tínhamos planos de ir para Bordeaux, fazer um curso de vinhos, entre outras cositas, após a feira de Paris. Devido a uma mistura de coincidências (o casal que nos receberia se separou, entre outros), a Ana resolveu nos convidar para conhecer Rennes.
Querida demais ela!
Estamos aqui, no apê super bacana de uma amiga dela que está no Brasil, com toda a assessoria possível e todas as vontades realizadas. Hoje, por exemplo, além visitarmos Mont Saint Michel, considerado um patrimônio histórico pela Unesco, ainda demos PT no super mercado, comprando inclusive panelas pra fazer crepe. ELA DEIXOU O CARRO DELA COM A GENTE. Quer dizer… deixou comigo, né Iza? Porque tenho ímã para pessoas desorientadas, nunca vi.
Não é tudo?
Acabamos de voltar da casa da Ana, onde fomos recebidas por duas crianças foférrimas (os filhos gêmeos dela) e por um jantar típico Francês, maravilhoso. Vinho vai e vinho vem, o marido dela, outro fofo, ainda veio nos trazer em casa para se certificar de que estava tudo certo.
Por isso eu digo: nada como ter amigos. AMO vocês!

Trabalhando em Paris

Trabalhar em Paris tem suas vantagens.
Dá uma olhada!
http://www.youtube.com/watch?v=KiLa219UP8w

A morte, por si só, é uma piada pronta. Morrer é ridículo. Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre. Como assim?
E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente? Não sei de onde tiraram esta idéia: MORRER!!! A troco? Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de  fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente… 


De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinqüente que gostou do seu tênis. Qual é? 


Morrer é um chiste. Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida. Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas. 


Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira. Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu. Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer. Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas e mulheres magras e morre num sábado de manhã. 


Isso é para ser levado a sério? Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem-vindo. Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas. Ok, hora de descansar em paz.


Mas antes de viver tudo? Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero. E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas. Só que esta não tem graça.
Por isso viva tudo que há para viver. Não se apegue as coisas pequenas e inúteis da Vida… Perdoe… Sempre!!!



* Pedro Bial é jornalista, global, e apresentador do BBB.

Curtas de Paris

1 – Geane chega sem avisar, sem ligar e sem saber o codigo para abrir a porta.
2 – Marco para jantar com tres grupos diferentes de pessoas, e todas se encontram antes de mim no restaurante. ADORO gente despachada!
3 – Geane usa enxaguante bucal pela manha, mas de repente engole. Pergunto: “Por que tu engoliu? Não pode!”. E ela diz: “Não tinha onde por. Engoli. Alcool faz bem!”
4 – Descobri que eu não sou uma quase anã. Graças a Leti e ao pessoal da Via Uno, descobri que sou “nano tecnologia”.
5 – A assessora de imprensa em Paris conta que, quando em BH, foi indicada a mudar de quarto no hotel pois o time do “Flamingo” estava no mesmo andar que ela. Ela pensa, repensa, pensa de novo… decide trocar. Depois se arrepende de não ter deixado o número do celular anotado em algum lugar do quarto.
OK, mais tarde eu expliquei que flamingo é uma ave e que o time em questão tratava-se do Flamengo.
6 – Profe, meu joelho continua doendo. Alias, dói cada vez mais. Pra que pensa que eu descanso em viagens, em Paris eu caminho mais do que em qualquer lugar do mundo… e de salto!
Não tenho culpa se enquanto isso eu vejo a Notre Dame, o Arco do Triunfo, a Torre Eifel, a Champs Elisée, o Jardin de Tuileries, o Louvre, etc…

PS1: Amei os comentários nos posts da Vani e da Marta Medeiros

PS2: Todo dia acontece algo bizarro. Conto tudo no pós feira.

PS3: A feira foi boa no primeiro dia, mas esperamos que melhore muito para os próximos 3.

PS4: O teclado do note que eu to usando é todo desconfigurado e eu tenho que adivinhar onde são os acentos. A falta deles deve-se a questões técnicas.

O barulho é no andar de cima

Enfrento alguns defeitos básicos.

Um deles é derramar água quando coloco a fôrma de gelo de volta. Vou empoçar a cozinha e molhar os pés.

São décadas cumprindo vagarosamente os passos da pia até a geladeira e sempre desequilibro na última hora, seja ao abrir o congelador, seja ao procurar uma fresta entre as comidas e o pote de sorvete. A ordem é frágil. Atinjo o cume, finco a bandeira e um desmoronamento de neve termina com a paz.

Não é saudável minha insistência, porém odeio fracassar. Não tem sensação pior do que se enganar e mentir aos outros para tentar se convencer.

Talvez não faça questão de sair de uma crise e goste realmente do pessimismo. São hipóteses para fugir das certezas desagradáveis.

Já sondei fazer um curso ou assumir a função de garçom nas férias para efetivar o equilíbrio. Duas coisas se deve ensinar ao filho para evitar frustrações sexuais no futuro: amarrar o tênis e guardar o gelo. O resto ele aprende sozinho.

Durante a contratação pela universidade, agendaram com incrível antecedência o teste psicotécnico. O RH garantia um privilégio e concedeu duas semanas de preparação. Ou seja, uma quinzena para exercitar minha paranoia e refinar o bruxismo.

Não posso esperar muito tempo senão apodreço. Acalentei pesadelos por noites seguidas em que o teste admissional seria caminhar com a bandejinha cheia por todo o campus. Acordava gelado.

Não ria de mim, aquilo não é fácil, é um dos mais horrendos crimes da civilização, ao lado dos buracos da camada de ozônio. É a força do Inconsciente Coletivo pesando os braços.

Antecedentes devem puxar nossa espinha. Reencontramos nas vértebras os arrepios dos condenados injustamente pela Inquisição enquanto caminhavam para o cadafalso.

Eu me vejo próximo da tosse de Giordano Bruno, primo do suspiro de Joana D’Arc.

O problema não é meu, ninguém deseja renovar a bandeja — na maioria das vezes, encontro a morrinha com duas ou três lascas. O familiar usa e devolve como se não houvesse nenhum desfalque. É a maior cara-de-pau.

Deixa o suficiente para seu uísque de madrugada, e só. Claro que descobriremos os tabletes vazios tarde demais, no momento de receber visitas e retornar do mercado com as garrafas quentes do refrigerante.

A generosidade do casal não está nas atitudes ostensivas que fazem parte do repertório de provocação e que permitem flagrantes como trocar o papel higiênico ou não largar a toalha molhada na cama ou manter seca a tampa da privada.

Generosa é a substituição do gelo, uma ação sem sabor e transparente como a água. Discreta, qualquer um pode disfarçar e fingir desinteresse.

Contrariar pequenas preguiças traz sobrevida amorosa. Repondo as pedras, asseguramos a longevidade da relação.


* Fabrício Carpinejar, escritor, jornalista e professor universitário, autor de quatorze livros, pai de dois filhos, um ouvinte declarado da chuva, um leitor apaixonado do sol. Quando conseguir se definir, deixará de ser poeta.

Pode invadir
Ou chegar com delicadeza
Mas não tão devagar que me faça dormir
Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar
Acordo pela manhã com ótimo humor
Mas … permita que eu escove os dentes primeiro
Toque muito em mim
Principalmente nos cabelos
E minta sobre minha nocauteante beleza
Tenho vida própria
Me faça sentir saudades
Conte algumas coisas que me façam rir
Viaje antes de me conhecer
Sofra antes de mim para reconhecer-me
Acredite nas verdades que digo
E também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa.
Respeite meu choro
Me deixe sozinha
Só volte quando eu chamar
E não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada
Então fique comigo quando eu chorar, combinado?
Seja mais forte que eu e menos altruísta!
Não se vista tão bem…
Gosto de camisa para fora da calça,
Gosto de braços
Gosto de pernas
E muito de pescoço.
Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, cheiros, olhos, mãos…
Leia, escolha seus próprios livros, releia-os.
Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos.
Seja um pouco caseiro e um pouco da vida
Não goste tanto de boate que isto é coisa de gente triste.
Não seja escravo da televisão, nem xiita contra.
Nem escravo meu
Nem filho meu
Nem meu pai.
Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.
Me enlouqueça uma vez por mês
Mas me faça uma louca boa
Uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca …
Goste de música e de sexo
Goste de um esporte não muito banal
Não invente de querer muitos filhos
Me carregar pra a missa, apresentar sua família… isso a gente vê depois … se calhar …
Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora
Quero ver você nervoso,inquieto
Olhe para outras mulheres
Tenha amigos que se tornem meus amigos e digam muitas bobagens juntos.
Me conte seus segredos …
Me faça massagem nas costas.
Não fume
Beba
Chore
Eleja algumas contravenções.
Me rapte!
Se nada disso funcionar …
Experimente me amar!”



* Marta Medeiros é gaúcha, escritora, mãe e tem gatos!

Acrobacias quase aéreas

Já ouviu falar de um fulaninho aí chamado Joseph Pilates? Pois então, o cara inventou uma tal técnica para alongar os músculos, fortalecê-los e mais uma gama de coisas. Tá meio que na moda nos dias de hoje. As madames fazendo, os profissionais se especializando… Entrei na onda…
 
Desde criança sempre adorei inventar. A criatividade sempre esteve presente, talvez seja por isso que me formei em publicidade e propaganda, ou não. A Beta mesmo me chama de Alice, porque vivo em um Mundo paralelo, quase sempre me ferro, mas nunca desisto de testar minhas mirabolantes idéias.


Bueno, depois de ter várias reuniões comigo mesma, aquelas coisas de praxe “preciso rever isso, resolver aquilo, ligar pro fulano…”, resolvi mudar, pois a convivência comigo mesma estava ficando difícil. Tomei a decisão de fazer Pilates. Excelente idéia eu tive.
 
Fui pra aula experimental. Um luxo! Cheguei empolgada pensando que eu já ia sair me pendurando naquele monte de aparelho. Em uma crise momentânea de identidade, pensei ser a Daniele Hypólito, sei lá. Aham, claro. Sabe qual o primeiro exercício que a profe me deu? Respiração! “Tu vai ter que aprender a respirar!”, disse ela. Pensei comigo, “como sobrevivi até hoje sem saber respirar?”.  Mas tudo bem, fiz o que ela mandou, pensando seriamente que se eu tivesse decidido fazer yoga, a aula seria mais puxada. Mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa, a profe veio com “agora tu vai alternar a tua respiração com o movimento”. Ok, tava começando a ficar legal! “Iinspira, levanta a perna, expira, baixa a perna…”
 
Fomos para o primeiro aparelho, deitei numa prancha, encaixei os ombros e botei os pés numa barra de ferro que ficava em frente. Prestei atenção nas instruções do exercício: “empurra com as pernas que tuas costas estão sobre uma espécie de carrinho. Só cuidado porq….. BUM! A prancha voltou muito rápido e com a força, quase voei do aparelho. Morri de vergonha, achei que eu tivesse detonado o aparelho. A profe me olhou e disse: “eu estava acabando de dizer que as molas são fortes e tu deveria vir devagar, segurando o carrinho com a força das pernas”. Nesse momento, a cor da minha cútis mudou para um tipo de vermelho quase roxo.
 
Feito o exercício, fomos para o próximo. Muito fácil de início, até a hora que ela falou: “Agora tu vai fazer o seguinte: inspira, levanta a cabeça como se fosse fazer um abdominal. Na hora que tu levantar a cabeça, tu vai levantar a tua perna esquerda junto (notaram o tempo que eu fiquei inspirando?). Expira e desce a cabeça e a perna. Vamos lá, 10 vezes!”. Nessa hora eu suei. Como eu vou coordenar meu corpo pra fazer isso? Exigiu muito da minha concentração, mas foi. O calorão subiu e o bigodinho de suor chegou junto. Lembrei que eu ainda tenho músculos, porque eles se pronunciaram nessa hora… Meu abdômen cantava incessantemente, “estoy aquí, queriendote, ahogándome”. Acabei aquela série e parecia que eu havia corrido um quarteirão e a partir daquela hora eu vi que o negócio não era brincadeira.
 
Fui para o próximo aparelho. Era tipo uma caixa, com uma espécie de alavanca. Eu deveria sentar naquela caixa, somente com um lado da bunda (???), esticar a perna direita e tocar no chão só com a ponta do dedão, a mão direita eu apoiava naquela alavanca e a esquerda eu fazia um movimento como se estivesse contornando um sol beeeem grande. Conseguiram entender? Fácil, não?! Bom, o meu peso era para estar distribuído. Mas não estava! Quase cai para o outro lado.
 
Mas entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Hoje é minha segunda aula. Sim, me matriculei no estúdio. Adorei a dor que senti no meu corpo inteiro, adorei todo o processo, adorei não pensar em nada durante um hora. Até porque não tem como pensar em outra coisa além de “inspira, expira e gruda o umbigo nas costas”. O Pilates acordou meus músculos a apesar da dor-do-dia-seguinte, aconselho que todos experimentem. Agora, honrando a minha profissão de publicitária, lá vai o jabá: Pilates Estúdio – Fone: 3568 5776 – C/ Cristina ou Karine.
 
Depois me contem…
 
* Vanice Schuch é publicitária, geminiana e escreve às vezes, quando tem vontade…

Packing

Ainda lembro de como tudo começou. Eu tinha 14 anos e decidi que nos 15, não colocaria vestido repolho de jeeeeeiiiito nenhum. Eu queria mesmo era ir pra Disney. Era praticamente o mesmo preço de uma festa. Aliás, nos dias de hoje eu tenho certeza que uma viagem pra Disney é mais barata que uma festança de 15 anos. Argumenta de lá, argumenta de cá… e me fui! Eu e um bando de outros “adolescentes”, todos vestidos de verde, seguindo uma tia, lá na frente, que segurava uma bandeira.

Foi incrível! E depois disso eu nunca mais parei!
Aos 19, no meio da faculdade de jornalismo, percebi que eu precisava aprender inglês quase que por osmose. Pra ontem! E lá fui eu atrás de pacotes e cursos no Canadá. Até hoje eu não entendo o porquê, mas tenho um fascínio por aquele país. Talvez o plátano na bandeira, não sei. Mas aos 19 eu tava lá, janeiro, um friiiiiiiooo, neve cobrindo a cidade toda. Minha “família” foi me buscar no aeroporto: a Julie, uma mãe de uns 30 anos, e o Andrew, um menino de14. Nossa, lembro até hoje que o Andrew veio no carro falando o tempo todo. E eu sabia apenas dizer “I love you”, “thank you” e “fuck you”. Lucky me!

Bom, voltei do Canadá com a cabeça muito mudada. Lá a gente conhece muita gente, de vários lugares. Queria visitar todos. E realmente fui. Bom, não fui visitá-los, mas fui ao mundo. Em 2006, durante a Copa da Alemanha, eu e a Mônica fomos de mochila, passar dois meses na Europa. Foi a viagem mais incrível da minha vida. Couch Surfing, culturas novas, países antigos, arquiteturas maravilhosas… e a Croácia… Que paraíso!

Ao todo foram 14 países. Deixa eu ver se me lembro: Alemanha, Holanda, Bélgica, França, Espanha, Portugal, Irlanda, Inglaterra, Itália, Grécia, Hungria, República Tcheca, Croácia e Eslovênia. Não necessariamente nessa ordem!Voltei do mochilão e um tempo depois fui trabalhar na Abicalçados. Era o emprego certo pra mim. Como se, desde os 14, eu estivesse me preparando pra ele. Pela Abi eu viajo bastante. Já fui pra Alemanha, Itália, França, Hong Kong, Japão. Dessas viagens, ainda tive oportunidade de tirar umas férias e conhecer a Suécia e a Tailândia. E tenho certeza de que muitos outros lugares ainda virão.

Bom, hoje embarco para mais uma feira em Paris. Enquanto estiver por lá, tentarei escrever sempre que for possível… Ou sempre que der um intervalinho entre Kit Kats e champas. 😉De Paris, vou para Bordeaux conhecer a cidade e fazer um “Wine Tour”.

Enquanto isso, quem quiser me enviar textos, eu edito e publico. Também publicarei textos de autores que eu gosto, mas que tem a cara do blog. Espero que gostem.

Amanhã tem surpresa!

Beijos e até a volta!

Entre escombros

O terremoto foi no Chile, mas a devastação foi lá em casa. Não consigo entender como é que uma só pessoa consegue fazer a casa ficar do jeito que ela está. Euzinha, sozinha, consigo transformar uma casa recém faxinada em um pós tsunami bem mais rápido do que vocês imaginam. Deve ser um dom, só pode.

A louça vai acumulando na pia, como sempre, até que nem eu mesma aguento mais, vou lá e limpo tudo. Tenho certeza que seria mais fácil ir lavando conforme eu fosse usando. Mas a gente tem dessas coisas. Ok, EU tenho dessas coisas… Não quero estragar as unhas, deixo pra depois!

E as roupas? ODEIO mexer com roupa. Lavar, recolher, passar dobrar… aaaaaaaaaaahhhh, que saco! Isso sem falar no GUARDAR. Tenta botar Porto Alegre dentro de São Leopoldo. É mais ou menos isso que acontece quando tento guardar minhas roupas. Simplesmente não-tem-lugar. Não cabem no roupeiro. E o resultado disso, óbvio, é uma pilha de roupas jogadas no encosto de uma cadeira.

Limpar banheiro nem passa pela minha cabeça. Esse fica mesmo pra faxineira, quando ela vem. Não nasci pra isso, sabe? Limpeza, essas coisas. De vassoura em punho e balde como munição, por vezes encaro uma limpeza pesada, mas mesmo assim, nunca fica bom. Meu dom é o da bagunça, não o da organização.

Esse é um dos ônus de se morar sozinha… e de não ter dinheiro para contratar uma faxineira fixa, é claro! PRECISAMOS ARRUMAR A PRÓPRIA BAGUNÇA. Ou não, e viver entre escombros…